Vamos te contar sobre a abordagem Lean UX e sua aplicação em times de UX por meio de metodologias ágeis, seu funcionamento e aplicação.
Falar de métodos ágeis é cada vez mais comum no contexto das empresas digitais. Os chamados ‘times ágeis’ garantem as entregas por meio de processos inovadores e atualizados para o momento atual do mercado.
Entre as metodologias mais conhecidas, Lean UX é uma das que chamam atenção por atender especialmente o campo de user experience, tornando a criação de produtos e experiências algo mais fluido dentro das empresas.
Quer entender mais sobre esse conceito? Continue a leitura e confira.
A metodologia Lean UX, também conhecida como UX Enxuta, é uma abordagem que permite desenvolver produtos e experiências por meio de um processo de documentação menos extenso, com comunicações transparentes entre os times participantes da construção diária do produto.
Essa abordagem possui a mentalidade de metodologia ágil, onde busca-se errar o mais rápido possível para conseguir reunir aprendizados e entregar o MVP (Mínimo Produto Viável). O método nasceu em 2012, quando Jeff Gothelf e Josh Seiden compartilharam a publicação do livro “Lean UX” com o mundo.
O foco aqui é menor nos entregáveis e bem maior na experiência que queremos construir, proporcionar, desenvolver. Essa abordagem aproxima ainda mais os times de desenvolvimento, design e programação e, como o trabalho colaborativo é uma premissa, pode aproximar demais times envolvidos na experiência.
Antes de falarmos sobre a implementação do Lean UX, vamos dar um passo atrás para compreender o processo de desenvolvimento de software no passado.
Empresas possuíam modelos de trabalho processuais, com a distribuição física do que era projetado. E os recursos para produção deste artefato físico gerava alto gasto, por serem caros. A ansiedade em “acertar” rapidamente estava presente em todo processo de construção.
Lançava-se algo para aguardar uso e assim, após um ano, obter feedbacks de pessoas usuárias e clientes sobre o que foi levado ao mercado. Testes também envolviam processos longos, com usuárias e clientes indo presencialmente às empresas, e prazos cada vez menores de entrega.
Chega então a metodologia Agile Development. Os métodos ágeis propõem uma dinâmica transparente e de maior velocidade em processos para o desenvolvimento de software em um manifesto que pode ser lido em diversos idiomas no site da Organização Agile Movement.
No entanto, a discussão continuou já que o manifesto ágil não englobou por completo necessidades de pessoas que desenvolvem experiências de usuários, ou seja, profissionais de UX Design e áreas correlatas.
Com isso, o conceito de Lean UX trouxe novas ideias para somar, como uso de times multidisciplinares enxutos e com mais autonomia, priorização de pequenas entregas, além de mais liberdade para ter novas ideias, desde que testes sejam feitos com rapidez.
Se interessou pelo conceito de Lean UX e quer levar essa metodologia para o seu time ou sua empresa? Confira algumas formas de aplicar.
Assim, desenvolvemos uma experiência que passou por mãos de diversas áreas e pessoas com diversas habilidades que desenvolvem o produto, como Marketing, UX Design, Produto, Desenvolvimento e etc.
O envolvimento destes times deve ser contínuo e transparente do início ao fim do projeto. Criar um time diverso vai evitar retrabalho e processo de decisão por cascatas.
As equipes não podem ser grandes, pois isso pode influenciar o processo. Podemos considerar que um time grande, possui entre 8-10 pessoas, dedicadas em um único projeto.
Não ter um time grande pode garantir eficiência na comunicação, entendimento rápido de etapas e papéis dentro do projeto e facilidade no processo de atualização sobre o projeto, com pessoas focadas na mesma prioridade.
As equipes devem ter autonomia para produzir. E isso inclui que este time possua ferramentas e infraestrutura necessários e úteis para o cotidiano. O processo de autonomia também inclui a decisão sobre o formato de solução do problema.
A equipe consegue caminhar junta para resolver o problema correto, sem depender de uma quantidade grande de documentos estruturados e planilhas. O processo de autonomia também gera maior permissão para falhar, facilitando assim o processo de experimento.
É importante que o time se sinta seguro o suficiente frente ao problema que será solucionado e compreenda o que quer atacar primeiro. Isso porque os problemas solucionados serão atacados um por vez. O objetivo principal não é criar a entrega, e sim o resultado, como afirmam Jeff Gothelf e Josh Seiden, em Lean UX.
Diminua o percurso de entrega, criando artefatos e design que sejam necessários para avançar no processo. O foco passa a ser então no aprendizado.Em outras palavras, o design no Agile UX deve mover a equipe sempre para frente, diminuindo a quantidade de ideias incríveis porém não testadas.
O aprendizado deverá ser constante. A Revista Entrepreneur, trás um artigo com dicas para aprender mais rápido. E este processo de descoberta e aprendizado se aplicado a encontros frequentes com seu cliente, podem garantir um processo enxuto e eficiente.
O termo parece estranho se visto pela primeira vez. Surgiu com o professor e empresário, Stanford Steve Blank e significa “Sair do prédio”.
Segundo ele, as melhores soluções não serão desenvolvidas por meio de reuniões longas e diversos encontros, mas indo em direção à cliente e usuária. Indo em direção ao mercado e ao problema para encontrar respostas.
Aproveite que sua ideia é um bebê e coloque para engatinhar. Quanto mais cedo sua ideia for externalizada, mais rápido será colocado em meio à feedbacks para que você possa aprender, absorver e evoluir seu planejamento.
Você também pode utilizar recursos como anotações e lousas para isso, e agora em modalidade remota, consegue utilizar diversas ferramentas digitais que trouxeram os materiais do escritório para dentro do computador. O Lean UX Canvas pode ser uma ótima ferramenta de trabalho e tornar o processo de comunicação em equipe intuitivo.
“As ferramentas ágeis para equipes remotas são o que toda líder que gerencia pessoas busca nesse momento. E a boa notícia é que há muitas opções disponíveis hoje no mercado”, como podemos ler no artigo da MJV Innovation.
O Mínimo Produto Viável, ou MPV, sigla para ( minimum viable product) espera chegar cada vez mais próximo do resultado esperado. Os métodos de mínimo produto viável já estão presentes em diversas empresas. O MPV utiliza recursos mínimos para validar uma ideia.
Porém, logo passou por uma evolução, pensando mais em geração de receita após o desenvolvimento da ideia e foco no consumidor. Com o MLP, é possível avaliar de forma inovadora, pontos de feedback do cliente, e entender como a ideia pode se inserir no mercado que planeja atacar. E como percebemos no começo da conversa, errar rápido, e aprender o quanto antes.
Colocar sua ideia nas mãos da cliente e usuária o quanto antes, pois assim, aprenderá rápido. Isso te ajudará a descobrir se sua ideia irá acertar o alvo correto, e te impedirá de gastar recursos e tempo em um produto que não será utilizado ou que poderá estar ultrapassado ao ser lançado tarde demais.
Aqui na Tera, sempre compartilhamos a mensagem de que feedbacks são presentes, e que podemos guardá-los para utilizar continuamente. E, durante o processo, você obterá estes feedbacks por meio de comunicação com sua equipe e clientes, por meio de pesquisas, onde conseguirá ter feedbacks qualitativos e quantitativos. A coleta de feedbacks por meio de pesquisas, faz parte da etapa final do processo de Lean UX.
Você estará recebendo e compartilhando feedbacks o tempo todo durante o projeto, por meio de anotações, explanações de ideia e documentação do processo.
….
Esperamos que este conteúdo tenha ajudado você a ampliar sua visão sobre o que é Lean UX e como um processo enxuto pode ser promissor no contexto atual de times de design.
Quer se aprofundar em metodologias ágeis? Então faça o download do nosso e-book gratuito” Novas abordagens na economia digital”.