mulher anda por corredor de empresa segurando notebook

15 habilidades do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial

Veja quais são as habilidades do futuro apontadas pelo World Economic Forum como essenciais para os profissionais e entenda como se preparar.


O que o mercado está buscando? Essa é uma pergunta que provavelmente passa pela sua mente enquanto profissional. Primeiro, precisamos esclarecer que a procura vai além das habilidades técnicas — as hard skills. As soft skills são consideradas as habilidades do futuro do trabalho e estão mudando a forma como profissionais atuam e como empresas recrutam pessoas.

Que tal começar entendendo quais competências são essenciais? O relatório Future of Jobs, do The World Economic Forum (WEF), apontou quais são as 15 soft skills do futuro do trabalho. Veja a seguir!

  1. Pensamento analítico e inovação
  2. Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
  3. Resolução de problemas complexos
  4. Pensamento crítico
  5. Criatividade, originalidade e iniciativa
  6. Liderança e influência
  7. Uso, monitoramento e controle de tecnologia
  8. Design de tecnologia e programação
  9. Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
  10. Raciocínio, resolução de problemas e ideação
  11. Inteligência emocional
  12. Resolução de problemas na experiência do usuário
  13. Mentalidade de customer service
  14. Análise e avaliação de sistemas
  15. Persuasão e negociação

Essas habilidades do futuro podem guiar o processo de qualificação de quem está em transição de carreira. Continue a leitura e saiba mais sobre elas.

O que são as habilidades do futuro?

Habilidades do futuro ou soft skills são competências de ordem social e emocional, que guiam o comportamento de uma pessoa e seu desempenho enquanto profissional.

Ao contrário das hard skills, que são habilidades técnicas geralmente desenvolvidas em cursos, treinamentos e aulas, as soft skills são aprendidas e desenvolvidas ao longo da vida, por meio das experiências pessoais.

Isso não significa que não possam ser desenvolvidas voluntariamente, mas sim que as vivências de cada pessoa têm uma influência significativa no aprendizado dessas habilidades.

Por que as empresas estão atentas a essas habilidades?

Nos últimos anos, organizações descobriram que a união entre soft skills e hard skills é o fio condutor de uma performance de excelência. Por isso, à medida que as competências socioemocionais se tornam um critério de recrutamento, o desenvolvimento dessas hablidades do futuro se torna imperativo.

Estamos em um período de muitas mudanças no mercado de trabalho que, com a pandemia, foi impulsionado a adotar a transformação digital que, até então, chegava de forma um pouco menos acelerada. As empresas que ainda ignoravam o potencial disruptivo dessa transformação precisaram se reinventar, e foi nessa transição que as soft skills ganharam ainda mais destaque.

A expansão do home office e do trabalho híbrido, a adoção de tecnologias e a automatização de processos fizeram com que alguns empregos entrassem em declínio, enquanto outras funções emergiram. Entre elas estão profissões menos operacionais e mais estratégicas, focadas no digital, na análise de dados e na gestão de pessoas, como também é apontado pelo relatório do WEF.

Nesse cenário imprevisível e instável, apenas alguns profissionais se destacam. Entre eles, estão os que são capazes de:

  • se adaptar às mudanças;

  • propor soluções inovadoras;

  • gerenciar conflitos de forma criativa;

  • lidar de forma empática com outras pessoas;

  • entre outras skills consideradas habilidades do futuro.

O conhecimento técnico ainda é importante, contudo, ainda mais relevante é a capacidade de continuar se desenvolvendo, aprendendo e providenciando os recursos necessários para se ajustar às transformações.

Keiko Mori, Líder de Produto para Search Ads no Google, sintetiza bem esse novo cenário:

"Não pense que a transformação digital é sobre tecnologia. A questão não são quantas plataformas ou ferramentas você domina. O que vai diferenciar você hoje no mercado, em uma entrevista ou processo seletivo, é o que você faz com as ferramentas. Não é só sobre tecnologia, é sobre pessoas."

Sabe aquela história de que nossos empregos seriam tomados por robôs? Talvez alguns. Contudo, os outros serão ocupados por seres humanos que, diante das oportunidades, conseguiram se adaptar e desenvolver essas valiosas habilidades profissionais.

Quais são as 15 habilidades do futuro do trabalho?

Continue a leitura para compreender quais são as habilidades do futuro e como adquirir ou desenvolver cada uma delas.

1. Pensamento analítico e inovação

O pensamento analítico envolve a capacidade de identificar e definir problemas, usando as informações disponíveis para dividi-los em problemas menores e resolvê-los de forma lógica. Considerando o aumento significativo na produção e uso de dados nas empresas, é essencial que existam profissionais com aptidão para aproveitá-los na tomada de decisão por meio de um pensamento analítico.

Anderson Palma, Sócio Fundador no Growth Labs, ressalta:

"Dados só são importantes a partir do momento que tem alguém capaz de lê-los. Informação tem aos montes, mas ter pensamento crítico é parar e entender o que você pode fazer para mudar algo."

Profissionais que atuam nos campos de Análise e Ciência de Dados aparecem em primeiro lugar na lista de carreiras promissoras para os próximos anos, também de acordo com o World Economic Forum.

Usar dados e lógica para resolver problemas no ambiente empresarial é mais efetivo que decidir com base na intuição. Além disso, conduz à inovação de forma inteligente e embasada, com maiores chances de sucesso nas iniciativas. Nesse contexto, faz total sentido que o pensamento analítico apareça em primeiro lugar na lista de soft skills do futuro.

2. Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem

Aprender a aprender é mais uma competência fundamental para os próximos anos no mercado de trabalho. Entender a necessidade de atualização constante e saber como desenvolver habilidades de maneira ativa vai impactar a velocidade do aprendizado e a qualidade do seu desempenho profissional.

Ter estratégias de aprendizagem envolve saber quais métodos são os mais eficazes para o seu processo de aprendizagem. Para profissionais, a metodologia learning by doing, ou fazer aprendendo, pode gerar ótimos resultados, já que a pessoa pode colocar a mão na massa, unindo conhecimentos teóricos com a prática.

3. Resolução de problemas complexos

Uma das características do mundo VUCA é a complexidade e a dinâmica das empresas também é atravessada por esse aspecto. No entanto, não saber lidar com isso pode ser prejudicial para uma organização, inclusive impedindo o crescimento. De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, 43% dos gerentes de negócios entrevistados apontaram que a complexidade impede a tomada de decisões eficazes.

Por isso, resolução de problemas complexos é uma soft skill do futuro que você precisa desenvolver. Um artigo da Accenture mostrou como profissionais podem fazer isso em cinco etapas:

  • focar no que é essencial e imediato;

  • dividir o problema em partes e subpartes;

  • usar feedback e feedforward;

  • apostar no processo de tentativa e erro;

  • entender em que momento o problema foi resolvido.

4. Pensamento crítico

A habilidade de questionar e tomar decisões baseadas em evidências concretas também está na lista de soft skills do futuro. O pensamento crítico age convocando toda a bagagem de conhecimento do indivíduo, usando esse arcabouço para ponderar motivos e desenvolver argumentos válidos para responder a uma situação de forma lógica.

Essa competência se une ao pensamento analítico na tomada de decisões e, além disso, também é essencial no processo de resolução de problemas complexos.

Segundo Adalberto Silvestre, Gerente de Campanha de Marketing LATAM na NVIDIA:

"Pensamento crítico é um dos fatores fundamentais dependendo do nível de carreira que você está. Existem dois pilares quando a gente pensa nesse tema: o primeiro é o conhecimento prático do que você quer trabalhar e o segundo é experimentar. Não basta só olhar dashboards, relatórios e ler livros. A gente precisa da vivência, isso que gera o pensamento crítico."

5. Criatividade, originalidade e iniciativa

É possível aprender a ter criatividade? Muitas pessoas pensam que essa competência é inerente a um grupo seleto de profissionais. No entanto, criatividade e originalidade podem ser desenvolvidas a partir de um olhar curioso e questionador. Pessoas criativas conseguem enxergar oportunidades em vez de lacunas e problemas — e por isso são tão buscadas pelas empresas.

Em um TED Talk, o produtor executivo Bill Stainton explica que, para desenvolver essa soft skill do futuro, é preciso “sair do casulo”, se expondo a diferentes experiências, ideias e pessoas. Além de sair da zona de conforto, é necessário perder o medo de errar, afinal, ótimas soluções podem surgir de ideias que parecem improváveis inicialmente.

Confira esse relato da Marketing Manager Ellen Rocha, que é um ótimo exemplo de aplicação dessa habilidade:

"O que me ajudou muito a desenvolver pensamento estratégico foi entender como eu me relacionava com outras pessoas e como eu poderia aproveitar soluções e ideias de outras áreas de conhecimento que podem te ajudar a resolver problemas da sua própria área."

6. Liderança e influência

A alta performance de times de talentos e o sucesso de uma empresa estão diretamente ligados à liderança. Liderar não envolve estar em determinada posição hierárquica, mas sim ter capacidade de influenciar positivamente as pessoas que estão à volta, motivando, guiando iniciativas e tomando boas decisões.

Se antes era preciso escolher entre uma carreira de especialista e uma de liderança, atualmente muitas organizações criam pequenos times especializados que exigem pessoas em posição de líder. Em áreas como Product Management e Dados, exigindo qualidades como empatia, boa comunicação, capacidade de organização e de decisão para líderes, tais como:

  • empatia;

  • boa comunicação;

  • capacidade de organização;

  • capacidade de decisão.

7. Uso, monitoramento e controle de tecnologia

Uma pesquisa da Universidade de Brasília mostrou que 54% dos empregos formais no Brasil estão ameaçados por máquinas ou softwares. A ideia da tecnologia tomando a frente de inúmeras tarefas não é mais uma novidade. Por isso, profissionais precisam desenvolver skills que garantam uma convivência harmônica com ferramentas tecnológicas.

O uso, monitoramento e controle de tecnologia trata da capacidade de determinar quais tipos de ferramentas e equipamentos são necessários para que um trabalho seja feito. Além disso, envolve a habilidade de gerenciar esses recursos, seja controlando máquinas, seja observando as informações geradas pelos softwares.

8. Design de tecnologia e programação

O desenvolvimento de tecnologias pode soar como algo extremamente técnico. No entanto, essa competência da lista de soft skills do futuro do trabalho também exige um olhar humano para que seja eficiente.

Para criar softwares ou soluções tecnológicas como produtos digitais, é fundamental que haja uma compreensão aprofundada da pessoa usuária. Assim, o produto final terá o propósito de servir as necessidades do público.

9. Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade

Novamente falando do mundo VUCA, é necessário pensar que a volatilidade e a incerteza também fazem parte do mercado de trabalho atual, exigindo de profissionais qualidades como resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.

Essas soft skills do futuro são necessárias para enfrentar desafios como mudanças rápidas e inesperadas, gerenciar crises e resolver problemas em contextos adversos. Tanto a resiliência quanto a flexibilidade envolvem a capacidade de adaptação a esses diferentes cenários que podem surgir na rotina organizacional.

10. Raciocínio, resolução de problemas e ideação

Com o aumento da automação de tarefas no ambiente corporativo, profissionais precisam adotar uma posição mais analítica e estratégica na atuação. A necessidade disso fica evidente na quantidade de soft skills do futuro que estão ligadas ao raciocínio lógico, à capacidade de ter boas ideias e de resolver problemas.

É preciso deixar de lado as tarefas repetitivas e, usando a tecnologia como aliada, desempenhar um papel de criação de iniciativas e avaliação de resultados. A evolução dessas skills acontece à medida que essas competências são exercitadas no dia a dia. Por isso, avaliar cenários, criar hipóteses, fazer brainstorming, entre outras práticas de Design Thinking, podem ajudar você.

11. Inteligência emocional

A inteligência emocional foi apontada por Sâmia Lauar, do Quinto Andar, como uma das tendências no mercado de trabalho. Esse conceito, difundido pelo psicólogo Daniel Goleman, tem ganhado força no meio corporativo por contribuir diretamente para a saúde mental de profissionais e para o equilíbrio nas relações interpessoais que acontecem na empresa.

A inteligência emocional é uma soft skill que envolve a compreensão dos próprios sentimentos e dos de outras pessoas, além da capacidade de lidar de forma inteligente com eles. Para Sâmia Lauar, é essencial que haja uma mudança de visão sobre o tema, gerando entendimento de que é possível aprender e desenvolver essa capacidade.

12. Resolução de problemas na experiência do usuário

Profissionais que trabalham com experiência de pessoas usuárias são constantemente comparados a resolvedores de problemas.O mercado de user experience está em crescimento, afinal, tudo é sobre elas: as pessoas que usam um produto ou serviço.

Mas o desejo de solucionar problemas não deve estar apenas em profissionais que têm contato direto com usuários. Em todas as áreas da empresa, a habilidade de determinar as causas de um problema e decidir o que fazer sobre ele passa a ser uma das principais soft skills.

13. Mentalidade de customer service

Junto à resolução de problemas, a mentalidade de serviço ao consumidor também é responsável pelo sucesso de profissionais e de times inteiros. Trata-se de buscar ativamente formas de ajudar pessoas.

Essa soft skill, que se relaciona muito com a empatia, não serve apenas no contato com pessoas usuárias ou no desenvolvimento de produtos. No dia a dia de uma equipe, o mindset de trabalho em equipe e ajuda mútua é valioso para o avanço de uma organização.

14. Análise e avaliação de sistemas

Voltando ao manuseio de tecnologia, o relatório do WEF mostra que uma das soft skills do futuro do trabalho é a habilidade de analisar sistemas, determinando como ele deve funcionar e quais mudanças na operação podem afetar os resultados.

A avaliação está relacionada à identificação de métricas e indicadores para monitorar a performance de um sistema, além da percepção de quais ações são necessárias para melhorar ou corrigir o desempenho.

15. Persuasão e negociação

Por fim, as últimas soft skills do futuro são a capacidade de persuasão e negociação. As duas são essenciais para o trabalho em equipe e para a liderança. Enquanto a competência de negociação permite encontrar pontos de equilíbrio entre visões distintas no time, a persuasão garante que toda a equipe se motive em torno de uma mesma ideia.

Essas são as soft skills do futuro do trabalho que, segundo o The World Economic Forum, estarão em ascensão até 2025. Você já começou a se preparar? O primeiro passo é compreender que competências socioemocionais também são ensináveis e passíveis de aprendizado. O desenvolvimento dessas skills impacta diretamente para o sucesso tanto de profissionais quanto de negócios.

Como desenvolver o perfil profissional e as habilidades do futuro?

Conforme apontado também pelo WEF, a dificuldade para encontrar profissionais com as competências necessárias no mercado de trabalho é uma das principais barreiras encontradas pelas empresas na adoção de novas tecnologias.

Por isso, profissionais com qualificação alinhada às necessidades das empresas e que se encaixam no perfil desejado conseguem se destacar em processos seletivos e conquistar vagas ainda mais estratégicas.

Nessa busca pelas habilidades do futuro, dois termos são frequentes: upskilling e reskilling.

Upskilling é o aprendizado de novas competências para se adaptar às inovações na sua área de atuação. Nesse caso, o foco está em se qualificar ainda mais e evoluir para acompanhar as transformações e continuar sendo um ativo valioso para as empresas.

O conceito de lifelong learning, ou aprendizado contínuo, é um aliado importante desse processo.

Já reskilling é um processo de requalificação, necessário para as pessoas que, por algum motivo, passarão por uma mudança de função ou setor. Essa reciclagem pode acontecer por questões externas, como extinção do cargo — processo que está acontecendo com vários trabalhos mais operacionais — ou por questões pessoais, como interesse em mudar de profissão e assumir novos desafios.

Independentemente de qual é a situação que você está enfrentando agora, uma coisa é certa: profissionais de todas as áreas de atuação, níveis de senioridade e funções precisam investir no desenvolvimento das habilidades do futuro.

Para isso, esses três pontos são fundamentais!

  1. Autoconhecimento: para entender quais são os seus pontos fortes e quais habilidades socioemocionais e técnicas precisam ser aperfeiçoadas.

  2. Estudo: para se atualizar constantemente sobre novas tecnologias, ferramentas e metodologias.

  3. Prática: para desenvolver novas competências e habilidades, é preciso se expor, assumir desafios, arriscar-se e buscar novas experiências.

Para ter o perfil profissional do futuro, é importante unir habilidades técnicas e comportamentais. Afinal, um pensamento analítico e estratégico pode trazer resultados tão positivos quanto o domínio ferramental.

Para finalizar, que tal entender melhor como esses dois campos de conhecimento se integram? Inspire-se com essa reflexão do Anderson Palma, da Growth Labs:

"O pensamento crítico lembra muito o processo científico, de analisar, planejar, executar e voltar do início. Para ter essa capacidade de analisar e julgar algo que está acontecendo você precisa ter uma base de conhecimento a respeito daquilo."

Ou seja, conheça as ferramentas, acompanhe o surgimento de tecnologias e continue buscando conhecimentos técnicos relevantes para a sua área, mas sem deixar de trabalhar também a sua habilidade de se adaptar e usá-las de forma estratégica.

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