Filmes de inteligência artificial ajudam a entender a tecnologia e conceitos de maneira mais lúdica.
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels
No cinema, a tecnologia quase sempre foi retratada com recursos altamente modernos e futuros que pareciam distantes. A verdade é que essa falta de identificação com a nossa realidade é fruto de abordagens fictícias. Tudo era muito catastrófico e, às vezes, se passava em mundos pós-apocalípticos, afinal, isso gera bastante interesse com o público.
Em paralelo a isso, obras do tipo às vezes são muito interessantes para que possamos entender a base de desenvolvimento de máquinas e sistemas. Tirando a parte em que robôs se rebelam contra a humanidade, filmes de inteligência artificial exploram conceitos importantes. Portanto, ainda que ficção, podem nos ajudar a entender mais sobre essa ciência.
Algumas das previsões de futuro se concretizaram, enquanto outras estão distantes de acontecerem. Ainda assim, vale muito a pena ver diferentes pontos de vista sobre a inteligência artificial por meio de grandes obras do cinema. Hoje, vamos sugerir 8 filmes:
Entenda um pouco mais sobre o que esperar de cada um e saiba quais conceitos importantes abordam sobre tecnologia!
Nossa lista de filmes de inteligência artificial começa com uma obra baseada em fatos reais. O Jogo da Imitação retrata o desafio que o matemático Alan Turing, vivido por Benedict Cumberbatch, teve durante a Segunda Guerra Mundial: decodificar o Enigma, criptografia utilizada pelo exército nazista para se comunicar e planejar ataques.
Para isso, Alan precisava testar uma série de repetições de códigos e entender como eles se relacionavam entre si. Com sua equipe, o matemático criou a máquina que deu ao exército britânico analisar diversas combinações, até chegar ao entendimento da criptografia nazista.
O filme conta mais sobre a importância da análise estatística, técnica fundamental nos dias de hoje para o trabalho de ciência de dados. A obra retrata um cenário em que a tecnologia ainda era pouquíssimo desenvolvida, mas que algumas bases de raciocínio lógico fundamentais à humanidade até hoje já eram utilizadas.
Turing, inclusive, dá nome ao Teste de Turing, tecnologia criada pelo matemático com a proposta de desenvolver em máquinas a capacidade, ou a tentativa, de reproduzir comportamentos humanos.
Você encontra o filme no Amazon Prime Video.
Outra ótima obra fictícia do ano de 2014, Ex-Machina conta a história de Caleb (Domhnall Gleeson), talentoso programador que, após ganhar um concurso, tem a chance de participar de um projeto. O desafio em questão é um período de testes com um robô de inteligência artificial, Ava (Alicia Vikander).
O filme não se aprofunda tanto em termos de tecnologia quanto outras obras, mas traz importantes questionamentos e percepções. A ideia central é questionar os limites do desenvolvimento da tecnologia de inteligência artificial.
O mais interessante sobre Ex-Machina é que, com o passar dos anos, o filme se torna cada vez menos utópico e mais próximo da nossa realidade. Apesar de ter uma abordagem mais fictícia, vale a pena assistir e entender como a tecnologia é pensada em um futuro e refletir: será que estamos tão distantes assim do filme?
Você pode assistir Ex-Machina na Netflix.
Uma das dicas mais interessantes é a série Westworld, que retrata um parque de diversões adulto em que pessoas podem interagir com androides. O ambiente em questão é temático e tem toda a estética e mecânica do Velho Oeste. As roupas, armas e os conflitos estão presentes, porém com um detalhe: os robôs não podem machucar seres humanos.
Bem, já deu para imaginar o que vem pela frente? Se você é uma pessoa acostumada com filmes de inteligência artificial, certamente já imagina que esses androides estão prestes a se rebelar! Cada vez que morrem, (eles podem ser mortos por humanos) esses robôs voltam com personalidades diferentes, o que afeta sua capacidade de obediência.
O grande ponto de discussão proposto é que os androides não sabem o que são humanos. A série tenta instigar, mais uma vez, esse debate do limite do desenvolvimento dos robôs. Será que um dia vamos chegar a criaturas tão perfeitas visando apenas que elas sirvam à humanidade?
Westworld está disponível na HBO Max.
A tecnologia seria capaz de prever o que pessoas podem fazer? Em Minority Report, sim! Em 2054, assassinatos não acontecem mais, graças à divisão de pré-crimes. Basicamente, a unidade especial de polícia prendia pessoas que pretendiam, em algum futuro, cometer crimes do tipo.
O grande ponto de ação da história é quando o chefe do departamento, John Anderton (Tom Cruise), surge como culpado de um desses assassinatos em uma dessas previsões realizadas. Na história, John nem mesmo conhece a pessoa que é apontada como vítima.
Hoje, por mais que não possamos entrar na mente de pessoas e potenciais criminosos, dados já são utilizados para fazer previsões e projetar cenários. Da mesma forma, eles embasam chatbots, garantindo que esses robôs entreguem respostas precisas para as perguntas mais prováveis de serem feitas por pessoas.
Assista Minority Report no Globoplay.
Sem dúvida, A.I. é um clássico do cinema e um dos filmes sobre inteligência artificial, sobretudo quanto à ideia de que robôs sejam androides e se comportem como pessoas. O filme se passa em um futuro em que robôs estão entre a sociedade, mas não cumprindo um papel como membros comuns.
No entanto, o "robô-criança" David (Haley Joel Osment) é adotado e passa a viver em um lar, como um filho de um casal que já tem outra criança. No entanto, os conflitos pessoais de um robô que não sabe amar geram um abandono.
O filme mostra de maneira delicada e sentimental, mas também com uma abordagem de projeção de futuro da tecnologia, um possível contexto de relação entre pessoas e máquinas. Do ponto de vista técnico, você pode entender alguns conceitos de machine learning aplicados.
Você encontra o filme no Telecine Play.
Por que as redes sociais têm tanta capacidade de influenciar pensamentos, comportamentos e até gostos pessoais? Algumas das respostas para essas perguntas podem ser encontradas no documentário O Dilema das Redes. A ideia é mostrar mais sobre como essas plataformas têm impactado a sociedade moderna atualmente.
Com depoimentos e dados de uso, o documentário prende nossa atenção ao fazer com que espectadores passem a questionar a forma como usam a tecnologia. A obra aborda pontos como a mudança na expectativa de consumo e interação pela qual a sociedade passa em relação a serviços e o uso abusivo, de relação de dependência, com redes sociais.
A base do documentário é construída a partir do impacto dos dados em nossas vidas. O Dilema das Redes trata sobre a importância desses conteúdos para que empresas ditam tendências e conheçam ainda melhor a audiência. Por mais que dados sejam fundamentais para empresas, sempre cabe refletir sobre a ética aplicada no uso.
Veja O Dilema das Redes na Netflix.
Poderia um sistema de inteligência artificial dominar ser tão desenvolvido ao ponto de dominar todos os humanos? Parece algo utópico, mas esse é o cenário em que a aclamada obra Matrix se passa. Um jovem programador, Neo (Keanu Reeves), se encontra em uma dimensão paralela em que precisa lutar pela sobrevivência e fazer escolhas.
O filme tem como base diálogos complexos, em claras referências à sociedade estar presa em uma Matrix, ou seja, ser basicamente refém da tecnologia, e cenas de ação que marcaram a história do cinema (certamente você lembra de Neo desviando das balas, certo?).
Talvez o filme traga uma quantidade de reflexões e questionamentos que deixem você em plena confusão, mas vale a pena tentar entender uma narrativa empolgante e que prende pessoas espectadoras.
Você encontra Matrix, e os outros filmes da série, na Netflix.
Her é um filme que aborda de maneira poética a relação entre pessoas e máquinas na sociedade atual. Quem estrela a obra é Joaquim Phoenix, como o escritor Theodore, um homem solitário que adquire um sistema operacional novo para seu computador. A partir daí, o filme se torna uma relação de amor (não correspondida) entre homem e robô.
Theodore se apaixona pela voz da assistente do software e simplesmente cria uma ideia de uma mulher que não existe. A ilusão, ao mesmo tempo que se torna algo que passa a mover o escritor e suas motivações, também traz questionamentos sobre a relação dele com o que é apenas tecnologia.
O filme traz um retrato mais sentimental de uma questão da qual não estamos longe: a proximidade exacerbada com máquinas, sistemas, ambientes virtuais e uma vida distante de nossas realidades. A tecnologia é sempre um suporte, mas certamente, não pode substituir uma vida de relações interpessoais.
O filme Her está no Globoplay.
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Talvez nossa lista tenha os melhores filmes de inteligência artificial já feitos, talvez seja apenas uma escolha baseada em como essas obras nos tocou e ensinou! O importante é que você possa captar valor em cada uma dessas obras. O cinema tem papel importante, para propor reflexões, ensinar e, claro, também para nos divertir.
Depois de assistir aos filmes que você mais se interessar, aproveite para entender melhor as diferenças entre deep learning e machine learning!