Data driven: o que é e como ter uma cultura orientada a dados

Como tomar as melhores decisões em um contexto de aceleração e imprevisibilidade? Descubra como a cultura data driven vai ajudar você e seu negócio.


Falar que uma organização é data driven parece ser a tendência do momento. Enquanto alguns negócios estão lutando para sair da mera teoria e realmente ter decisões orientadas a dados, outras empresas ainda estão alguns passos atrás, tateando sobre o que significa ter uma cultura data driven e como começar esse percurso em direção ao futuro.

Seja qual for o seu caso, nosso objetivo com este artigo é abordar de forma completa esse conceito e te ajudar como líder a transformá-lo em algo prático na sua equipe e na sua empresa.

Você vai entender o que é data driven, a importância e as vantagens dessa mentalidade para organizações. Além disso, vamos compartilhar os 10 passos para uma cultura orientada a dados, segundo um artigo da Harvard Business Review escrito por David Waller. Boa leitura!

O que é data driven e qual a importância?

O termo data driven traz a ideia de ter orientação a dados ou se basear em dados e está diretamente ligado à tomada de decisões nas empresas. Mais do que ter tecnologias de coleta e análise de big data, o modelo data driven business envolve a implementação de uma cultura que impacta as práticas de colaboradores. Nessa mudança, profissionais passam a coletar dados, extrair padrões e fatos e, com isso, gerar insights que influenciam o processo decisório.

Ser data driven é uma consequência natural do ciclo de transformação digital do mercado. À medida que as empresas tornam seus processos digitais, mais dados são gerados, criando um volume substancial de informações valiosas armazenadas: a tão falada big data.

No entanto, esses dados não têm tanto valor se não forem manipulados e usados com estratégia e é esse o alvo que os negócios almejam alcançar. Grandes corporações como Netflix, Spotify e Zara são conhecidas por serem orientadas a dados — e nem precisamos mencionar que elas têm tido sucesso, não é mesmo?

Apesar do modelo data driven ser o objetivo da maioria das lideranças, a pesquisa NewVantage Partners 2021 Executive Survey apontou que apenas 24% das organizações conseguiram sair da fase de comprometimento com os dados para a prática de aplicá-los na tomada de decisões constantemente. 

Acontece que o modelo data driven business não consiste apenas na implementação de tecnologias, na formação de times de dados ou mesmo na instituição de uma pessoa Chief Data Officer (CDO). Todos esses aspectos são essenciais para o sucesso, mas a cultura é um ponto chave que, muitas vezes, se torna o principal desafio a ser superado.

No relatório da NewVantage Partners, 92,2% de profissionais C-level que participaram afirmaram que a cultura é o maior impedimento para se tornar uma organização data driven.

Vamos falar mais abaixo sobre como é possível tornar um negócio orientado a dados. Mas já podemos adiantar que uma mudança na mentalidade das pessoas, de líderes à analistas, precisa ser o primeiro passo. É necessário investir em uma cultura analítica e em data literacy, ou seja, no processo de alfabetização de dados, para que todos ‘falem a mesma língua’.

Quais as vantagens do modelo data driven business?

Ainda que a implementação do modelo data driven tenha desafios, o investimento em Inteligência Artificial e em uma cultura orientada a dados vem crescendo ano após ano nas empresas. Isso porque o otimismo em relação às vantagens a longo prazo é muito maior que os eventuais obstáculos que podem aparecer no início. 

Veja a seguir alguns dos principais benefícios de alcançar o data driven business.

Tomar decisões com maior confiança de bons resultados

Na hora de escolher entre um caminho ou outro, o que pesa na sua decisão? Enquanto a intuição tiver maior força nesse processo, os riscos de falha serão altos. Os dados oferecem a base necessária para que as decisões sejam tomadas com justificativas plausíveis e confiança de bons resultados.

Ter direcionamento em tempos de crise 

No ano de 2020, empresas foram obrigadas a agir rápido na criação de linhas de enfrentamento da crise. Em cenários incertos como esse, a cultura data driven permite que a liderança analise os dados para enxergar possibilidades e formas de reinvenção em tempo hábil para não ficar para trás. 

Conseguir embasamento para inovação 

A análise de dados não deve servir apenas de forma reativa, respondendo a situações apontadas. A verdadeira mentalidade orientada a dados também aproveita as informações de maneira proativa, identificando lacunas de mercado e criando oportunidades vantajosas para o negócio.

Entregar melhores experiências para consumidores

Decisões baseadas em dados também vão permitir que sua empresa entregue mais valor para o público. Isso porque as equipes estarão aptas a ler e interpretar dados com a finalidade de extrair insights que vão aperfeiçoar processos, criar melhores soluções e desvendar os desejos de consumidores.

Como ter uma cultura orientada a dados?

Descobrir os passos para uma cultura data driven parece se comparar a achar o caminho do pote de ouro no mundo dos negócios. Separamos abaixo os 10 passos para alcançar esse alvo, com base no artigo de David Waller para a Harvard Business Review.

1. Faça com que a cultura data driven comece no topo

O exemplo precisa vir da liderança, com profissionais do executivo tornando a leitura e interpretação de dados algo rotineiro. Com isso, colaboradores de todas as hierarquias passarão a usar dados para apresentar suas propostas.

2. Escolha métricas com cuidado e estratégia

O equívoco na hora de escolher as métricas observadas pode levar a um olhar tendencioso sobre toda a operação. Entender o real objetivo da mensuração é essencial para definir quais dados serão acompanhados.

3. Não isole profissionais de Ciência de Dados

Em muitos casos, profissionais de dados não têm a devida integração com as outras áreas da empresa. Líderes do negócio, especificamente, precisam que haja troca com o setor de dados para que realmente haja geração de valor na tomada de decisões.

4. Corrija rapidamente os problemas no acesso aos dados

A democratização do acesso a dados dentro do negócio é fundamental se a liderança espera que todas as equipes tomem decisões data driven. Uma das soluções para garantir o caminho livre é estabelecer medidas de governança e camadas de acesso para que cada time tenha à mão toda a informação que precisa.

5. Coloque a incerteza na conta

Se sabemos que a certeza absoluta é impossível, precisamos colocar a incerteza na balança. Uma ideia é tornar os níveis de incerteza explícitos e mensuráveis em cada iniciativa. Isso ajuda pessoas tomadoras de decisão a lidar com as fontes de incerteza, avaliar os modelos preditivos e realizar experimentos.

6. Faça as provas de conceito simples e robustas, não extravagantes e frágeis

Provas de conceito precisam ser, acima de tudo, viáveis. Do contrário, boas ideias podem ir para fase de produção e mostrarem pouca praticidade. Na análise de dados, uma boa proposta é construir modelos menores inicialmente, que serão aperfeiçoados aos poucos.

7. Ofereça treinamento especializado na hora certa

Enquanto algumas habilidades precisam estar no treinamento fundamental de uma organização data driven, outras podem ser ensinadas no momento específico em que precisarem ser utilizadas. Isso evita que o conhecimento se perca antes da prática.

8. Use analytics para empoderar colaboradores

Uma cultura data driven pode falhar por falta de engajamento das pessoas da empresa. Por isso, os benefícios da análise de dados precisam estar claros para quem atua na organização. Ao entender como poderão otimizar o tempo, evitar retrabalho e acessar informações importantes, o aprendizado fará sentido tanto para a atuação profissional quanto para a vida cotidiana.

9. Se prepare para trocar flexibilidade por consistência - pelo menos no curto prazo

No início da implementação da cultura de dados, é possível que inconsistências nos dados apareçam, principalmente quando eles vêm de diferentes padrões de codificação ou linguagens. Inicialmente é preciso ter maior rigidez e padronização para garantir consistência. O alinhamento do banco de dados e o treinamento das pessoas analistas vai colocar esse aspecto nos eixos.

10. Promova o hábito de explicar escolhas analíticas

É possível que diferentes abordagens sejam usadas para resolver um problema com dados. Por isso, mais uma dica é tornar uma boa prática a explicação do caminho usado para chegar a uma decisão. Assim, todas as equipes podem entender de forma mais profunda as alternativas, além de se acostumarem a repensar suposições.

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Esperamos que este artigo tenha ajudado você a descobrir o que é e como funciona a mentalidade data driven. Como você viu, ela é essencial para profissionais de alta performance que desejam continuar se desenvolvendo e gerando muito impacto por onde passam.

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