Taís Nunes, Líder de Recrutamento para Tecnologia no iFood, compartilhou 6 dicas para entrevistas de emprego nas áreas de Tech, Produto e Design.
Mercados altamente competitivos exigem preparação diante de recrutadores e processos seletivos. Em setores como Produto e Design, em que o número de vagas abertas é alto, mas também há bastante concorrência, captar atenção para si é uma vantagem e tanto. Portanto, dicas para entrevista de emprego e posicionamento profissional são sempre bem-vindas!
Quantas vezes você percebeu que tinha qualificação técnica para uma posição, mas não conseguiu a vaga? Por vezes, detalhes distanciam grandes profissionais da oportunidade que sempre quiseram. Saber como preparar sua imagem profissional e relatar suas experiências, skills e qualificações desde antes do momento da entrevista é essencial!
Quem reforça essa necessidade é Taís Nunes, que é Líder de Recrutamento para Tecnologia no iFood. Neste artigo, trouxemos dicas compartilhadas por ela para pessoas que buscam oportunidades nas áreas de Produto e Design.
Fizemos um resumo das dicas que você vai aproveitar ao longo do artigo.
Tenha um currículo claro e objetivo;
Entenda como você tem fit com a empresa;
Entenda o que é avaliado em cada etapa;
Dedique atenção plena ao momento;
Fale sobre você com sinceridade e objetividade;
Compartilhe cases que mostram suas soft skills.
Acompanhe para conferir mais sobre cada uma!
Você só chega na entrevista se tiver uma apresentação realmente impactante, o que passa pelo seu currículo, naturalmente. Talvez esse seja o fator que mais complica a vida de profissionais que querem se apresentar ao mercado, principalmente porque não sabem para qual lado ir: um currículo super moderno e sofisticado ou algo mais simples e objetivo?
A verdade é que você precisa focar no conteúdo: seu resumo profissional, experiências, qualificações e o que você já fez de interessante. Organize essas ideias da esquerda para a direita, de cima para baixo. Essa é a ordem natural de leitura e é esse caminho que pessoas recrutadoras farão com os olhos ao analisar seu currículo.
É melhor evitar o excesso de elementos visuais. Talvez você já tenha visto templates de currículo pela web cheios de detalhes que os deixam bonitos, mas pouco funcionais. É que pessoas recrutadoras têm muitas candidaturas para analisar e pouco tempo sobrando para isso. Portanto, informação organizada é a única coisa que essas pessoas desejam!
"Não invente moda, não crie um documento que foge da nossa lógica mental, que é: lemos da esquerda para direita e de cima para baixo. Não use infográficos, símbolos ou qualquer coisa que possa ser subjetiva ou que não seja entendido rapidamente. Você tem de 6 a 7 segundos, no máximo, para me conquistar quando abro o seu CV." – Taís Nunes
Não dá para deixar de considerar que há uma triagem com um grande volume de candidaturas, ou seja, pessoas recrutadoras precisam agilizar o processo. Então, prefira ir sempre direto ao ponto e aposte sempre nas palavras-chave relacionadas à área em que você atue. Isso vai captar atenção de quem recruta e gerar a associação da sua pessoa com perfis profissionais buscados.
Quer uma boa dica para entender mais sobre as palavras-chave? Leia sempre com atenção os mais diferentes anúncios de vagas do seu setor! Esses termos sempre estarão posicionados nesse texto. Geralmente, essas palavras-chave são qualificações específicas, soft skills e habilidades, além de termos relevantes do mercado. Você também pode usar o LinkedIn como fonte para descobrir esses termos!
Uma das principais dicas para processo seletivo é avaliar seu fit com a empresa. Todo recrutamento é feito com base em perfis profissionais e, se você não se encaixa, naturalmente não avançará às entrevistas. Então, esta é uma dica focada em otimizar seu tempo e também gerenciar suas expectativas com candidaturas.
Em áreas como Produto e Design, os processos seletivos têm várias etapas, que podem ser de três a quatro, em média. Isso significa que há muito trabalho a ser feito pelas pessoas que estão conduzindo esse recrutamento. Em outras palavras, quem executa essas ações precisa otimizar o processo para não captar pessoas sem o fit cultural necessário.
Se você não consegue identificar o "match" entre você e a empresa, são grandes suas chances de se candidatar a vagas que simplesmente não se encaixam com você. E aí, você perde tempo enviando seu currículo, preenchendo dados e ainda cria expectativas por uma oportunidade que dificilmente acontecerá.
Também é importante perceber o seu real interesse em fazer parte daquele time. Pense se seus valores e propósitos se conectam com a empresa e se o que é proposto no cargo se alinha com seu plano de desenvolvimento.
“O match tem que acontecer tanto da pessoa candidata com a empresa como vice versa. Isso é uma escolha de ambos, e não de um lado só.” – Taís Nunes
Parece desafiador ter uma visão clara sobre isso antes mesmo das primeiras conversas com representantes da empresa, certo? Uma dica da especialista Taís Nunes é fazer networking para ouvir de outras pessoas opiniões sobre aquele ambiente de trabalho. Assim, sua tomada de decisão fica mais embasada.
Passou para as etapas de entrevista? Então a dica é usar esse espaço também para confirmar seu fit cultural. Faça perguntas sobre a empresa, busque entender a cultura, momento, desafio, cargo e o que você vai encontrar ali. Lembre-se que a escolha também é sua.
Para vagas em Tech, Produto e outras áreas, há etapas específicas nos processo seletivos. Por vezes, essas fases são devidamente descritas no detalhamento do recrutamento, algo que deve ser observado com atenção pelas pessoas que estão se candidatando.
Sobre essa questão, Taís reforça que o objetivo central é observar dois campos de habilidades e qualificações: técnicas e comportamentais. Como falamos, o fit cultural é uma exigência fundamental e isso depende não só do que pessoas colaboradores podem fazer, mas também como elas podem fazer e de que maneira isso impacta a empresa.
"As entrevistas possuem etapas diferentes, mas que no final das contas todas querem avaliar pontos comportamentais e técnicos necessários para cada área. Nós, do time de recrutamento, independente da área, queremos entender as competências e se você possui fit cultural com a empresa."
Nessas três ou quatro etapas, o time de recrutamento vai avaliar, basicamente:
as qualidades técnicas para desempenhar o cargo ao qual está se candidatando;
as habilidades comportamentais e pessoais, as famosas soft skills, de acordo com a posição que ocupará na empresa;
a capacidade de se encaixar, ou se adaptar, à cultura organizacional da empresa;
o alinhamento de visão e interesse entre pessoas candidatas e empresa recrutadora.
Esta é uma das melhores dicas para entrevistas de emprego. Pode parecer algo óbvio dizer que você deve prestar toda atenção no que está fazendo durante um momento tão importante. Mas, acredite: há pessoas que têm dificuldades em fazer isso. E o pior, não se trata de uma condição que essas pessoas carregam, mas sim, algo comportamental.
Com as mudanças de um mundo pandêmico e pós-pandêmico, as entrevistas por videochamada são cada vez mais comuns e devem ser algo concreto no futuro. Portanto, é muito necessário analisar de que maneira isso impacta o comportamento de quem está sendo entrevistado. É que, nesse cenário, muitas pessoas candidatas não têm conseguido dedicar atenção plena às conversas com quem recruta.
Se você conseguiu uma entrevista, precisa entender que aquele momento é especial e muitas pessoas queriam estar no seu lugar. Além disso, isso era o que você mais desejava. Então, simplesmente se desligue de e-mails, notificações, ligações, abas abertas no navegador e o que mais possa desviar seu foco no momento da entrevista.
Essa falta de foco, além de impedir que você se mostre inteiramente como pessoa e profissional a quem está recrutando, também é uma demonstração de desinteresse. Acredite: pessoas recrutadoras não vão considerar pessoas que mostram falta de foco ou que simplesmente não estão focadas apenas naquele momento.
"Se você está em uma entrevista, foque 100%, esqueça as mensagens, os e-mails e o telefone que toca. Nós, recrutadores, conseguimos, mesmo que a distância, sentir tua vontade de estar naquela conversa e ver o seu brilho nos olhos."
Taís também reforça que essa falta de concentração atrapalha a linha de raciocínio e participação da pessoa candidata, que acaba não conseguindo mostrar quem realmente é. Se o caso for agenda cheia naquele dia, preocupação com um problema pessoal ou outro ponto, remarcar a entrevista é sempre uma opção!
"Se você não estiver em um dia bom, peça para remarcar o papo. Está tudo bem não estar bem e a pessoa que se prejudicará será somente você."
Falar sobre si é um problema para você? Muitas pessoas têm dificuldades em expressar ideias sobre suas qualidades técnicas e comportamentais de maneira clara e organizada.
Em alguns casos, a dificuldade é em manter o foco no que é importante. Isso faz com que ótimas pessoas candidatas acabem por desvirtuar o foco da entrevista, perdendo a oportunidade de realmente criar uma ideia mais sólida sobre suas capacidades. Por vezes, tentam mostrar mais do que realmente são capazes de entregar.
Ninguém erra tentando trapacear. Nesses casos, estamos falando de entrevistas de emprego e tudo que desejamos é mostrar o quanto estamos preparados para o cargo em questão. O problema é que se você não foca no que é importante e organiza seu pensamento, certamente falará muito e entregará poucos esclarecimentos a quem está recrutando.
Taís destaca dois pontos essenciais que são muito valorizados em processos seletivos para vagas no iFood:
Saber construir raciocínio de maneira estruturada, com início, meio e fim;
Entender o que está sendo perguntado e responder exatamente aquilo.
A ansiedade de querer impressionar pode jogar contra as pessoas candidatas. O ideal mesmo é ter atenção nas perguntas e no bate-papo e não tentar ser uma pessoa diferente do que realmente é. Também é muito importante ser transparente quanto a não conhecer um conceito ou não saber executar algo na rotina, ou operar em um software, por exemplo.
"Não tente ser quem vocês não é e nem tente ser uma pessoa perfeita. O personagem não se sustenta por muito tempo! Por fim, [tenha] brilho nos olhos pela sua profissão e pelo que faz. Buscamos pessoas apaixonadas!"
As soft skills são as habilidades do futuro do trabalho. Mais do que qualificações técnicas, as pessoas precisam apresentar capacidades emocionais e pessoais para lidar com situações. Com isso, o que as empresas realmente querem saber é como colaboradores se comportam em situações variadas e quais decisões tomariam.
O entendimento é que essas características pessoais têm grande influência em como elas trabalham em equipe, de que maneira lidam com desafios e como ajudam empresas a alcançar objetivos. De olho nisso, o The World Economic Forum (WEF), por meio do relatório Future of Jobs, listou as 15 soft skills mais necessárias no momento:
Pensamento analítico e inovação
Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
Resolução de problemas complexos
Pensamento crítico
Criatividade, originalidade e iniciativa
Liderança e influência
Uso, monitoramento e controle de tecnologia
Design de tecnologia e programação
Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
Raciocínio, resolução de problemas e ideação
Inteligência emocional
Resolução de problemas na experiência do usuário
Mentalidade de customer service
Análise e avaliação de sistemas
Persuasão e negociação
Com base nessas soft skills, os recrutamentos estão se baseando em competências, mas com foco em de que maneira elas foram aplicadas na rotina de trabalho. Assim, é necessário que profissionais sejam capazes de exemplificar o uso dessas habilidades em cases reais com os quais lidaram ao longo do tempo de carreira.
A única forma de comprovar eficácia e a veracidade das competências que as pessoas afirmam ter é as questionando sobre como agiram em situações reais. Momentos únicos na rotina de trabalho vão exigir diferentes habilidades comportamentais. Portanto, são só nesses momentos em que é realmente possível comprovar a capacidade de profissionais.
"Vamos sempre perguntar sobre algo que aconteceu no passado, para saber como agiu, que decisão tomou, o que sentiu, como tomou decisões, como falou os nãos, com quem trabalhou, quem envolveu, se algo deu errado e o que você fez, como era o time, etc."
Essas seis dicas para entrevista de emprego que você conferiu podem formar uma base sólida de preparação para muitos processos seletivos. Ainda assim, você não pode parar de se desenvolver como profissional. Independentemente se a ideia é conquistar uma posição no mercado ou fazer transição de carreira, aprender nunca é demais!
Você pode seguir Taís Nunes no Instagram, onde ela compartilha mais dicas para processos seletivos.