Ter fluência em dados é uma das competências essenciais para o futuro do trabalho. Descubra como desenvolver e como abordar na empresa.
Você fala a língua dos dados ou ainda precisa se alfabetizar? Pode parecer uma pergunta inusitada, mas é exatamente disso que se trata o termo data literacy: alfabetização em dados ou, em outras palavras, fluência em dados. Assim como ler e interpretar textos ou mesmo falar uma língua estrangeira, a literacia em dados tem se tornado uma exigência para profissionais e empresas.
Neste texto, você vai entender o que é data literacy e porque esse tema tem ganhado força nos últimos anos. Vamos explicar também como a alfabetização em dados é importante no desenvolvimento profissional e porque organizações precisam implementar uma mentalidade orientada a dados. Boa leitura.
Data literacy é a capacidade de ler, trabalhar, analisar e se comunicar com dados. Assim como conseguimos escrever e interpretar um texto em nossa própria língua, a alfabetização em dados permite que usemos esses recursos para extrair informações relevantes e orientar decisões. Por isso, a literacia de dados é considerada uma das principais skills para atuar no futuro do trabalho.
Para aumentar a compreensão sobre esse campo de conhecimento e possibilitar que ele seja mensurado no contexto corporativo, uma parceria entre as empresas Qlik e IHS Markit e pesquisadores da universidade Wharton School criou um índice com alguns pilares de data literacy.
O índice considera três aspectos para definir se uma empresa tem níveis satisfatórios de alfabetização em dados. Vamos falar de cada um deles a seguir.
O primeiro pilar observa as habilidades de data literacy nas pessoas que atuam na organização. Empresas alfabetizadas em dados contam com um quadro de colaboradores que têm essa habilidade. Isso pode acontecer por meio de contratações e também por meio de programas de treinamento de profissionais. Assim, cada pessoa estará apta para interpretar e usar os dados em sua função.
Esse fator se subdivide em dois aspectos: a descentralização dos dados, que permite que cada profissional da empresa tenha acesso às informações necessárias para a tomada de decisão; e os recursos de dados, que garantem que as informações sejam capturadas e apresentadas de forma a dar suporte à tomada de decisões data driven.
O último aspecto considera o quão difundido está o uso de dados dentro da organização. Cada departamento precisa ser capaz de extrair insights baseados em dados e usá-los para a criação de iniciativas.
Usamos o termo ‘fluência em dados’ como sinônimo, porque o cenário de uma empresa com profissionais que não dominam esse tema se assemelha muito a estar em um país de língua diferente.
Organizações data driven — ou seja, orientadas a dados — têm no cerne de sua cultura a mentalidade de que todas as decisões precisam ser conduzidas pela análise de dados. Com isso, quem não fala essa língua certamente vai ter dificuldades de se comunicar e, consequentemente, de produzir os resultados esperados.
Desenvolver essa habilidade o quanto antes é essencial se você quer fazer parte do grupo de profissionais do futuro e ter a preparação para enfrentar os desafios da atualidade. Se você já passou pelo processo de aprender uma segunda língua, sabe o quão desafiador pode ser. No entanto, assim como qualquer outra skill, data literacy é passível de aprendizado.
Podemos dizer que existe um conjunto de conhecimentos que vai fazer de você uma pessoa alfabetizada em dados. Eles são:
compreender o pensamento de dados: saber quais informações são coletadas, o motivo da coleta, como isso acontece e como esses dados podem ser usados;
saber como dados são processados: entender as fontes dos dados coletados e se elas são completas e satisfatórias para os objetivos;
saber dar sentido aos dados: por meio de conhecimento estatístico básico você vai conseguir fazer as perguntas certas e obter as respostas nos dados;
comunicar em dados: além de saber visualizar e entender o que os dados dizem, é importante saber como repassar isso para o time ou para a liderança de forma prática, por meio de insights que levem a um plano de ação.
Já falamos da necessidade de profissionais investirem na alfabetização em dados para garantirem boas oportunidades em empresas data driven. Mas é verdade que data literacy ainda não é uma realidade para muitas organizações. Por isso, precisamos dar um passo atrás e pensar também na relevância de implementar essa mentalidade a partir da liderança.
Pessoas em posição de liderança com certeza estão atentas às mudanças cada vez mais rápidas que o mercado está vivendo por conta da tecnologia. Há poucos anos, a corrida era para trazer a transformação digital para o negócio, no entanto, é melhor não parar apenas na digitalização e automação de processos.
Para continuar atuando de maneira competitiva, a empresa precisa investir na alfabetização em dados. Esse investimento não deve se limitar à contratação de profissionais de dados e uso de tecnologias de big data e inteligência artificial.
Data literacy envolve uma mudança em toda cultura corporativa e implica na capacitação de colaboradores nessa — não tão nova — disciplina: leitura, análise e uso de dados na tomada de decisões. Isso deve fazer parte do dia a dia das equipes e se tornar orgânico nas práticas organizacionais.
Quando isso não acontece, os inúmeros recursos investidos em ciência e análise de dados acabam gerando um retorno muito abaixo do esperado. Segundo um artigo da Harvard Business Review, apenas 8% das organizações estão tendo sucesso na realização das mudanças estruturais necessárias que permitem ampla adoção de IA. Isso porque a transformação de cultura é um desafio muito maior que a implementação de tecnologia.
Dados são o recurso mais valioso que existe atualmente, mas eles só geram real impacto quando são usados ativamente e de maneira inteligente por profissionais e empresas. Por isso, data literacy é uma competência cada vez mais relevante e logo se tornará obrigatória para atuar na economia digital.
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