Entenda como o método de Design Sprint permite que equipes de produtos digitais façam entregas de sucesso em curtos períodos de tempo.
Uma das modalidades olímpicas mais tradicionais é a maratona. A corrida de 42 km acontece desde a primeira edição dos jogos olímpicos, sediada em Atenas, em 1896. Até hoje, é um dos esportes mais emocionantes — sobretudo no famoso “sprint final”, quando os corredores dão aquele gás para cruzar a linha de chegada.
É o momento culminante para esses esportistas, em que todo o foco e cada esforço contam. Por motivos parecidos, o design sprint também se tornou fundamental nas empresas. Neste texto você vai entender porquê. Continue a leitura e descubra.
A origem desse processo já ajuda a explicar o quão eficaz ele é: Google. Pois o design sprint foi criado pela Google Ventures, braço da empresa focado em testar e acelerar ideias que ainda estão em estágio inicial de desenvolvimento.
E o termo “sprint” veio de Scrum — caso você não conheça, é a metodologia ágil de desenvolvimento de softwares, que se divide em ciclos. Os sprints são cada um desses ciclos, que pode ter de duas a quatro semanas de duração.
A inovação do Google encontra a agilidade do Scrum: já dá para entender a importância do assunto, não?
O design sprint é ainda mais rápido do que o sprint do Scrum. O ciclo formatado pela Google Ventures deve durar cinco dias. Isso porque, em vez da espera pelo lançamento de um MVP (Minimum Viable Product) para descobrir se a ideia é boa ou não (o que pode levar meses), o design sprint foca na validação da ideia com usuários e encurta o processo para 40 horas de trabalho.
Assim, design sprint é o nome dado ao período de cinco dias para criar, desenhar, prototipar e testar uma ideia. A lógica é simples: é muito melhor e mais rentável validar um projeto antes de dedicar semanas de trabalho a ele.
Na imagem acima, vemos o maravilhoso atalho proposto pelo design sprint: ter uma ideia, construir, rodar, aprender
No fundo, o processo é uma versão modernizada do próprio MVP, que surgiu lá atrás para reduzir o tempo de desenvolvimento de produtos ou serviços. Mas os novos tempos pedem ainda mais agilidade, e o design sprint é uma resposta a isso.
A ferramenta foi criada para startups em estágio inicial. Afinal, são elas que precisam amadurecer ideias e projetos internos no período mais rápido possível.
O design sprint deve ser utilizado antes de se investir tempo ou dinheiro em uma startup, ou em uma ideia. Também deve ser aplicado antes de um time ágil recém-formado começar a trabalhar em um projeto; e antes de se começar a desenhar a fundo uma funcionalidade complexa.
O time que tocará o processo deve ser formado por: pelo menos um UX designer um stakeholder (pode ser o CEO da startup ou o dono da ideia), um Product Manager e alguém com um conhecimento mais técnico (um desenvolvedor). Ah, e é claro, uma pessoa no papel de facilitação para comandar as sessões coletivas.
O ciclo foi criado para resolver um problema. Então, antes de começá-lo, tenha bem clara a pergunta que ele deve responder: “essa ideia funciona?” costuma ser a mais direta.
Quando a pergunta estiver formulada e o time estiver alinhado, siga essas orientações iniciais:
reúna os participantes em uma sala;
trave a agenda de todo mundo;
garanta materiais básicos para usar ao longo da semana (post-its, caneta, papel, etc.).
Veja a seguir o que deve ser feito em cada um dos cinco dias.
O primeiro dia do design sprint é quando o time vai “desfazer a mala” (unpack). Ou seja, exteriorizar tudo o que se sabe sobre a ideia.
Cabeças diferentes costumam trazer uma expertise muito rica para o processo: desenvolvedores conhecem coisas que os designers não sabem, stakeholders entendem de assuntos que os product managers não dominam, etc.
Algumas tarefas ajudam a facilitar esse processo, como expressar a voz do consumidor, desconstruir o produto atual, definir as métricas de sucesso, etc.
A seguir, é a hora de todo mundo colocar a mão na massa. Ou melhor, no papel. O time deve realizar um esboço (sketch) das ideias. Aqui, cada um deve trabalhar individualmente para registrar as soluções para aquele problema/ideia (a pergunta que deu origem ao design sprinto).
O time deve colocar o máximo possível de ideias no papel. Só depois que todo mundo rabiscou é hora de analisar para cada um dos sketches e discutir como aquilo poderia funcionar ou não.
O importante é que todos ouçam uns aos outros, debatendo democraticamente os esboços. Ao final, uma votação pode decidir quais alternativas de caminho seguir.
Neste momento, seu time já terá possibilidades de ideias. O problema é que uma delas precisa ser escolhida, porque não vai dar para prototipar todas.
Por isso, use o terceiro dia para filtrar as ideias, para aprimorá-las. E, no final do expediente, eleja a única ideia que vocês vai sair do papel.
Se a quarta-feira foi mais tranquila, na quinta o bicho pega. Porque é dia de prototipar. Seu time precisa ser absurdamente produtivo.
Por isso, selecione bem as ferramentas de prototipagem com as quais vocês já estejam habituados a trabalhar rapidamente. É fundamental, também, organizar logo cedo as atividades do dia: quem faz o quê e de que hora até que hora. O objetivo é que vocês não saiam da sala sem o protótipo da ideia.
Enfim, chegou o grande dia. Sexta-feira é quando o time deve mostrar os protótipos para os potenciais usuários do produto, em sessões individuais.
A solução é apresentada para o usuário, ele interage com algumas telas e vai dando feedback em tempo real sobre o que gosta e o que não gosta. No final, vocês se reúnem para discutir o retorno que receberam e decidir se a ideia sobrevive ou não.
No final, o design sprint é a modernização de processos que já eram ágeis. É o gás final que pode fazer a diferença na jornada de um produto ou serviço.
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Esperamos que você tenha entendido a dinâmica por trás do design sprint. Quer saber mais? Então visite o site oficial que a Google Ventures desenvolveu para o processo.
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