Front-end e Back-end: entenda essas duas áreas do desenvolvimento
Front-end e Back-end são partes fundamentais de aplicações web e produtos digitais. Entenda esses temas e evolua no seu dia a dia.
No fascinante universo da web, temos diversos agentes trabalhando em conjunto — fatores humanos e não humanos em interação constante. Existe toda a parte técnica e estrutural e existe também um conjunto de pessoas envolvidas que trabalham para que os sites sejam visíveis e possam ser acessados. Essas pessoas programam para a web e podem ser divididas em front-end e back-end.
Essas são duas funções distintas e que merecem atenção específica, com a percepção da diferença entre elas. Em muitos casos, as pessoas se especializam em uma delas e dedicam seus estudos e projetos a essa função. As duas são apontadas como carreiras promissoras para o futuro do trabalho, segundo o Fórum Econômico Mundial.
É fundamental que profissionais de uma empresa entendam bem esses conceitos para conversar com quem realiza essas funções. Também vale destacar que front end e back end são conceitos centrais quando falamos de produtos digitais e aplicativos, por isso, continuam relevantes atualmente.
Para saber como se destacar no mercado de desenvolvimento web, aprender sobre esses assuntos é crucial. Assim, você poderá entender como eles são traduzidos em atividades práticas e como geram a internet como conhecemos. Vamos lá!
Front-end e back-end: qual a diferença?
Apesar de serem igualmente importantes e estarem no mesmo universo, as atribuições são distintas. Por isso, é fundamental saber a fundo quais são as diferenças entre back-end e front-end.
O front-end pode ser definido como a profissão que cuida da apresentação de um site. Ou seja, cuida das partes visuais e da interação entre usuários e tela. Gerencia a usabilidade, o design e a experiência do usuário.
Já a parte do back-end é a que cuida dos bastidores, do funcionamento estrutural de uma página. Ou seja, gerencia o processamento e o envio de dados ao servidor e a conexão com o banco de dados.
Vamos entender melhor o que é front-end, back-end e como eles se relacionam e se distinguem.
O que é front-end?
Para que um site seja aberto, é preciso contar com processamentos em dois lados: no navegador (cliente) e no lado do servidor, que hospeda o site. O primeiro compreende, naturalmente, toda a parte visual: menus, imagens, vídeos, links, estrutura do site, composição dos elementos e tudo o que se refere à usabilidade.
No desenvolvimento web, chamamos de front-end a parte responsável por aspectos visíveis e interativos de uma página web, da parte de quem o acessa (cliente). Para quem está acessando uma página, é tudo aquilo que ela vê e manipula — como recursos gráficos, elementos de uma interface e até mesmo parte da lógica de programação do site.
Essa área cuida de escolhas mais básicas, como a definição de onde o menu deverá ser posicionado, até questões mais complexas, como a validação de dados.
Para essas funções, o front envolve o uso de linguagens como HTML, CSS e JavaScript — linguagem mais usada (67,7%) em projetos web, segundo pesquisa de 2020 do Stack Overflow.
O HTML cuida da estrutura do site, do esqueleto. O CSS personaliza o layout e oferece cores, otimização de fontes, configuração de imagens e outras definições para dar um estilo, uma roupagem.
Enquanto isso, o JavaScript cuida da interatividade do site e da lógica de programação propriamente dita. Ou seja, vale notar que o JavaScript é a única linguagem de programação do lado do front-end. O HTML é considerado uma linguagem de marcação; e o CSS, uma linguagem de estilo.
Leia também: Descubra as 7 linguagens de programação mais usadas no mundo
Quando se fala em front-end, é comum que você se depare com algumas tecnologias específicas, além das citadas, como Vue e Angular. Eles são os frameworks: pedaços de código e estruturas prontas que facilitam o desenvolvimento de determinadas funcionalidades com padrões específicos. Assim, é possível programar uma aplicação com maior eficiência e maior qualidade, a partir do auxílio de reuso de código padronizado.
Os citados Vue e Angular são dois frameworks de JavaScript. Mas não foque nos nomes e sim no conceito, já que novos frameworks para a linguagem surgem a cada dia.
Front-end na prática
Em um exemplo prático, podemos mencionar um formulário de login. No lado do cliente, o que é função do front-end, temos a criação das caixas de texto, dos links dos botões de confirmação e dos textos indicando a finalidade de cada uma das caixas.
Em alguns sites mais complexos, existe um processo chamado validação já no lado do cliente. Ou seja, erros que poderiam ter sido digitados nas caixas de texto são verificados de antemão, antes de passar para o servidor.
Por exemplo, se uma pessoa digitar um e-mail sem a arroba. A verificação desse erro já libera o servidor de ter que tratá-lo na resposta, o que torna o processo de login ainda mais ágil.
É preciso destacar que o front-end não está restrito ao universo do desenvolvimento web: aplicativos e produtos digitais envolvem essa área também. No meio digital, o termo virou um sinônimo de desenvolvimento de interface gráfica, associado às disciplinas de UI (user interface) e UX (experiência do usuário).
Linguagens front-end
Agora, vamos conhecer as principais linguagens e tecnologias para o front-end.
HTML
O HTML é uma linguagem de marcação que permite criar a estrutura de um site, com os seus elementos e a hierarquia. Define o posicionamento dos componentes, as cores, os tipos de fonte e outras questões visuais mais estruturais.
CSS
Já o CSS é uma linguagem de estilo que ajuda a customizar o HTML e a personalizar visualmente a página. Permite realizar mais funções para tornar o visual mais atraente e dinâmico, de modo a otimizar a apresentação e a experiência.
JavaScript
O JavaScript, por sua vez, é a principal linguagem de programação do front-end. Como uma linguagem de programação, envolve lógica típica, com funções, eventos e variáveis. Permite criar o dinamismo da página e controlar a interação direta com os usuários com essa lógica — como a reação a cliques, por exemplo. Além disso, evoluiu bastante para possibilitar animações e recursos gráficos mais robustos.
Como é o desenvolvimento back-end?
Vamos em frente para que você entenda de fato a diferença entre front-end e back-end.
A parte mais robusta e complexa da lógica de programação de um site vai ser definida pelo que chamamos de back-end. Trata-se das funções dos bastidores de uma aplicação web, a infraestrutura por trás do que está visível para as pessoas usuárias. Por isso, envolve também um pouco mais de abstração.
O back-end lida com a lógica do servidor. Em uma estrutura web, o servidor é quem responde às requisições de clientes e oferece o que foi solicitado. Nesse viés, auxilia a gerenciar também a conexão com os bancos de dados, a questão da segurança e conexão com outras aplicações, por meio de APIs (um código em comum que possibilita a comunicação entre dois sistemas).
Em termos práticos, utilizando o exemplo do formulário de login, o back-end recebe os dados que foram digitados e enviados via rede. Então, ele os processa e verifica se aquelas informações constam no banco de dados da aplicação. Caso estejam, o back responde com uma confirmação e permite o acesso.
Podemos citar um exemplo das APIs também, já que elas são uma parte importante do trabalho da pessoa que cuida dessa área. Por exemplo, em um login, uma API é o código que possibilita a comunicação entre uma aplicação nova e um sistema já estabelecido na web, como o site do Facebook.
Se uma pessoa desenvolvedora desejar integrar o login da rede social em seu site novo (como muitos sites fazem), deverá gerenciar uma API.
Algumas tecnologias importantes para esse conceito são: o PHP, a linguagem de programação Python e até mesmo o Java. Em termos de frameworks, temos o Node.JS para o JavaScript (que também pode ser aplicada no back), Laravel para o PHP e Flask para Python.
Atuação na empresa
Um bom exemplo de como o back-end funciona na prática é o login em uma rede social. Enquanto o front se preocupa com a interface em que as pessoas digitam informações, o back-end faz a validação dos dados e uma conexão com o banco de dados para tentar autenticar o login. Se o que foi digitado combina com o que está salvo no banco, o login é autorizado.
Principais linguagens back-end
Nesta seção, apresentarei as principais linguagens do back-end. Você vai notar como as tecnologias citadas se restringem a linguagens de programação, diferentemente do front-end. Assim, poderá estabelecer uma comparação mais sólida para entender qual a mais interessante: front-end ou back-end.
PHP
A principal linguagem de back-end continua sendo o PHP. É uma linguagem poderosa e fácil de aprender que permite manipular banco de dados e validar informações com eficiência. Foi criada justamente para esse intuito e continua forte até hoje.
Python
A queridinha das pessoas que lidam com Data Science também se aplica muito bem no universo do back-end. Python permite uma programação limpa, fácil de entender e de manter também. O aprendizado e a evolução ocorrem de forma bem natural e simples.
Java
Outra poderosa opção é o Java. Trata-se de uma ótima linguagem para orientação a objetos que trouxe novas formas de programar quando surgiu e continua relevante. Hoje, é usada para diversas aplicações, inclusive, para programar a lógica da web no back-end.
JavaScript
O JavaScript é uma linguagem extremamente versátil — tanto que também pode ser aplicada no lado do servidor. Com seu framework Node.JS, a aplicação consegue oferecer essas funções, do mesmo modo simples e fácil que é no front.
O que significa Full Stack?
Como falamos na introdução, é muito comum que as pessoas se dediquem a uma dessas áreas em exclusividade. Assim, inclusive, podem aprender mais e se tornar especialistas. Contudo, a demanda por interdisciplinaridade no mercado criou a posição que une as duas áreas: a profissão full stack.
Full stack é a pessoa que faz front end e back end. Esse perfil profissional consegue dominar conceitos e tecnologias das duas áreas, portanto, tem capacidade de desenvolver bem uma interface gráfica e uma lógica de interação e estabelecer comunicação com APIs, bancos de dados e outros elementos.
Como funciona o desenvolvimento Mobile?
Como vimos, a pessoa desenvolvedora pode trabalhar especificamente com front-end ou com back-end. E até mesmo com ambos (o full stack). Existe também um tipo de desenvolvimento focado em dispositivos móveis, que é relevante sobretudo para as pessoas que lidam com front-end.
No universo da web, a mobilidade é um aspecto muito importante também. Afinal, segundo o DataReportal para abril de 2021, temos 67,1% da população mundial conectada em smartphones. É um total de 5,1 bilhões de pessoas. Por essa razão, vamos navegar um pouco no universo do desenvolvimento mobile.
Em uma definição geral, o desenvolvimento mobile cuida da criação de produtos e aplicativos para dispositivos móveis, como celulares e tablets. Como a dinâmica deles é diferente da que temos com os computadores de mesa tradicionais, é necessária uma área de estudos específica, na qual muitas pessoas têm se aventurado.
Nesse sentido, existe um conjunto de tecnologias específicas para desenvolvimento de pequenas telas com linguagens de programação e frameworks voltados diretamente para essas criações. A lógica da produção em si é muito similar à lógica de criação de qualquer outro software: envolve análise de requisitos, produção propriamente dita, testes, e etc.
É importante destacar que o desenvolvimento mobile também apresenta algumas ramificações. É possível desenvolver um produto móvel nativo e um produto progressivo. O app nativo é aquele que é instalado no sistema operacional (Android ou iOS, por exemplo), integrado à memória de armazenamento, com acesso total a recursos internos.
O app progressivo, ou progressive web apps (PWA), é um site implementado para ser responsivo (adaptável a telas menores) e para oferecer uma experiência semelhante a de um aplicativo. Assim, é como um aplicativo que não precisa ser instalado, mas que envia notificações, pode ser customizado na tela inicial do smartphone e muito mais.
Quando falamos em PWAs, é justamente quando conciliamos os dois mundos: o mobile e o web.
Assim, uma pessoa que começa a carreira desenvolvendo front-end ou back-end pode inclusive começar a se especializar em desenvolvimento para interfaces mobile. É uma área promissora. De qualquer forma, profissionais (principalmente as pessoas que respondem pelo front-end) devem dominar o aspecto da responsividade, visto que o uso de celulares é uma tendência cada vez mais comum.
O papel do desenvolvimento front-end e back-end nos produtos digitais
O desenvolvimento front-end e back-end é a porta de entrada para muitas pessoas que estão dando os primeiros passos na área de TI. Inclusive, quando estão em uma faculdade da área ou até mesmo antes de prestar vestibular. Contudo, isso não significa que seja uma área exclusiva para iniciantes, pois ela também apresenta a possibilidade de oferecer oportunidades robustas para experientes.
É, na verdade, o contrário: a versatilidade do desenvolvimento web faz com que ele seja muito requerido em projetos complexos. Projetos de todas as áreas são beneficiados com o poder dessas aplicações que rodam na internet. Nesse sentido, a pessoa que lida com isso terá sempre muitas chances de se destacar no mercado.
No contexto atual, podemos mencionar, por exemplo, a computação em nuvem como uma das tecnologias que mais gerou demanda para profissionais web. A tecnologia de nuvem leva aplicações e sistemas para a internet, oferecendo-as como serviço a partir de um login, em vez de como um produto instalado em uma máquina.
Desse modo, os conceitos que trabalhamos aqui — de front, back e mobile — se tornam valiosos. Com o crescimento da nuvem, cada vez mais recursos e aplicativos são oferecidos nesse paradigma, o que requer a criação de sistemas modernos com os conceitos inovadores de desenvolvimento web.
Em todas as áreas de conhecimento, uma pessoa com conhecimentos de front e back pode ser útil. No setor financeiro, no setor educacional e até mesmo no setor logístico.
É comum também que variadas áreas de uma empresa desenvolvam essa conexão com o desenvolvimento web. É o caso de Data Science. Por mais que a pessoa cientista de dados seja responsável por gerenciar e manipular os dados para gerar modelos inteligentes, pode ser necessário contar com alguém que programe interfaces e disponibilize uma aplicação web para acesso àquele modelo.
Vamos pensar em uma situação da aplicação de data science para o RH prever a saída de funcionários, por exemplo. Quando cientistas terminam de criar um modelo, podem passar para uma pessoa programadora, que, por sua vez, deve criar um aplicativo para web para facilitar as previsões com aquele modelo inteligente. Assim, o acesso pela equipe de RH será mais fácil: com uma interface simples.
Além disso, quando pensamos em produtos digitais, a área de front-end e back-end ganha maior relevância por conta das necessidades atuais:
-
melhor experiência do usuário (front);
-
maior segurança nas aplicações (back);
-
maior velocidade (front e back), entre outros pontos.
A importância de falar a língua do time de desenvolvimento
É importante que outras pessoas do time saibam front-end e back-end? A resposta é sim. Pessoas de todas as outras áreas em um time de TI podem se beneficiar com o conhecimento dessas áreas essenciais.
Uma pessoa especialista e cientista de dados, por exemplo, pode cuidar do desenvolvimento da aplicação que mencionamos no tópico anterior ou até mesmo conversar melhor com a pessoa do front-end, atendendo a dúvidas e demandas. Como é responsabilidade de um cientista a apresentação de dados de uma forma que seja útil para a compreensão, saber front-end ajuda na organização visual de informações.
Já profissionais de Marketing, ao dominar conceitos, linguagens e frameworks, podem também ajudar na criação de páginas específicas e na configuração de um site. Um conceito de extrema relevância para o Marketing Digital, o de SEO, depende muito do conhecimento de linguagens front-end e back-end, como HTML, Python (4ª mais usada segundo o Stack Overflow) e PHP.
Ao saber manejar códigos nessas linguagens, especialistas em Marketing Digital conseguem configurar e otimizar melhor os sites para atender aos requisitos de SEO, com uma visão mais técnica de como os navegadores e buscadores funcionam por dentro. É possível programar scripts (pedaços de códigos) que automatizam funções de SEO, inclusive.
Pessoas que cuidam do produto e do UX Design também conseguem melhorar em suas funções ao incorporar conceitos e conhecimentos de front-end. O UX pode ser aperfeiçoado na prática com a otimização das interfaces a partir de novos recursos e tecnologias do front.
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Então: front-end ou back-end? Qual você gosta mais?
As áreas de front-end e back-end são essenciais e continuarão relevantes no nosso mundo. Você pode escolher entre essas duas profissões e conquistar ótimas vagas. Ou ainda pode optar por fazer as duas funções e seguir uma carreira como profissional full-stack, com ainda mais possibilidades de emprego.
Você se interessou por esse termo e quer saber mais? Então, confira o nosso guia sobre full-stack.