Front-end developer: salário, vagas e como ingressar no mercado

Front-end developer é a pessoa que cuida da apresentação visual de um site. A demanda no mercado para essa profissão só aumenta. Saiba mais.


É muito comum que as pessoas se refiram a profissões relacionadas à tecnologia como “profissões do futuro”. Contudo, muitos amadureceram a visão e acrescentam que “são profissões do presente também”. A posição de front-end developer se encaixa nisso, pois ajuda perfeitamente a descrever o mundo atual: fortemente dependente de internet e de interações com os sistemas da internet.

Mesmo que boa parte do uso da computação seja offline (com aplicações desktop e mobile), a computação em nuvem renovou o interesse do mercado pelo mundo da web. Os softwares como um serviço (SaaS), como o e-mail, a Netflix, o Spotify são exemplos disso.

Assim, a profissão de front-end developer se tornou ainda mais relevante e requisitada. Não mais para desenvolver apenas sites divertidos e estáticos, mas também para construir aplicações web e verdadeiros ecossistemas que funcionam dinamicamente na grande rede.

Mesmo que o desenvolvimento full stack seja muito importante e concentre muitas ótimas vagas, para estudantes existe a opção de especialização em front-end ou em back-end. Falaremos sobre o front neste artigo.

Front-end developer: o que é e o que faz no time de desenvolvimento

Front-end developer é a pessoa que cuida das interfaces de uma aplicação web. É quem cuida da parte da interação com a pessoa usuária e da apresentação visual de um sistema para a internet. Além disso, gerencia a lógica de programação do lado do cliente, gerenciando as interações/requisições da pessoa usuária, criando respostas e enviando informações para o back-end.

Ao contrário do back-end, que gerencia conexão com o banco de dados e a lógica de negócio (e as duas áreas juntas formam o que chamamos de full stack, vale lembrar).

O front é o responsável pelo esqueleto da página e pelo que a gente vê e com o quê a gente interage. O posicionamento de menus, botões, as animações, os grids, uma pop-up que se abre, um carrossel que podemos movimentar para o lado: tudo isso é desenvolvido pelo front-end com linguagens específicas.

Por ser o lado que lida diretamente com a pessoa usuária, o front é crucial para o sucesso no uso de um site ou de uma plataforma web. Um front ruim impacta diretamente a experiência das pessoas e pode afastá-las. Um visual bom, por outro lado, é o segredo para fidelizar as pessoas e encantá-las.

Apesar dessa definição específica, a desenvolvedora front-end é uma pessoa que trabalha em múltiplas frentes. No dia a dia, em uma empresa, profissionais da área lidam com demandas diferentes que dependem da complexidade da arquitetura tecnológica de cada companhia. 

Ou seja, as funções de cada front-end developer variam a depender da empresa em que se trabalha, porém podemos discutir uma visão geral. É o que faremos a seguir.

Novos projetos

Uma das funções é trabalhar em novos projetos, como novas aplicações web que a empresa precisa desenvolver. Seja em empresas de software, que fazem isso em escala para clientes, seja em empresas de outros setores que usam sites web como uma forma de resolver problemas específicos. 

De qualquer forma, a pessoa dev front-end está lá para pensar em novos layouts, em novas formas de colocar as coisas na tela e em estruturas visuais para atender às demandas. Nesse sentido, a pessoa deve estar antenada com as novidades para saber como adicionar novos elementos que estão fazendo sucesso em outros sites.

Por exemplo: se a empresa já tem o seu site, mas precisa levantar um novo endereço para um novo braço da companhia focado em outro mercado. A pessoa desenvolvedora vai cuidar disso e trabalhar na construção da identidade e do esqueleto visual, bem como da lógica de programação do lado cliente. 

A pessoa do front está em todos os ciclos de desenvolvimento de software, pensando em como levantar do zero esboços e protótipos e em como transformar isso em telas reais. 

Ultimamente, por exemplo, muitas demandas surgem para construção de dashboards, plataformas completas para funcionar como um software as a service (SaaS). Da mesma forma, há demanda para apps progressivos (apps que funcionam como um site) e apps nativos (apps nativos que são desenvolvidos como um site).

Manutenção de projetos antigos

Da mesma forma, a pessoa front-end developer também cuida de projetos antigos, fornecendo a manutenção para eles. Seja apenas atualizar informações ou partes específicas, seja reestruturar o design com uma estratégia de rebranding, por exemplo. Ou simplesmente solucionar problemas pontuais que surgem na parte visual.

Colaboração com os times de design

É comum que algumas empresas contratem devs front-end para lidar com a parte visual programável (usar as tecnologias e linguagens de programação) e também com a parte do design. Contudo, em outros casos, há pessoas específicas que gerenciam o design, com foco em UI (interface do usuário) e UX (experiência do usuário). 

Nos casos em que há designers especializados, a pessoa do front deve trabalhar com essas pessoas do design, de modo a ajudar na busca por ideias e na prototipação de telas. Eles constroem também a identidade visual, sempre com foco em testes e em experimentação para validar as concepções. 

Enquanto o design cuida somente dos esboços visuais e em estratégias para justificar cada escolha em termos de experiência e de melhor uso de uma interface, desenvolvedores front-end vão de fato implementar aquilo. 

Salário de front-end e requisitos das vagas

Ao observarmos a média no Glassdoor, podemos checar que no Brasil o salário de front-end developers tem média de cerca de R$ 5.125 por mês. Em São Paulo, essa média aumenta para R$ 6.624 mensais. É importante deixar claro: tudo sempre depende da senioridade, do local, do tipo e do tamanho da empresa. 

Ok, agora vamos seguir para falar de vagas reais que podem ser encontradas no sites. Olhar as vagas e as descrições é uma ótima maneira de saber o que o mercado está procurando e o que você deve focar na hora de estudar.

Como falamos, as funções e o que se espera de desenvolvedor(a) front-end variam muito a depender da empresa. Então, veremos algumas vagas para ter uma noção disso e daremos uma olhada em valores para São Paulo e para o Brasil.

Em uma vaga de front-end junior na Riachuelo, por exemplo, os requisitos envolvem uma boa lógica de programação, conhecimento em JavaScript, conhecimento de frameworks como React e domínio do Git. 

Na PicPay, por outro lado, para uma vaga de front-end developer pleno, eles pedem conhecimento de JavaScript e TypeScript, domínio e experiência com o Angular (framework de JS), experiência com bibliotecas de estilo CSS como Material Design e Bootstrap, bem como noção de testes, arquitetura e outros conceitos. Nessa vaga, se valoriza também o conhecimento sobre metodologias ágeis e conceitos relacionados, como CI/CD (integração contínua e entrega contínua).

4 linguagens front-end para aprender

Nesta seção, vamos entender as principais tecnologias da área de Front-end Development.

1. HTML

O HTML é a tecnologia inicial da construção de um site. Desenvolve o esqueleto, com a estrutura principal, as formatações iniciais, os elementos que fazem parte do layout e mais. Não é necessariamente uma linguagem de programação, e sim uma linguagem de marcação, pois envolve tags com abertura e fechamento.

O HTML define o que é cabeçalho, o que é rodapé, quais são os elementos que farão da barra paralela e do corpo central do site. Demarca a página em seções diferentes e estabelece o que compõe cada grupo.

2. CSS

Por sua vez, o CSS é a linguagem de estilização. Também não é uma linguagem de programação, pois não envolve lógica. O que se faz com CSS é definir algumas regras de como o site deve parecer visualmente. Estabelecem-se algumas configurações como cores, fontes, certas animações e algumas personalizações para elementos do HTML.

O CSS permite acessar algumas tags específicas do HTML para um controle específico para determinadas áreas do site. Por isso, a tecnologia pode ser encarada como um complemento à tecnologia de marcação.

No mercado hoje, é muito raro que as empresas desejem um domínio de CSS sem mencionar as bibliotecas que complementam e especializam a linguagem.

O bootstrap, por exemplo, é uma biblioteca que permite adaptar sites para dispositivos móveis de forma fácil, com apenas algumas linhas de código. Ao passo que o material design aplica o visual do Google e traz alguns recursos prontos para reuso, como dashboards.

3. JavaScript

JavaScript (JS) é a queridinha de front-end developers. Trata-se da única linguagem de programação propriamente dita do front-end, o que possibilita criar aplicações ainda mais completas e robustas. Com a lógica, pode-se estabelecer fluxos que envolvem as ações da pessoa usuária para criar animações mais interativas e enviar/receber dados do back-end com agilidade.

Aliás, é justamente porque existe JavaScript que é possível conectar o front-end ao back-end e a recursos acessórios de uma página web, como o banco de dados. Desse modo, uma página web vira de fato uma aplicação de software comum, com uma arquitetura típica de um software. Ou seja, essa tecnologia é essencial para a grandeza e a versatilidade dos sites hoje em dia.

Quando falamos em JavaScript para o mercado, é imprescindível citar JS sem falar dos famosos frameworks e das bibliotecas. Elas especializam a tecnologia e trazem vários elementos prontos, o que agiliza o desenvolvimento. São exemplos: Angular, React, JQuery, etc.

Esses frameworks permitem, por exemplo, construir um site que consiste basicamente em uma página que carrega uma seção sem alterar todos os seus elementos. Chamamos de Single-Page Applications, o conceito por trás das redes sociais, dos e-mails e de sites de streaming. É fundamental entender esse conceito e aprendê-lo para ter mais chances no mercado de Desenvolvimento Front-End.

4. TypeScript

O JS é tão importante que até variações se destacam. A Microsoft surgiu com essa alternativa ao JS que é de código aberto e que acrescenta algumas funcionalidades interessantes. 

Primeiro, é uma versão de tipagem estática que contraria a característica do JavaScript original (ou seja, uma variável só pode assumir um tipo durante todo o código); segundo, é uma versão orientada a objetos, o que expande ainda mais as possibilidades do que se pode fazer com JS. 

Como escolher um curso de front-end

Ok, você já entendeu como está o mercado, já conhece as tecnologias principais e o porquê de aprender cada uma delas. Agora, vamos falar de cursos de Front-End?

Para estudar e evoluir na área da programação, é crucial buscar um curso que ensine desde o básico ao avançado. Mais do que isso: é importante buscar uma opção que ajude no desenvolvimento de uma boa lógica de programação, pois, assim, as pessoas conseguirão programar tranquilamente em qualquer linguagem.

Por mais que se especializar em um curso front-end seja importante, estudar o todo oferece uma visão única para a pessoa programadora, o que é um destaque no mercado. Estamos falando de entender o full-stack, o front-end e o back-end.

Ao conhecer também o back-end, você entende melhor como funciona uma página web em termos estruturais e em termos de hospedagem. Você compreende melhor como o servidor armazena essas páginas e as disponibiliza. Assim, sabe exatamente o que fazer no front para que um site funcione bem e atenda às demandas especificadas.

Por exemplo, ao estudar o back-end, você entenderá como funcionam as requisições da pessoa usuária para o front e, então, para o back. Vai entender como esse aspecto de envio de mensagens ocorre por meio da conexão.

Ademais, a programação back-end é tipicamente feita em linguagens de programação, como Python e PHP. Então, requer uma lógica bem estruturada. Com essa lógica em dia, você consegue também melhorar sua programação em JavaScript, fazendo coisas incríveis do lado visual.

Em termos de chances de vagas, ser full stack só traz vantagens. Não raramente encontramos vagas de empresas que procuram diretamente pessoas full stack ou então valorizam muito quem é front e conhece back ou vice-versa. Assim, ter essa habilidade é claramente um diferencial que vai favorecer a pessoa candidata na busca pela vaga.

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Como vimos, o desenvolvimento front-end é fundamental para a criação de um site. É importante saber o que o mercado demanda para essa posição e quais são as possibilidades em termos de salários. Entretanto, é crucial também entender que conhecer o outro lado ajuda muito até mesmo a conquistar boas vagas de front-end developer. 

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