O que uma lata de Coca-Cola ensina sobre Big Data e IA
Descubra como a Coca-cola usa dados e Inteligência Artifical para conduzir estratégias cada vez mais inovadoras e engajadoras para consumidores ao redor do mundo.
A Coca-Cola é a marca mais famosa do mundo, reconhecida por 94% das pessoas no planeta, e uma das mais valiosas, estimada em 73,1 bilhões de dólares em 2016. A empresa tem, em seu portfólio, mais de 3500 bebidas sob 500 marcas diferentes, 2,8 milhões de máquinas de venda automática espalhadas pelo globo e 1,7 bilhão de porções de seus produtos consumidas por dia — para citar apenas alguns dos números que traduzem a magnitude da multinacional.
Mas, além do fato de a Coca-Cola ser um colosso dos negócios, você sabe o que mais essa miríade de números indica? Nós respondemos: indica que a empresa gera, diariamente, milhões de dados de diferentes tipos e fontes.
A companhia sabe bem do valor que pode gerar e das decisões estratégicas de negócio capaz de melhorar a partir do trabalho de coleta e análise desses dados. Por isso, a Coca tem investido em tecnologias de Big Data e Inteligência Artificial para otimizar desde a experiência do cliente até o desenvolvimento de novos produtos, como você verá neste artigo.
Melhor customer experience
No início do artigo, citamos as milhões de máquinas de venda automática (as famosas vending machines) da Coca-Cola ao redor do mundo. Pois bem: a empresa está investindo em torná-las smart por meio da aplicação de Inteligência Artificial.
O plano, que será executado e testado inicialmente na Nova Zelândia e, em seguida, adotado nos Estados Unidos, é conectar as máquinas à nuvem, possibilitando que elas sejam controladas digitalmente e a distância.
Dessa forma, será possível à Coca ajustar remotamente os preços de seus produtos vendidos nas vending machines, facilitando a execução de promoções e descontos localizados, além do envio automático para a empresa de dados referentes a vendas e reabastecimento.
Outra inovação bem legal trazida pela aplicação de I.A. às máquinas de venda automática é que os clientes poderão comprar as bebidas por meio de seus smartphones, dispensando a necessidade do uso de dinheiro ou cartão — e, o melhor, sem nem precisar estar no mesmo país da máquina!
Como as vending machines estarão conectadas à nuvem, alguém no Brasil poderá comprar pelo celular uma Coca geladinha para um amigo na Nova Zelândia. Isso que é interconectividade!
Desenvolvimento de produtos
Recentemente a Coca-Cola lançou o Cherry Sprite, seu novo sabor de refrigerante. Até aí tudo bem, não fosse a forma inovadora como a empresa desenvolveu o produto.
Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido a Coca tem máquinas freestyle , que permitem ao consumidor misturar diferentes sabores e marcas para criar seu próprio refrigerante. E enquanto as pessoas brincavam e inovavam com suas criações, a companhia coletava, desde 2009, os dados das diferentes combinações por meio de suas máquinas.
Analisando esses dados, a Coca-Cola descobriu que a mistura mais popular entre os consumidores era a de limão e cereja. Pronto: aí estava a receita de sucesso para a nova variação de Sprite (que, diga-se de passagem, não lançava nenhum sabor inédito há mais de 10 anos).
Graças a essa tomada de decisão totalmente embasada em dados, a Coca foi extremamente assertiva, deu ao seu público o que ele queria e o resultado foi um produto muito bem recebido pelo consumidor.
O sabor pode até ser duvidoso, mas não dá para dizer que a marca não leva em consideração a opinião de seus clientes.
Opções para o novo perfil de cliente
Já prevendo que as vendas de refrigerantes começariam a cair, devido ao aumento da preocupação/conscientização das pessoas em relação aos malefícios do açúcar e conservantes para a saúde, a Coca-Cola aumentou a variedade de seu mix de produtos.
A empresa passou a investir na produção e comercialização de opções mais saudáveis, como suco de laranja (vendido sob outras marcas da companhia, como Minute Maid e Simply Orange). Essa é mais uma estratégia da Coca apoiada em Big Data e Inteligência Artificial.
A marca cruza dados meteorológicos, imagens de satélite, informações sobre rendimentos de cultura, precificação e grau de acidez para garantir a otimização das plantações de laranja e manter um sabor sempre consistente.
Além disso, por meio de um algoritmo, a empresa descobre a combinação de variáveis capaz de gerar o suco que melhor se adequa ao gosto do cliente local — combinação essa que varia de país para país, nos mais de 200 onde seus produtos são vendidos.
Como você pôde ver neste artigo, a Coca-Cola é um belo case do uso de Big Data e Inteligência Artificial para alavancar um negócio. Se você também quer usar dados para conduzir uma liderança estratégica de negócios, leia também o texto "Sua cultura é digital? Porque a do seu consumidor é (ou será em breve)".