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Como Usar Python Para Analisar Dados: Passo a Passo

Escrito por Redação Tera | 26 Dec

Python se consolidou como a principal linguagem para análise de dados não porque é a mais complexa ou a mais rápida em todos os cenários, mas porque resolve um problema central das empresas: transformar dados em decisões de forma eficiente.

Hoje, Python é usado por analistas de BI, cientistas de dados, times de produto e growth porque permite trabalhar com dados do início ao fim no mesmo ambiente. Você pode carregar um arquivo bruto, limpar inconsistências, explorar padrões, criar visualizações e até gerar previsões sem trocar de ferramenta. Isso reduz fricção, acelera análises e melhora a qualidade das decisões.

Neste guia, o objetivo não é apenas mostrar comandos de Python, mas ensinar o processo completo de análise de dados. Você vai aprender a sair de um conjunto de dados desorganizado e chegar a insights claros, entendendo o porquê de cada etapa.

O que você precisa antes de começar

Para analisar dados com Python, você não precisa ser desenvolvedor. O ponto de partida é muito mais conceitual do que técnico. Ter familiaridade com Excel, saber o que é uma tabela e entender operações básicas como soma, média e filtro já é suficiente para começar.

Em relação ao ambiente, existem três caminhos comuns. O Google Colab é a opção mais simples para iniciantes, pois roda direto no navegador e não exige instalação. Já o Python instalado localmente, combinado com Jupyter Notebook, é mais comum em ambientes profissionais, principalmente quando você trabalha com dados internos da empresa. Independentemente da escolha, o fluxo de análise é o mesmo.

Mais importante do que a ferramenta é a estrutura mental do analista. Antes de qualquer código, você precisa entender que analisar dados é um processo iterativo. Primeiro você explora os dados para entender o que existe ali. Depois valida se aquilo faz sentido. Por fim, comunica os resultados de forma clara para quem vai tomar decisões.

Passo 1: preparando o ambiente de análise com Python

Antes de analisar qualquer dado, você precisa garantir que o ambiente está corretamente configurado. Isso evita erros comuns, perda de tempo e frustrações ao longo do processo.

Usando Google Colab (opção mais simples)

Se você está começando ou quer focar apenas na análise, o Google Colab é a opção mais prática. Ele roda no navegador, já vem com Python instalado e inclui as principais bibliotecas de análise de dados.

Ao abrir um notebook no Colab, o Python já está disponível. Em geral, Pandas, NumPy, Matplotlib e Seaborn já vêm instalados. Quando precisar instalar alguma biblioteca extra, você pode fazer isso diretamente no notebook usando:

 

Esse comando instala a biblioteca apenas para aquela sessão, o que é suficiente para análises exploratórias e estudos.

Usando Python local + Jupyter Notebook (ambiente profissional)

Em ambientes de trabalho, é comum rodar Python localmente. Para isso, o caminho mais simples é instalar o Python oficial ou usar uma distribuição como Anaconda, que já vem com quase tudo pronto.

Após instalar o Python, você pode instalar o Jupyter Notebook com:

 

Depois, é só rodar no terminal:

Isso abre o navegador com o ambiente onde suas análises vão acontecer.

Instalando as bibliotecas essenciais

Com o ambiente pronto, é hora de instalar as bibliotecas básicas para análise de dados. Elas formam o “kit mínimo” de qualquer analista Python.


Se você pretende seguir o guia completo, pode incluir também:

 

Importando bibliotecas no notebook

No início de todo notebook de análise, você vai importar as bibliotecas que serão usadas. Esse padrão é praticamente universal:

É comum definir algumas configurações iniciais para facilitar a análise, como:


Isso melhora a visualização dos dados desde o começo.

Passo 2: limpeza de dados

Ao carregar os dados pela primeira vez, quase sempre você vai perceber que eles não estão prontos para análise. Valores faltantes, tipos incorretos, categorias inconsistentes e registros duplicados são a regra, não a exceção.

Essa etapa é onde muitos iniciantes se frustram, mas ela é fundamental. Dados mal limpos levam a análises erradas, gráficos enganosos e decisões ruins. O objetivo aqui é tornar o dataset confiável.

Durante a limpeza, você vai decidir como tratar valores nulos. Na prática, essas decisões aparecem diretamente no código. Em Python, a biblioteca Pandas é usada para identificar valores ausentes, corrigir tipos de dados e remover duplicidades, como no exemplo abaixo.

Essas decisões não são automáticas: dependem do contexto do dado e do problema que você quer resolver.

Ferramentas com apoio de IA podem ajudar bastante nesse momento, apontando padrões estranhos ou sugerindo transformações. Ainda assim, elas não entendem o negócio. O papel do analista é avaliar essas sugestões e decidir o que faz sentido.

Passo 3: análise exploratória de dados (EDA)

Com os dados limpos, começa a parte mais investigativa da análise. A análise exploratória serve para entender como os dados se comportam antes de tirar qualquer conclusão.

Aqui, você observa distribuições, identifica valores fora do padrão, compara grupos e busca relações entre variáveis. Muitas perguntas surgem nessa fase, e isso é esperado. A EDA não é linear: você testa hipóteses, volta etapas, ajusta recortes e aprofunda análises.

Para responder essas perguntas iniciais, o primeiro passo costuma ser gerar estatísticas descritivas e visualizações rápidas. Isso permite entender a distribuição dos dados antes de qualquer análise mais profunda. Exemplo:

Bibliotecas como Pandas e Seaborn ajudam a resumir os dados e gerar visualizações rápidas. Ferramentas de profiling automático podem acelerar o entendimento inicial, mas não substituem a análise manual e o olhar crítico.

Passo 4: visualizando dados para encontrar padrões

Visualização é uma extensão do raciocínio analítico. Em Python, essas visualizações são criadas com poucas linhas de código usando bibliotecas como Matplotlib e Seaborn, permitindo explorar padrões, comparações e tendências visuais.

Bons gráficos revelam padrões que tabelas não mostram, como tendências, sazonalidade e outliers.

Ao longo da análise, você vai alternar entre tabelas e gráficos. Tabelas são úteis quando a precisão é importante. Gráficos ajudam quando o objetivo é entender comportamento e comparar grupos.

É fundamental evitar gráficos enganosos. Escalas mal escolhidas, excesso de informação ou comparações fora de contexto podem levar a interpretações erradas. Um gráfico deve simplificar a leitura do dado, não confundir.

Passo 5: respondendo perguntas de negócio com dados

Depois de explorar e visualizar os dados, o próximo passo é conectá-los a perguntas reais. É aqui que a análise deixa de ser técnica e passa a ser estratégica.

Perguntas como “o que mais impacta vendas?”, “quais clientes geram mais valor?” ou “onde estamos perdendo dinheiro?” precisam ser traduzidas em métricas, recortes e análises específicas. Não existe uma função pronta que responda isso. O analista precisa estruturar o problema antes de escrever código.

Depois de definir a pergunta e as métricas corretas, o próximo passo é usar o código para calcular esses indicadores e comparar cenários.

Nesse momento, Python é apenas o meio. O valor está em escolher as perguntas certas e interpretar os resultados dentro do contexto do negócio.

Passo 6: introdução à análise preditiva com Python

Em alguns casos, olhar para o passado não é suficiente. Quando há padrões históricos claros e decisões que dependem de estimativas futuras, a análise preditiva pode ajudar.

Python permite criar modelos simples de previsão com poucas linhas de código, usando bibliotecas como scikit-learn. Segmentar clientes ou prever valores futuros são exemplos comuns. O foco aqui não é construir modelos complexos, mas entender quando faz sentido prever e como interpretar esses resultados com cautela.

A seguir, um exemplo simples mostra como criar um modelo preditivo básico em Python, apenas para ilustrar o processo e a lógica por trás da previsão.

Modelos não são verdades absolutas. Eles geram estimativas, e o papel do analista é avaliar se essas estimativas são confiáveis e úteis para a decisão em questão.

Python é a ferramenta para análise

Ao longo deste guia, ficou claro que Python não substitui o pensamento analítico. Ele acelera o trabalho, automatiza tarefas e amplia possibilidades, mas não decide por você.

Ferramentas de IA seguem a mesma lógica: ajudam a ganhar tempo, mas exigem validação constante. Bons analistas fazem perguntas melhores e investem continuamente em aprendizado.

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