Versionamento de código e de software: entenda cada processo
Construir um software ou desenvolver um projeto de Data Science é como encaixar peças em um quebra-cabeça. Requer estratégia, tempo e planejamento. É também similar a uma linha de montagem: cada peça por vez.
Como são processos que envolvem sequências lógicas, é normal que um produto passe por várias versões antes de chegar à forma final, terminada e pronta para uso. Por isso, falamos em versionamento.
O versionamento consiste em estratégias para gerenciar as diferentes versões de um código, de um sistema ou de um modelo. É uma forma de administrar as mudanças que são feitas e de garantir mais segurança na transição de uma versão para outra.
Nesse tema, muitas variáveis importantes devem ser consideradas, como a segurança, o trabalho em equipe e outros. Acompanhe os tópicos com atenção e descubra mais.
O que é versionamento e como funciona?
O desenvolvimento de software é feito em etapas. Cada etapa incrementa o nosso sistema com funcionalidades novas e específicas. Assim, temos versões diferentes depois de cada pequena ação ou de cada etapa. O versionamento lida com essas várias formas e tenta administrar mudanças de maneira mais organizada.
As ferramentas modernas de versionamento nasceram da necessidade de controlar melhor as mudanças. Imagine o que aconteceria se alguém fizesse uma mudança fatal para o programa, que o levasse a quebrar? Sem um sistema de controle de versão efetivo não é possível retornar à última versão estável, nem saber muito sobre qual mudança causou o problema.
Imagine também casos de muitas pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Como garantir a sincronia de todos os componentes? De novo, com um bom sistema que controla as versões.
Hoje, essa noção nos parece até mais intuitiva e comum, já que temos ferramentas como o Google Docs, que permitem visualizar versões de um documento de texto, por exemplo. É algo tão comum, mas que já foi motivo de dores de cabeça para profissionais da área de software por muito tempo.
Com aplicações de versionamento no universo de software, temos uma visão de todas as fases de um programa, com todas as alterações que foram realizadas e a possibilidade de recuperar uma versão antiga.
Vamos em frente. Dividiremos por ramificações para entender melhor como funcionam os tipos de versionamento. Temos o versionamento de código, o versionamento de software e o versionamento semântico.
Versionamento de código: o que é e como é usado?
Podemos compreender a expressão “versionamento de código” como um sistema de controle de versão de códigos e scripts específicos. Um exemplo é a facilidade de gerenciar projetos, dos mais simples aos mais complexos, no GitHub. Nele, é possível administrar as mudanças que foram feitas no código, saber quem fez as alterações, bem como gerenciar as ramificações que cada mudança gera.
A ideia de ramificação, aliás, é muito importante para ilustrar o versionamento. Ele cria diferentes ramos em paralelo, que representam diferentes instâncias de um mesmo programa, uma com alteração e a outra inalterada. Assim, permite visualização e controle para profissionais da área.
Em relação ao código, é importante destacar como isso é relevante para a correção de bugs. Se um sistema estava ok até certo ponto e, simplesmente, começa a apresentar irregularidades, as pessoas programadoras podem rastrear o problema em uma das versões e entender qual mudança provocou aquele problema, como já falamos brevemente no tópico introdutório.
Versionamento de software: como é o processo de desenvolvimento?
Quando falamos em versionamento de software, por outro lado, temos que pensar no processo de desenvolvimento. É preciso controlar as versões de uma aplicação no momento em que elas são construídas e depois que os produtos já foram lançados, ou seja, já passaram pelo deploy.
Então, temos o processo de manutenção para levar em consideração. A manutenção/atualização também envolve adicionar código, adicionar informações e alterar um sistema para atender a novas demandas. Para isso ser feito com segurança, é fundamental ter um software de controle de versões que garanta o acesso a uma ramificação estável.
Cabe também mencionar o processo de Data Science e de treinamento de modelos de Machine Learning. Todo processo envolvendo ML passa por um treinamento inicial do modelo com um dataset original. Depois disso, o sistema é colocado para uso. Contudo, assim que é publicado, o modelo já perde acurácia. Quando o cenário ao redor é atualizado e gera novos dados, é preciso atualizar também o modelo.
Assim, muito se fala em versionamento de modelos de IA. As aplicações devem ser treinadas novamente em um pipeline automatizado para garantir que estejam sempre consistentes. Esse é o mote de novas tecnologias como o MLOps.
Versionamento semântico: o que é?
Outro tipo de versionamento que merece citação é o semântico. Trata-se de um conjunto de padrões para nomear versões de software para que seja compreensível entender qual mudança foi realizada e o porquê delas.
Um exemplo disso é o formato “programa.A.B.C”. A, B e C, nesse caso, são números inteiros que representam, juntos, a versão do sistema. Isolados, cada um aponta para uma informação, dentro de uma lógica hierárquica. O A é uma versão maior, com mais alterações; o B é uma parte menor, que indica mudanças menos importantes; ao passo que o C é uma pequena correção.
Além de uma lógica de nomeação e identificação, o versionamento semântico trabalha com algumas regras:
- uma delas é que as novas versões devem ser plenamente compatíveis com as anteriores;
- a outra é que deve haver uma nova versão somente com novas funcionalidades;
- temos também uma prescrição sobre funcionalidades obsoletas que geram novas versões;
- e mais uma regra é que uma versão única é imutável e qualquer alteração nela deve gerar uma nova versão, com um novo nome.
O versionamento semântico é muito útil na hora de comunicar as mudanças e a necessidade de atualização para pessoas usuárias. Você pode falar para alguém que a versão do sistema que ela usa está desatualizada, pois é 1.3.4 e já temos disponível a versão 1.3.8. É muito fácil para uma pessoa leiga entender isso, por conta da ordem crescente dos números.
Como vimos, pensar sobre o versionamento é muito importante. É assim que controlamos as mudanças feitas em um produto para garantir que um projeto seja seguro e consistente em todas as suas etapas. É preciso entender as particularidades e diferenças entre tipos de controle de versão também para uma carreira consistente na área de tecnologia.
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