Conheça a história de Beatriz Yumi, que fez uma transição de carreira em meio à pandemia, aumentou o salário anual em 68% e agora dá mentoria para quem quer ingressar na área de dados.
É só falar em análise de dados que muita gente começa a suar frio e sair de fininho da sala. Mas algo tão relevante para o futuro da sociedade não deveria ser motivo de crise. Depois de estudar no bootcamp de Data Science da Tera e se tornar Analista de Tecnologia no Santander, a visão de Beatriz Yumi tem sido facilitar a jornada para quem, como ela, quer fazer uma transição de carreira para essa área em ascensão no mercado.
Descubra no texto a história completa de Beatriz, que aumentou em 68% seu salário anual após a transição, se tornou facilitadora da Tera e tem como missão pessoal colaborar para que mulheres ingressem em carreiras voltadas para dados e que o acesso a esse campo de conhecimento seja ampliado.
Confira também as dicas que ela deixa para profissionais que querem atuar com Data Science.
Quem olha para o currículo de Beatriz - com diversas experiências em contabilidade, gestão de riscos financeiros em negócios e análise de dados - dificilmente imagina que ela foi uma estudante que tirava nota três em matemática. Mais do que ironia do destino, a história dela é uma prova de que é possível desenvolver o pensamento analítico e que profissionais da área podem ser responsáveis por democratizar esse tipo de conhecimento.
Nascida no Rio e atual moradora de São Paulo, ela conta que, ainda na escola, um professor insistente foi o responsável por mudar a experiência que ela tinha com exatas.
“Eu tive uma experiência muito significativa com um professor meu e se não fosse por ele eu nunca trabalharia com nada de exatas, com nada de análise de dados. Por um ano ele me incentivou a fazer exercícios várias vezes, me ajudava, tirava dúvidas depois das aulas. E isso mudou completamente a minha vida, porque eu vi que eu conseguia fazer coisas de exatas. Hoje a análise estatística que consigo fazer me ajuda a agregar mais valor e tem muita a mão do meu professor, eu tenho plena consciência disso."
O interesse por exatas começou na escola, mas não ficou apenas lá. Beatriz fez uma graduação em Ciências Contábeis e, nos últimos anos, realizou diversos projetos como consultora, incluindo relatórios para realização de análise de risco, uso de estatística e programação, automatizações e precificações para auditorias.
Os anos de atuação e performance acima da média em projetos de alta complexidade no setor financeiro resultaram no desenvolvimento de uma habilidade valiosa: a autoconfiança. Hoje, ela se considera uma workaholic e explica que consegue usar a seu favor os aprendizados da vida pessoal e profissional para cultivar boas relações com profissionais e liderar equipes.
“Ao longo da minha carreira, eu me desenvolvi muito como líder. Fiz muitos treinamentos que são voltados para o desenvolvimento de pessoas e para fazer uma gestão que não te torne chefe, mas sim líder, que esteja junto das pessoas. Na consultoria, eu era uma trainee alocada com profissionais sênior e eu dei uma sorte muito grande de ter trabalhado com pessoas que me deram espaço e boas orientações. Isso me ajudou a ter um desenvolvimento e uma performance muito alta. Consegui usar o meu potencial e isso foi muito bom.”
Beatriz também fala dos exemplos de liderança que teve e como isso impactou a carreira e o olhar dela sobre equipes mais diversas com foco em empoderamento de pessoas.
“Eu tive também a sorte de ter tido na minha carreira, majoritariamente, líderes que eram de minorias. Isso ajuda, porque acredito que existe uma tendência de que líderes assim deem um espaço maior de empoderamento para outras pessoas, porque você sabe o quanto é difícil de subir. Então eu tive bons exemplos não só de líderes, mas de seres humanos.”
Fazer uma transição de carreira em meio a um dos momentos mais delicados do mercado de trabalho e da sociedade foi mais um desafio que Beatriz abraçou e conseguiu vencer. No início de 2020, durante um período de rever a trajetória e traçar os próximos passos, ela recebeu a indicação da Tera.
“Cheguei em um momento na carreira que pensava 'o que eu faço, pra onde eu vou?'. Quando você é consultor de negócios e vai procurar emprego, para empresa você é muito generalista. Eu estava fazendo um projeto com um colega e ele disse que eu deveria fazer um curso de ciência de dados, que tinha tudo a ver comigo e com minha experiência. Falou que tinha uma escola, a Tera, que era muito bem falada e que alguns amigos já tinham cursado.”
Ela explica que tinha certo receio de passar por uma transição sem ter uma proposta sólida em vista, mas uniu a imersão no bootcamp de Data Sciente & Machine Learning da Tera com uma mudança na postura em redes sociais profissionais, se colocando como uma profissional de tecnologia e dados.
“A influência da Tera na minha trajetória me ajudou a tomar mais coragem para fazer uma transição de carreira. O networking foi muito bom, tanto que meu emprego atual saiu disso. Fiz ótimos colegas e consegui ótimas referências de profissionais da área. Tive um bom desempenho, fui convidada a ser facilitadora de turmas, dar mentorias, e acho que isso ajuda a marcar mais minha carreira dentro de tecnologia de dados. Eu me tornei uma profissional ainda mais criteriosa com a qualidade de trabalho e acho que a Tera me ajudou a ter mais ferramentas para garantir isso.”
Aperfeiçoar a visão sobre análise de dados no bootcamp da Tera culminou em uma transferência para o Santander Tecnologia, a empresa responsável por soluções em software e infraestrutura para o Grupo Santander. Desde agosto, Beatriz é Analista de Tecnologia e atua na equipe de Indicadores e Métricas da Governança. Para quem quer confirmar as pesquisas que falam dos altos salários da área de dados, Beatriz conta que, após a transição, aumentou em 68% seu salário anual.
Mas a passagem pela Tera não trouxe apenas um salário mais alto e a realização do desejo de atuar na área de dados. Influenciada pela experiência que teve, Beatriz também assumiu a missão de facilitar o caminho para mais profissionais que querem ingressar na área.
“Enquanto eu estava fazendo o curso o Gabriel foi facilitador da turma e eu não teria concluído o curso se não fosse por ele. Eu acho que é importante ter alguém que tenha um olhar não só de ajuda técnica mas também de desenvolvimento holístico para as pessoas, e eu levo isso como algo pessoal. O curso como um todo me fez ter uma convicção ainda mais forte de que é importante a gente ajudar a jornada de outros também. A gente não viaja sozinha para lugar nenhum.”
A desigualdade de gênero na área de tecnologia - e principalmente em carreiras de dados - ainda é um problema que precisamos resolver no mercado. Um estudo da 365 Data Science com profissionais ao redor do mundo identificou que apenas 30% das posições em dados são ocupadas por mulheres.
Com a visão de que é essencial mudar esse quadro tanto para mulheres quanto para pessoas de minorias, Beatriz tem usado parte do seu tempo para dar mentoria para profissionais e atuar como facilitadora no curso de Data Science da Tera.
“A experiência com facilitação que eu tive durante a jornada na Tera fez com que se tornasse muito significativo pra mim ajudar outras pessoas. Eu acho importante ajudar na transformação da jornada das pessoas e a facilitação me dá essa oportunidade. É muito gratificante você conseguir ver o crescimento das pessoas e saber que de alguma forma você participou.”
Os desafios de ser mulher em uma área - ainda - dominada por homens acaba sendo uma das pautas das mentorias. Por isso, a experiência e a autoconfiança que Beatriz desenvolveu certamente se transformam em motivadores para as mulheres que estão ingressando em carreiras de dados.
“O mais importante [como mulher em tech] é fazer um bom trabalho. Temos que trabalhar para melhorar esse cenário para as minorias, mas ao mesmo tempo entender que o mercado não vai mudar de uma hora para a outra. Eu já passei por diversas situações, de pessoas que não acreditavam que eu conseguiria fazer algo por ser mulher. Infelizmente é uma coisa muito comum. Acho que se você foca em ser uma pessoa ética e ter um trabalho de qualidade, você pode ‘sofrer’ por um tempo, mas no final as pessoas vão enxergar o valor que você traz.”
Segundo ela, a criação, desde a infância, de uma relação saudável com a área de exatas e com o pensamento analítico é importante para que mulheres ocupem mais espaços na tecnologia.
“Acho que nós mulheres precisamos ter competências que as pessoas não esperam da gente e ter coragem de fazer coisas diferentes, inesperadas. Se você é mãe, começa a ler 'O Homem que Calculava' para sua filha, começa a ensinar matemática de forma legal para sua filha desde o começo. Mesmo que a pessoa vá para a área de humanas, em alguma momento vai ter que fazer análise de dados, mesmo que seja das finanças pessoais. Acho que é importante a gente criar essa relação saudável com o pensamento analítico.”
Outra luta pessoal é por tornar informações derivadas de dados mais acessíveis e compreensíveis para o público de forma geral. Beatriz é embaixadora voluntária da organização Open Knowledge Brasil - uma ONG que tem como intuito fomentar mais transparência de dados do governo para as pessoas - e espera que, em um futuro próximo, haja mais democratização desses conhecimentos.
“Eu acho que a Ciência de Dados não é uma área que deve dificultar o acesso ao conhecimento, tem que facilitar, falar de uma forma que a pessoa vá entender. Gostaria que tivesse mais esse tipo de conscientização. Já que dados está crescendo, que a gente possa fazer todo mundo crescer junto, saber interpretar, independente da pessoa trabalhar com dados ou não. Também precisamos de mais espaço para discussões como sobre justiça nos dados, sobre como nós, como ser humanos, temos que nos atentar nos estudos de dados, para que a gente não crie algoritmos racistas, por exemplo.”
Por fim, ela deixa um recado para quem é mulher em dados.
“Faça algo e incentive outras mulheres a fazer a mesma coisa, pra gente criar espaço. Se desafie, a gente é muito mais capaz do que a gente imagina."
Está pensando em ingressar na carreira de Data Scientist? Beatriz compartilhou algumas dicas que podem facilitar seu processo.
“Estude alguma linguagem de programação, como Python ou R, estude estatística, resolução de algoritmos, lógica e resolução de problemas. Tem diversos cursos gratuitos na internet, para aprender lógica de programação, estatística, python, começar até a entender machine learning.”
“Hoje em dia existem diversos grupos de dados que são tocados por mulheres, como o Women In Data Science, um movimento muito legal. Tem eventos desde o básico, de Python, de lógica de programação. E você pode pensar “nossa são só pessoas de exatas” e não, você vê diversas pessoas de áreas como biologia, arquitetura, marketing. Na área de dados as pessoas são muito solícitas, é uma comunidade, se você precisar de ajuda elas vão te ajudar.”
“Você tem a oportunidade de ter aula com diversos professores que são experts de mercado, isso é bom porque eles trazem questões que são valorizadas no dia a dia das empresas em que eles trabalham. Isso é importante para quem quer trocar de carreira porque você vai saber o que a empresa de uma pessoa que é muito boa pensa, o que a pessoa pensa como líder, quais são as habilidades que ela acha que alguém deve ter. Esse tipo de valor que você agrega pela experiência de quem está dando aula é muito rico.”
….
A alfabetização em dados é uma das competências essenciais para o futuro do trabalho e da sociedade. É com razão que Beatriz Yumi diz que nossa sobrevivência depende disso - basta pensar na importância da interpretação de informações sobre a pandemia, por exemplo. Para nós da Tera, é uma alegria saber que pessoas como a Beatriz estão contribuindo para que as portas desses conhecimentos se abram de forma mais igualitária para pessoas.
Se você também quer fazer sua transição de carreira para a área de dados, conheça o bootcamp de Data Science & Machine Learning da Tera. Temos diversas modalidades de pagamento, incluindo o financiamento estudantil ISA, em que você começa a pagar pelo curso apenas após conseguir um emprego.
Assim como a Beatriz, nós queremos incentivar a entrada de pessoas de grupos minorizados no mercado de tecnologia. Por isso criamos o DiversiTera, um programa que oferece descontos especiais para mulheres, pessoas negras e pessoas trans estudarem na Tera.