Entenda tudo sobre Arquitetura de Informação, o que faz parte deste ecossistema e como isso se relaciona com o universo de UX Design.
Ao começar a estudar UX Design, você certamente vai se deparar com as ideias de usabilidade e acessibilidade, que garantem a melhor experiência em um site, aplicativo ou serviço. Boa parte dessa experiência é fruto de uma organização das informações e, por isso, você precisa entender a fundo o que é Arquitetura da Informação.
Neste artigo, vamos nos debruçar sobre esse conceito, que faz parte da bagagem de toda pessoa que quer seguir carreira em UX Design.
Continue a leitura e entenda o que é Arquitetura da Informação, além de conceitos como ontologia, taxonomia e coreografia.
Arquitetura de Informação, ou (IA - Information architecture) é a prática de organizar informações para que se tornem mais compreensíveis, localizáveis, e - porque não -, intuitivas. Como você pode ou poderá ver em sites e conteúdos do universo de tecnologia, esse conceito foi desenvolvido pelo designer e arquiteto Richard Saul Wurman.
A Arquitetura de informação ajuda a pessoa usuária a se localizar com maior facilidade em um site, por exemplo, ou a identificar informações de sua música favorita, assim que toca em seu aplicativo de streaming, mostrando em seguida nome, álbum e artista, por meio do que chamamos de metadados.
Todo esse processo de categorização é o que te ajuda a encontrar sua música com mais facilidade, e também a conhecer novas músicas, categorizadas e armazenadas no mesmo estilo musical ou artista.
Pense também que você acabou de entrar em uma loja de roupas, em um país totalmente diferente do seu. Você visualiza outros formatos de roupa, cores e diferentes seções, contendo divisões de roupa por formato e utilização. A Arquitetura de Informação vai te ajudar a ver a conexão entre os elementos na loja e a encontrar o que precisa de forma fácil e intuitiva.
O Understandig Group, lida diariamente com soluções de problemas complexos por meio de tecnologia e informação. E nos traz três conceitos relacionados à Arquitetura de Informação: ontologia, taxonomia e coreografia.
“Ontologia se refere ao significado específico de nosso produto ou serviço - o que queremos dizer quando dizemos o que dizemos. Taxonomia é o arranjo em partes claramente articuladas, ou a estrutura desse significado. A coreografia descreve as regras de interação entre as partes, ou como garantir que o fluxo através dessa estrutura seja claro e tranquilo.”
E, como podemos visualizar na imagem, estes conceitos são apresentados como engrenagens.
Ontologia consiste em estabelecer e classificar o significado de cada palavra que está presente no seu sistema. Remete a normas e padrões que dirigem o significado do que informamos. O trabalho da Arquitetura da Informação é descobrir e explicar essas normas e padrões.
Quando se faz a Arquitetura da Informação de um sistema, é indicado ter um dicionário do mesmo, para que sirva de guia para os designers. Entretanto, o ideal é escolher palavras com significados comuns, já que não tem sentido para o usuário navegar em um sistema com o auxílio de um dicionário.
Na biologia, a Taxonomia é um termo relacionado a descrever, identificar e classificar os organismos, individualmente ou em grupo. Já em sistemas, a Taxonomia é a fase de junção dos conteúdos e ações, de acordo com o significado.
Nessa fase é essencial estruturar a informação, já que para a Arquitetura da Informação é importante que cada palavra e ação do sistema estejam organizadas, para que a pessoa usuária possa localizar o que procura.
Portanto, podemos definir a Taxonomia como a organização de dados para alcançar uma meta, juntando peças de informações pelo seu significado, e estabelecendo relações entre os elementos da Arquitetura da Informação.
Coreografia é a última fase da Arquitetura da Informação. É onde organizamos os grupos, onde se cria a estrutura para habilitar categorias personalizadas de movimentos e de interações, para apoiar a quantidade de usuários e de informações.
Após juntar os significados e palavras, é preciso criar mais um nível de conexão. Cada grupo de informação que surgiu da taxonomia deve se conectar entre si. Assim, será possível criar fluxos nos quais a pessoa usuária possa localizar o que procura na navegação, através dos significados da informação e do call to action (chamada para ação) que o sistema propõe.
Diversos tipos de profissionais podem se dedicar à Arquitetura da Informação. Entretanto, vale ressaltar que esse profissional deve ser um pesquisador altamente qualificado, capaz de identificar as verdadeiras necessidades e características da persona, além de solucionar os problemas desta.
Na Arquitetura da Informação você irá encontrar pessoas que podem ser:
Especialistas em SEO;
Designers;
Produtores de conteúdo;
Desenvolvedores;
Analistas de UX.
Garantir que uma informação seja encontrada com maior facilidade também é uma conversa sobre UX Design, pois Arquitetura de Informação (IA), está conectada enquanto conceito em transformação, com Acessibilidade e Usabilidade.
Enquanto profissionais de UX se concentram em fatores de emoção e psicologia, com diversos aspectos que buscam compreender o comportamento da pessoa usuária; profissionais de Arquitetura da Informação focam nos objetivos da pessoa usuária.
Por isso, a habilidade em Arquitetura de Informação é importante para a pessoa de UX, pois assim ela conseguirá desenvolver uma experiência concisa para a usuária.
Um conteúdo que não possui uma construção com ponto de partida de um olhar, centrado na pessoa humana, pode provocar efeitos negativos durante a jornada da pessoa usuária. E isso pode causar situações como pessoas usuárias abanando sites na internet antes mesmo de chegar ao final, ou o processo de compra em um ecommerce, que não foi finalizado porque a usuária não conseguiu compreender como trocar o cartão de crédito inserido.
Os elementos visuais e da interface necessitam de Arquitetura da Informação para serem funcionais, além de elegantemente visuais.
Profissionais de UX estão utilizando cada vez mais de ferramentas e metodologias para agrupar coisas, conceitos, sentidos, e informações. Times de Chatbots, em UX Writing e Design de Conversação por exemplo, utilizam organogramas e métodos vindos da Taxonomia, para construir fluxos de design conversacional e auxiliar o time a compreender a jornada da usuária durante o diálogo com chatbot.
No livro Information Architecture for the World Wide Web, Lou Rosenfeld e Peter Morville nos contam sobre os quatro componentes da Arquitetura da Informação, sendo eles:
Sistemas de organização;
Sistemas de rotulagem;
Sistemas de navegação;
Sistemas de pesquisa.
Leia mais sobre esses componentes da Arquitetura da Informação e saiba os detalhes de cada um deles.
Estes sistemas ajudam a pessoa usuária a prever onde pode encontrar a informação de forma mais fácil e rápida. Existem três formatos de sistemas de organização:
O sistema de organização hierárquica, que se baseia no conceito de Hierarquia Visual, desenvolvido por Gestalt, a psicologia da boa forma, que possui metodologia e leis que se aplicam ao universo de UX e são utilizadas para pensar em melhores práticas;
O sistema de organização sequencial, que formula uma sequência de interações, onde é necessário passar ponto a ponto para se achar ao final da informação. Muito utilizado no e-commerce e em Varejo, para demonstrar esteira de produtos disponíveis e opções para compra;
O sistema de organização matriz, onde a pessoa usuária escolhe a forma de navegação e organização do conteúdo, podendo navegar por data, ou mesmo tópicos de organização desta informação.
Existem sistemas que envolvem informações organizadas para facilitar a compreensão do usuário. Rótulos podem representar diversos grupamentos de dados por meio de uma única palavra.
Por meio deste formato de organização, a pessoa usuária aciona sua mente, prevendo a informação que pode encontrar neste ambiente, como um botão “Contato” onde se presume encontrar informações de número, telefone e endereço da empresa.
Podemos resumir a função dos sistemas de rotulagem como o de definir os melhores termos para representar os vários dados presentes na navegação da página. Ele nomeia os itens, conforme o que for mais conveniente para a empresa.
Há sistemas que auxiliam a pessoa usuária a se localizar na estrutura e dão direcionamentos de como encontrar o que necessita, como submenus ou categorias dispostas na parte final do site.
Existem quatro sistemas de navegação, veja a seguir!
Navegação global: conjunto de ícones reunidos que representa todas as categorias de primeiro nível do site.
Navegação local: complemento da navegação global, e pode ser alterada de acordo com a seção.
Navegação contextual: indica conteúdos similares aos que a pessoa usuária acabou de acessar. São os conhecidos “Veja também” ou “Produtos relacionados”.
Navegação suplementar: proporciona uma visão geral do site ou do programa, colocando a pessoa usuária em um lugar melhor dentro da página.
Sistemas de pesquisa auxiliam a pessoa usuária a encontrar rapidamente informações através da barra de pesquisa por palavras ou frases, que acionam conteúdos relacionados ao que está sendo procurado. Por isso, é um componente indispensável para:
sites;
produtos;
blogs;
aplicativos.
Por fim, é importante ressaltar que a Arquitetura de Informação também está relacionada a áreas como Biblioteconomia, Conteúdo, Psicologia e Comportamento.
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Esperamos que este conteúdo tenha ajudado você a ampliar sua visão sobre o que é Arquitetura de Informação, e a pensar em como Design pode contribuir para um ambiente com informações de fácil acesso e compreensão.
Quer aprender mais? Então aproveite para ler nosso artigo sobre Design de Serviços.