
UX Writing: O que é e como começar? [Veja Exemplos]
UX Writing deixou de ser um tema de nicho e se tornou uma habilidade estratégica para quem quer atuar em produtos digitais. Mas, afinal, o que faz um UX Writer? Como aplicar essa prática no dia a dia? E por que ela é tão valorizada no mercado?
Para responder a essas perguntas, reunimos aprendizados e exemplos práticos de uma Masterclass exclusiva com Cris Luckner, UX Writer na Intuit, além de referências atuais do setor. O resultado é um guia completo para quem quer entender, aplicar e dar os primeiros passos nessa área que conecta design, tecnologia e linguagem. Confira a Masterclass na íntegra aqui:
Aqui você vai encontrar:
- O que é UX Writing?
- Por que UX Writing é uma das habilidades mais quentes do mercado
- Onde o UX Writing aparece na experiência do usuário
- Como UX Writing cria conexão emocional com o usuário
- O que faz um bom UX Writer?
- Exemplos práticos: Boas práticas de UX Writing
- Guia rápido para começar no UX Writing
- Como se tornar UX Writer no Brasil
- Conclusão
O que é UX Writing?
UX Writing é mais do que escrever “textos bonitinhos” para interfaces. É a arte, e a ciência, de criar palavras que guiam, acolhem e ajudam as pessoas a agir dentro de um produto digital. Cada botão, mensagem de erro, tela de onboarding, notificação ou estado vazio que você vê em um app ou site… tudo isso é UX Writing.
Mas não se engane: UX Writing não é só encher a interface de palavras. Na verdade, é o oposto. É escrever o mínimo necessário para que o usuário entenda, confie e complete uma ação sem frustração. Como disse a especialista Cris Luckner, UX Writer na Intuit, durante nossa Masterclass:
“O texto para experiência do usuário é um texto condutivo. Ele conduz o usuário para as ações que queremos que ele tome. Ele cria motivação, dá instruções e oferece feedback.”
Em outras palavras, UX Writing é um pilar invisível da experiência. Invisível porque, quando bem-feito, ninguém percebe. Mas quando falta, tudo trava. O usuário se perde, abandona o processo, e a empresa perde conversão.
UX Writing x Copywriting: Qual é a diferença?
Aqui está um erro comum: achar que UX Writing é o mesmo que Copywriting. Não é.
- Copywriting busca persuadir, convencer, vender. É usado em anúncios, páginas de vendas, e-mails.
- UX Writing busca conduzir a ação dentro da interface. É pragmático, funcional e empático. Queremos que a pessoa entenda rápido o que fazer e se sinta bem durante a experiência.
Por que isso importa tanto?
Porque design sem palavras não existe. Não adianta ter um layout lindo se a mensagem do botão é confusa, se a tela de erro assusta ou se o onboarding não explica nada. Palavras são parte do design. E mais: são parte da emoção que a pessoa sente ao usar seu produto.
Como disse Cris na live, é com as palavras que você transforma uma transação fria em um relacionamento emocional com a marca. É isso que cria encantamento, confiança e faz o usuário voltar.
Pense nos momentos críticos:
- A primeira tela de um app novo (onboarding).
- Uma compra prestes a ser finalizada (checkout).
- Uma mensagem de erro inesperada.
Cada palavra ali pode fazer a diferença entre “que experiência incrível” e “nunca mais volto aqui”.
Onde o UX Writing atua?
Em qualquer ponto de contato entre usuário e produto digital:
- Sites
- Aplicativos
- Landing pages
- Notificações
- E-mails transacionais
Se há uma interação digital, há UX Writing.
Por que UX Writing é uma das habilidades mais quentes do mercado
Se você acompanha as transformações digitais, já percebeu: a experiência do usuário deixou de ser um diferencial e virou o centro da estratégia das empresas. Não é um exagero. É um movimento global. Segundo dados compartilhados na nossa Masterclass, 72% dos negócios têm como prioridade número um melhorar a experiência do cliente. E isso tem um efeito direto: times de UX estão crescendo, e com eles, a demanda por UX Writers.
Outro dado que impressiona: as empresas que investem em design cresceram 211% mais rápido do que as que não investem, segundo o Design Management Institute. O que isso significa? Que experiência, e tudo que a compõe, é um motor real de negócios. E, dentro dessa experiência, as palavras são protagonistas silenciosas.
Por que as empresas estão investindo em UX Writing agora?
Até pouco tempo, era comum encontrar telas cheias de Lorem Ipsum ou mensagens genéricas como “Ops, algo deu errado”. Hoje, empresas entendem que isso não funciona. Não basta ter um layout bonito; o que faz o usuário avançar é clareza, empatia e confiança, tudo transmitido pelas palavras.
Como disse Cris Luckner, UX Writer na Intuit:
“Com as palavras, você cria engajamento emocional e isso tem impacto na conversão do seu produto.”
Vamos traduzir isso para números:
- Uma mensagem de erro clara e simpática pode evitar que um cliente abandone a compra.
- Um onboarding bem escrito reduz a curva de aprendizado e aumenta a retenção.
- Um botão com a chamada certa faz diferença entre clicar ou desistir.
Carreira em alta (e ainda pouco explorada no Brasil)
Nos Estados Unidos e Europa, UX Writing já é uma função consolidada. Empresas como Google, Apple, Intuit e Dropbox têm times inteiros dedicados a conteúdo dentro do design. Aqui no Brasil, estamos apenas começando. Como a Cris contou na live, na Intuit, só o time internacional tem quase 40 UX Writers; no Brasil, ela é a única.
Isso mostra duas coisas importantes:
- A função é real e estratégica.
- Existe uma janela de oportunidade enorme para quem quer começar agora.
Para profissionais que vêm de jornalismo, publicidade ou redação, isso pode ser o próximo passo natural. E para designers e devs, é uma habilidade que diferencia no mercado.
Por que aprender UX Writing agora?
- Demanda crescente: empresas estão dobrando equipes de UX.
- Baixa oferta de profissionais qualificados no Brasil.
- Competência estratégica: impacta diretamente conversão, retenção e satisfação do usuário.
- Carreira promissora: salários competitivos e espaço para especialização.
Em um mercado onde tantas pessoas querem entrar em tecnologia, ter um diferencial faz toda a diferença. UX Writing pode ser exatamente isso: a habilidade que te coloca à frente.
Onde o UX Writing aparece na experiência do usuário
UX Writing está presente em cada interação digital, e, quando bem feito, faz toda a diferença entre uma experiência fluida e um abandono no meio do caminho. Ele atua em pontos estratégicos como:
- Onboarding: acolhe e guia no primeiro contato, evitando que o usuário se perca (ex.: Warren transforma investimento em conversa leve e divertida).
- Empty states: telas vazias viram convite à ação quando a mensagem é clara e motivadora (ex.: Enjoei com seu “Bora vender?”).
- Momentos de espera: em vez de ansiedade, expectativa positiva com textos como “Já é quase seu” no Mercado Livre.
- Mensagens de erro: nada de “Ops!”. Seja claro, explique o problema e ofereça solução (Pinterest faz isso muito bem).
- Uso contínuo: microtextos que tornam a experiência natural, como o 99 perguntando “Para onde vamos?” em vez de “Destino”.
UX Writing está em tudo e cada palavra pode transformar a experiência de funcional para memorável.
Como UX Writing cria conexão emocional com o usuário
Quando pensamos em UX Writing, é fácil imaginar apenas instruções claras e botões funcionais. Mas as palavras fazem muito mais do que guiar: elas constroem relacionamento. Elas têm o poder de transformar uma interação fria em uma experiência que encanta, gera confiança e cria vínculo com a marca.
Como disse Cris Luckner na nossa Masterclass:
“É com as palavras que você cria engajamento emocional. Isso tem impacto na conversão do seu produto.”
Essa conexão é o que faz um usuário voltar, recomendar e escolher você entre tantas opções. Em um mundo saturado de apps, sites e notificações, a linguagem é um diferencial competitivo poderoso.
A base da conexão: Voz e Tom
Toda marca tem (ou deveria ter) uma voz (a personalidade que ela transmite) e tons, que variam conforme a situação.
- A voz é constante: assim como a sua personalidade, ela não muda.
- O tom é flexível: você ajusta de acordo com o contexto e a emoção do usuário.
Um bom UX Writer sabe aplicar essa lógica em cada ponto da jornada. Quer um exemplo prático?
- No onboarding, o tom pode ser acolhedor e motivador.
- Em uma mensagem de erro, deve ser empático e tranquilizador, sem drama.
Cris trouxe exemplos de marcas que fazem isso muito bem:
- Mercado Livre: aposta em atributos como engenhosidade, alegria e proximidade. Isso aparece até nos textos mais simples.
- QuickBooks (Intuit): assume o papel de “copiloto”, sempre com uma voz que transmite parceria e suporte.
Histórias, humor e humanidade
Conexão nasce quando a marca fala a língua do usuário. Nada de jargões técnicos, nada de frases robotizadas.
O app Warren, por exemplo, ensina sobre investimentos (um tema intimidador para muita gente) com humor e diálogo:
- Faz perguntas descontraídas, como “Prefere John Lennon ou Paul McCartney?”, adaptando até pela idade do usuário.
- Usa Easter Eggs para surpreender e gerar sorrisos no meio do processo.
Pequenos gestos como esse quebram barreiras, reduzem ansiedade e transformam a experiência em algo memorável.
Por que isso importa para o negócio?
Porque emoção influencia decisão. Um texto frio pode até levar o usuário de A a B, mas não cria vínculo. Já uma experiência humanizada:
- Aumenta a retenção (as pessoas querem voltar a usar algo que as faz sentir bem).
- Eleva a conversão (confiança = menos desistências).
- Fortalece a marca (um tom consistente constrói identidade).
Em um mercado lotado, quem cria conexão ganha vantagem competitiva.
O que faz um bom UX Writer?
Ser UX Writer vai muito além de “escrever bem”. Essa é a base, mas não é suficiente. O bom UX Writer é, antes de tudo, um designer de experiências com palavras. Alguém que entende o contexto, as emoções e as necessidades do usuário, para então escolher cada termo com propósito.
Como disse Cris Luckner, UX Writer na Intuit:
“Escrever para UX é pensar em começo, meio e fim, como se fosse contar uma história. É guiar a jornada com empatia e clareza.”
Vamos aos principais atributos que diferenciam um bom profissional.
1. Empatia radical
O UX Writer se coloca no lugar do usuário o tempo todo:
- Como essa pessoa chegou até aqui?
- Que sentimentos ela pode ter nesse momento?
- O que ela espera fazer agora?
Essa sensibilidade é o que evita textos frios, robóticos ou que causam atrito. É também o que permite criar experiências inclusivas, considerando diferentes perfis e contextos.
2. Clareza absoluta
Um bom UX Writer não escreve para brilhar; escreve para ser entendido.
Isso significa:
- Usar frases curtas e verbos de ação.
- Evitar jargões técnicos.
- Eliminar ambiguidades.
Lembre-se: menos é mais. Um texto enxuto e claro é um sinal de respeito pelo tempo do usuário.
3. Mentalidade de designer
O trabalho não termina no Google Docs. Como Cris reforçou na live:
“Comece no Docs, mas termine no mockup. É no contexto que você entende se o texto funciona.”
Isso exige:
- Saber usar ferramentas como Figma, Sketch ou InVision.
- Testar textos diretamente na interface para avaliar hierarquia, tamanho e impacto visual.
- Colaborar com designers e devs desde o início. Nunca no final, como um “acabamento”.
4. Consistência e estratégia
Não basta ser criativo em um botão e esquecer o resto. O UX Writer garante:
- Que voz e tom da marca apareçam de forma consistente em todos os pontos da jornada.
- Que haja coerência com objetivos de negócio. Afinal, cada palavra influencia métricas como conversão e retenção.
5. Capacidade de contar histórias
Sim, até microtextos contam histórias. E o UX Writer sabe fazer isso:
- Cria uma narrativa no onboarding para engajar.
- Usa humor e empatia para aliviar a tensão em mensagens de erro.
- Faz com que cada interação pareça parte de uma conversa, não um comando.
Exemplos práticos: Boas práticas de UX Writing
Falar sobre conceitos é importante, mas nada ensina tanto quanto ver boas práticas em ação. Vamos percorrer juntos situações reais, aquelas que todo mundo já viveu, e entender como um bom UX Writing pode mudar a experiência.
Quando o onboarding vira acolhimento
O primeiro contato é decisivo. Um app que entende isso é o Warren, plataforma de investimentos. Em vez de despejar termos técnicos, ele conversa. Literalmente.
Ao pedir sua idade, o app não para no dado. Ele faz piada, solta um “os 40 estão chegando” ou pergunta se você prefere John Lennon ou Paul McCartney. Pode parecer detalhe, mas é design emocional puro.
Esse tom quebra a barreira do medo. Investir é um tema intimidador. E convida para seguir em frente. De bônus, a gamificação mantém você engajado, sugerindo objetivos como “Dar a volta ao mundo” ou “Comprar uma Ferrari”.
Insight: O onboarding não é só ensinar como usar um app. É conquistar confiança e mostrar por que vale a pena continuar.
O poder das telas vazias
Pouca gente percebe, mas os empty states (aquelas telas sem conteúdo inicial) são uma chance de ouro para orientar e incentivar a ação.
No Mercado Livre, a mensagem padrão “Você ainda não adicionou favoritos” cumpre função informativa, mas não estimula nada.
Agora compare com o Enjoei:
- Título bem-humorado (“Nadinha na fila de espera”)
- Explicação clara
- Um CTA cheio de personalidade: “Bora vender?”
É um convite para agir, não um aviso frio.
Esperar sem sofrer
Quem nunca ficou de olho no contador do app de transporte, torcendo para achar um motorista? Esse é um momento clássico de ansiedade.
No antigo layout do 99, a tela mostrava apenas um cronômetro. Resultado? A sensação de que cada segundo é eterno.
O Mercado Livre faz diferente no checkout: enquanto processa o pagamento, exibe mensagens como “Já é quase seu”, acompanhadas de um carregamento visual suave. Deixa de ser uma espera e vira expectativa positiva.
Quando o erro não assusta (e até ajuda)
Poucas coisas frustram mais do que ver “Ops! Algo deu errado” (sem explicação, sem solução).
O Pinterest dá o exemplo:
-
Identifica o problema: “Esse e-mail já está em uso.”
-
Oferece ajuda imediata: “Esqueceu sua senha?”
Simples, humano, eficaz.
No Enjoei, até a temida página 404 carrega bom humor. Assim, até um erro vira oportunidade para reforçar a identidade da marca.
Microinterações que fazem diferença
Nem sempre é sobre grandes fluxos. Às vezes, o detalhe muda tudo.
O 99, por exemplo, abandonou termos frios como “Origem” e “Destino” e adotou perguntas naturais:
- “De onde você vai sair?”
- “Para onde vamos?”
Parece pouco, mas isso transforma a interface de um formulário para uma conversa.
Guia rápido para começar no UX Writing
Se depois desses exemplos você está pensando “Quero aprender isso agora!”, respira: começar em UX Writing é totalmente possível. Pode ser um diferencial gigante na sua carreira. Seja você jornalista, publicitário, designer ou alguém em transição, essa é uma área que valoriza habilidade de comunicação, empatia e curiosidade pelo usuário.
Aqui vai um guia prático para dar os primeiros passos.
1. Entenda que UX Writing é sobre design, não só sobre texto
Escrever para interfaces é muito diferente de escrever um artigo ou uma peça publicitária. O objetivo aqui não é “soar bonito”, mas guiar o usuário com clareza e empatia.
Pergunte-se sempre:
- Qual ação quero que o usuário realize agora?
- Que emoção ele pode estar sentindo neste ponto da jornada?
- Como posso facilitar a vida dele com o mínimo de palavras?
Essa mentalidade é o que separa um UX Writer de um redator tradicional.
2. Crie (ou estude) guias de voz, tom e estilo
Um bom UX Writer garante consistência. Para isso, precisa de referências:
- Guia de voz e tom: define a personalidade da marca e como ela fala em diferentes contextos (ex.: onboarding é acolhedor, mensagem de erro é tranquilizadora)
- Guia de estilo: orienta questões práticas como ortografia, uso de maiúsculas, pontuação, abreviações e preferências linguísticas
Dica da Cris: marcas como Mercado Livre, Mailchimp e Google publicam seus guias online. Vale estudar para se inspirar.
3. Comece pelo essencial
Se você já atua em um time ou tem um projeto pessoal, comece pelo básico:
- Textos de botões (CTAs). Eles são pequenos, mas decisivos.
- Mensagens críticas (erros, carregamentos). Pontos sensíveis que afetam a experiência.
- Fluxos simples de onboarding. Acolhem e guiam o usuário.
Insight: Melhor ter microtextos bem pensados em pontos-chave do que querer reescrever tudo de uma vez.
4. Aprenda a trabalhar no contexto
Cris reforçou na live:
“Comece no Docs, mas termine no mockup.”
Por quê? Porque só no layout você entende se o texto cabe, se tem hierarquia e se funciona visualmente.
Então, familiarize-se com ferramentas como Figma, Sketch ou InVision. Você não precisa ser designer, mas precisa conseguir inserir seu texto no protótipo para testar.
5. Monte seu portfólio
Mesmo que você ainda não tenha experiência profissional, dá para criar cases:
- Escolha um app ou site que você gosta (ou que tem problemas de UX Writing).
- Redesenhe fluxos, proponha melhorias nos textos e explique suas decisões.
- Documente tudo: contexto, problema, solução e impacto esperado.
Isso mostra não só sua habilidade com palavras, mas sua visão estratégica.
6. Busque referências e pratique
Algumas fontes para mergulhar:
- Livro: “Não Me Faça Pensar” (Steve Krug) (clássico sobre usabilidade)
- Artigos: Medium, InVision, UX Collective
- Pessoas: Siga UX Writers no LinkedIn (no Brasil, a comunidade está crescendo)
E claro, participe de cursos e bootcamps práticos. Eles aceleram sua curva de aprendizado e conectam você com quem já está no mercado.
Como se tornar UX Writer no Brasil
Entrar em UX Writing no Brasil hoje significa ocupar um espaço que ainda está em construção. Isso é uma oportunidade incrível. Cada vez mais empresas entendem que design sem palavras não existe. Mas, ao mesmo tempo, falta gente preparada para atuar com essa mentalidade.
Se você quer seguir esse caminho, aqui estão passos concretos para transformar intenção em ação.
1. Construa base em experiência do usuário
UX Writing é parte de um ecossistema maior: UX Design. Para escrever bem para produtos, você precisa entender conceitos como:
- Jornada do usuário
- Arquitetura da informação
- Princípios de usabilidade
- A importância de testes (inclusive com conteúdo)
Insight: Muitas vezes, um problema que parece de texto é, na verdade, um problema de fluxo. Por isso, a visão sistêmica é essencial.
2. Aproveite sua bagagem (ela vale muito)
Você vem do jornalismo? Publicidade? Marketing? Ótimo. Essas áreas dão base em narrativa, clareza e persuasão. Agora, o desafio é enxugar, simplificar e adaptar para contextos digitais.
Se você é designer ou dev, sua vantagem é conhecer interfaces. Basta acrescentar a camada da linguagem.
Não encare sua experiência anterior como obstáculo. Ela é um trampolim.
3. Pratique em projetos reais (ou o mais próximo disso)
As empresas querem ver como você pensa e resolve problemas, não só se você escreve bem. Então:
- Faça redesign de fluxos com microcopy melhorado.
- Participe de hackathons, desafios de design ou projetos colaborativos.
- Se estiver estudando, busque cursos que trabalham com projetos práticos, simulando contextos reais.
Documente tudo: o desafio, as escolhas, as hipóteses e o impacto esperado. Isso vira material de portfólio.
4. Entre na comunidade
O mercado brasileiro ainda é pequeno, mas existe uma rede ativa de UX Writers trocando experiências. Participe:
- Grupos no LinkedIn e Slack (como a comunidade criada na Masterclass da Cris)
- Meetups e eventos de UX. Mesmo que online, são ótimos para networking.
O aprendizado coletivo acelera sua evolução e abre portas.
5. Continue aprendendo (de verdade)
UX Writing não é estático. Novas ferramentas, novos padrões e novas demandas surgem o tempo todo. Mantenha-se atualizado:
- Leia guias abertos (Mailchimp, Google, Mercado Livre)
- Consuma conteúdo no Medium e UX Collective
- Pratique inglês (muitos recursos e vagas pedem isso)
E, claro, se puder, invista em formações práticas. Elas conectam você com mentores e profissionais atuantes no mercado brasileiro.
Conclusão
O UX Writing no Brasil está amadurecendo. Cada projeto bem escrito gera referência, influencia empresas e forma mercado.
E quem entra agora não só constrói carreira: ajuda a definir os padrões da área no país.
Se você ama escrever, tem curiosidade por tecnologia e gosta de resolver problemas com empatia, UX Writing pode ser a sua porta de entrada para o universo do design e produto digital.
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