O que é SQL: conheça a linguagem mais importante do mundo digital

Entenda o que é SQL e descubra porque o conhecimento dessa linguagem é essencial para quem quer seguir carreira em Data Analytics ou Data Science.


Quem se interessa pela área de dados já notou que são muitas siglas povoando esse universo. Uma das mais importantes é SQL e neste artigo você vai entender os motivos. Por mais que seja um assunto técnico, saber o que é SQL é essencial para uma trajetória em Análise de Dados ou Ciência de Dados.

Ao longo deste conteúdo, você vai compreender o que é SQL, como essa linguagem surgiu e para que ela é importante. Continue a leitura e confira.

O que é SQL?

SQL significa Structured Query Language, ou Linguagem Estruturada de Consultas, em português. Mas não é só “uma” linguagem: é a linguagem padrão universal, usada por cientistas de dados para manipular bancos de dados por meio dos SGBDs. 

Está complicando? Então vamos dar um passo para trás que vai fazer mais sentido. Vamos explicar a seguir que são SGBS.

Nos sistemas informatizados, é sempre necessário armazenar informações em bancos de dados. Ou seja, em coleções de dados que se relacionam de forma a criar sentido. Nas últimas décadas, os bancos se tornaram os verdadeiros corações desses sistemas.

Como a informação desses bancos é organizada e administrada? Por meio de um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados — justamente o SGBD. Essa sigla se refere ao conjunto de programas de computador (softwares) responsáveis pelo gerenciamento de uma dada base de dados.

Dentro de um banco de dados, o SGBD é uma espécie de faz tudo. Desde salvar os dados no HD até oferecer uma interface para que programas e usuários externos acessem, passando pela ligação de dados e metadados e pelo controle ao acesso dessas informações. E a linguagem que permite esse acesso ao banco é justamente a SQL.

Como surgiu a linguagem SQL?

Começou a entender o que é SQL? Então vamos contextualizar falando de como essa linguagem surgiu. Pode começar agradecendo à International Business Machines.

A Linguagem de Consultas foi criada em meados dos anos 1970, pela IBM. Logo se tornou popular por ser simples e de fácil uso. Só que, como a linguagem foi sendo redefinida por outros produtores, surgiu a necessidade de padronizá-la. E foi justamente o que a American National Standards Institute (ANSI), organização que estabelece parâmetros para o setor de desenvolvimento nos EUA, fez.

Depois, em cada revisão, a linguagem ganharia um subtítulo, de acordo com o ano — tais como SQL 92, SQL 1999 e SQL 3. Embora seja padronizada pela ANSI e ISO, o SQL ainda possui muitas variações e extensões produzidas por diferentes fabricantes, que trazem diferenças nas estruturas principais.

Como a linguagem SQL se divide?

Seja como for, a importância do que é SQL resume-se em uma palavra: unificar. Para entender isso, basta você imaginar que vai viajar para um país cuja língua desconhece, e onde ninguém fala inglês. Seria difícil fazer qualquer coisa, não? De pedir um prato em um restaurante a acertar uma estação de metrô.

Nos bancos de dados, é a mesma coisa: programas diferentes, com códigos diferentes, executando tarefas diferentes. E o SQL funciona como o inglês: a linguagem universal usada pelo desenvolvedor para que todos os programas se comuniquem. Qualquer operação realizada em banco de dados pode ser solicitada ao SGBD utilizando-se esta linguagem.

Mas, assim como aprender um novo idioma é trabalhoso, conhecer a linguagem SQL traz desafios. A começar pelo fato de que a linguagem é dividida em quatro grupos de acordo com o tipo de operação a ser executada no banco de dados: DML, DDL, DCL e DTL.

Vamos explicar brevemente a seguir quais são as definições e os comandos para cada um desses grupos:

  • DML — Data Manipulation Language, ou Linguagem de Manipulação de Dados: o subconjunto mais usado da linguagem SQL;

  • DDL—  Data Definition Language, ou Linguagem de Definição de Dados: usado para gerenciar a estrutura do banco de dados;

  • DCL — Data Control Language, ou Linguagem de Controle de Dados: usado para controlar o acesso aos dados;

  • DTL — Data Transaction Language, ou Linguagem de Transação de Dados: fornece mecanismos para controlar transações no banco de dados.

Deu para perceber a importância do que é SQL? Você pode não ter intenção de se tornar expert no assunto, mas conhecer a linguagem faz a diferença, uma vez que permite a você conhecer o coração de qualquer sistema.

Como a SQL é usada em análise de dados?

Muitas pessoas que lidam com ciência de dados ainda desconsideram o uso de SQL, por ser uma linguagem mais tradicional, associada a dados estruturados. Contudo, é importante destacar que a área tem descoberto o potencial do uso dessa tecnologia para lidar com dados de forma simples e efetiva, com menos problemas e desperdícios de tempo.

Inclusive, a linguagem SQL pode ser considerada como um complemento ao Pandas, principal biblioteca de gestão de dados em Python. 

Um dos usos da linguagem é para análise descritiva e exploratória. Com os simples comandos do SQL, cientistas são capazes de automatizar a manipulação dos dados e gerenciar de forma mais simplificada consultas, alterações e filtros. 

Por exemplo, é possível pesquisar por tabelas específicas que atendam a certos critérios com o comando “select”, criar tabelas a partir disso e organizar a visualização de acordo com o objetivo.

Inclusive, os conhecimentos de estatística podem ser combinados com essa habilidade nos comandos utilizados. Cientistas conseguem desenvolver gráficos e recursos que permitem a criação de dashboards e relatórios personalizados. Esses dashboards são utilizados por analistas e por outras pessoas do negócio para tomar decisões ou para compartilhamento em reuniões.

No caso de uma análise SQL, é importante que os dados sejam convertidos e organizados devidamente para o modelo de tabelas. Ou seja, é necessário mudar do formato “csv”, por exemplo, para o modelo relacional. Algumas análises podem exigir que os dados sejam novamente convertidos para outros formatos, inclusive.

Há também estratégias que buscam realizar perguntas e responder algumas hipóteses com a manipulação SQL. Nesse caso, é possível manipular e editar as bases para atender ao propósito necessário e encontrar padrões e tendências.

Em outros casos, é possível desenvolver amostras para treinamento de Machine Learning, de uma forma facilitada também. Existem comandos específicos para intercalar tabelas e relacionar duas tabelas distintas, por exemplo, que ajudam no tratamento antes da modelagem. 

Dividir uma base em categorias de treinamento e teste — algo típico do aprendizado de máquina supervisionado — é muito mais simples com comandos automatizados e padronizados.

No caso do Python, profissionais possuem bibliotecas específicas para gerenciar comandos típicos do SQL, como o SQLite. 

Como aprender SQL? 

Diante do que falamos, é evidente a importância de evoluir na linguagem SQL e aprender mais sobre a tecnologia. Hoje, existem diversas estratégias para fazer isso.

Uma delas é a busca por tutoriais e documentação dos SGBDs que usam o SQL. Na área de tecnologia, é impossível não recorrer a guias de documentação acerca dos padrões, bibliotecas e ferramentas que são utilizados. Eles apresentam exemplos e definições e ajudam a elucidar como solucionar problemas com aquele padrão específico.

Também vale mencionar a busca por conteúdos em vídeo. Essa é uma vantagem para pessoas que gostam de aprender com métodos visuais ou com alguém realmente colocando a mão na massa.

Outra possibilidade é o uso do stack overflow, importante website para resolução de dúvidas práticas na área de TI. Uma espécie de mini-google ao qual as pessoas desenvolvedoras sempre recorrem. É um fórum que demonstra como a área é extremamente colaborativa. Nele, as pessoas podem buscar dicas e formas de resolver problemas com o SQL.

Uma dica importante para aprender a linguagem é se engajar em projetos práticos. Assim, estudantes conseguirão colocar o conhecimento em atividade e evoluir de uma forma mais consolidada. 

Também vale mencionar o ingresso em cursos práticos sobre a linguagem. Eles ajudam muito, pois oferecem a expertise de especialistas na resolução dos principais problemas. 

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Em um mundo cada vez mais digital, saber o que é SQL e “falar SQL” — ainda que só o básico  —  é um grande diferencial para sua carreira na área de dados. 

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