6 dicas para você que quer migrar de Design Gráfico para UX Design
Migrar de Design Gráfico para UX Design é totalmente possível, basta entender quais são as exigências do mercado e como criar uma visão voltada para a experiência de pessoas usuárias.
Há apenas alguns anos, quando escutávamos a palavra “designer”, automaticamente pensávamos naquele jovem descolado e tatuado, de óculos de armação e cabelo colorido, mexendo com cores e formas em frente a um iMac.
Não é legal estereotipar toda uma classe de profissionais, a gente sabe. Mas isso tudo é para dizer que “designer”, hoje, tem uma infinidade de novas definições. Que não se restringem ao design gráfico e envolvem competências além das que os permitem criar peças visualmente incríveis.
Acontece que, com a demanda crescente por produtos digitais que ofereçam uma boa experiência para o usuário, o mercado começou a prestar mais atenção às necessidades de seus clientes e à forma com que eles interagem com suas plataformas. Com essa mudança, a figura do UX designer tem sido cada vez mais cobiçada.
A CNN prevê que este emprego cresça pelo menos 18% nos próximos 10 anos. De acordo com o site LoveMondays, UX Designers ganham em média R$ 5.824,00 ao mês em São Paulo.
Se você é designer gráfico e está considerando uma transição de carreira, vem com a gente.
Qual a diferença entre design gráfico e ux design?
No UX Design, o ser humano vem primeiro. Afinal, UX vem de “user experience” e é esse o foco de todo o processo: que sua experiência ao interagir com um produto digital seja a melhor possível. Isso envolve três fatores fundamentais — usabilidade, aparência e sensação.
Isso não quer dizer que um designer gráfico não se importe com as pessoas e saia roubando doces de crianças. Mas sua preocupação é, primeiramente, estética. Ele é especializado e baseia sua pesquisa em análises e referências visuais.
Já o UX designer deve ser multidisciplinar e se aprofundar nas necessidades e comportamentos de seu público antes de começar a conceitualizar interfaces.
O dever de um UX designer é, pela criação, resolver problemas; desenvolver um produto que, além de bonito de ver, seja fácil de utilizar e legal de mexer.
O mercado tem novas exigências, e mesmo que você não esteja considerando ainda uma mudança de carreira, desenvolver habilidades de UX Design para estar em sintonia com ele pode ajudar também sua carreira atual.
6 passos pra a transição de design gráfico para ux
Se o que você quer é fazer essa transição por completo, como designer gráfico, você já começa com certa vantagem. Mas há sim, um monte de aprendizado nesse processo. Veja o que é preciso para chegar lá:
1. Mude a ordem de suas prioridades
O objetivo do UX Design não é somente comunicar; cada interface precisa ser funcional para o usuário final. É por ele que você vive e respira trabalha, agora.
Isso significa que suas prioridades mudam, e que a parte estética agora é só a cereja do bolo — ou o molho do sanduíche, de acordo com a pirâmide abaixo:
A hierarquia de necessidades para a ter “conhecer seus usuários” como a mais fundamental delas. Como UX designer, você vai precisar usar menos seu instinto e mais o que você observa e escuta.
Seu senso estético vai continuar tendo um papel relevante. Só que agora, o mais importante agora é o exercício da empatia para entender o que é o pão desse sanduíche.
2. Explore novos territórios
Design gráfico é uma disciplina especializada. Você precisa de um conjunto de habilidades, conhecimento teórico e prática com tipografias, cores, formas, e outros elementos para gerar composições harmoniosas e atraentes.
O UX designer, além disso, precisa desenvolver competências relacionadas a pesquisa, gestão de projetos, marketing digital, criação de sistemas e mais. Ele está envolvido em todos os estágios de interação, não apenas aqueles que você pode ver.
Inclusive, um bom UX design é invisível: você não percebe, como usuário, o quanto de trabalho foi dedicado.
Para obter esse traquejo, prepare-se para treinar técnicas de mapeamento, prototipação e teste, design comportamental, arquitetura de Informação, e ganhar intimidade com o mundo dos números e analytics.
Cursos e bootcamps são uma boa maneira de adquirir conhecimento sobre essas áreas, praticar a implementação de princípios de UX e começar a montar seu portfólio.
3. Abra espaço na agenda
Existe algo de muito prazeroso em colocar os fones de ouvido, botar um Mc Kevinho Bach para tocar e deixar a criatividade fluir na tela do Illustrator, Photoshop ou outro software de sua preferência.
As horas de produção sem precisar falar com ninguém podem ser revigorantes até para os mais extrovertidos.
Mas se você pensa em se tornar UX designer, saiba que esses momentos são mais raros. Parte essencial do seu papel é entender as pessoas, o que, por sinal, torna crítica a capacidade de comunicação. Também ajuda quando o interesse em falar com elas é genuíno.
Além disso, em UX, você precisa estar sempre trabalhando em equipe. Muitas vezes, será sua responsabilidade fazer o meio de campo entre outros designers, desenvolvedores, redatores, líderes estratégicos e, bem, os usuários.
Isso significa ouvidos abertos, a necessidade de argumentar ideias com mais clareza e uma agenda com mais reuniões.
4. Acostume-se a um ciclo de evolução infinito
Não existe “pronto” no dicionário de UX design. Ele é essencialmente um processo iterativo de resolução de problemas. Depois de defini-lo, você levanta hipóteses para solucioná-lo e prototipa a que se mostra mais promissora, para então testá-la e definir novos problemas.
Nesse contexto, o processo de design gráfico tende a ser mais linear, já que é improvável que um UX designer pare de dar voltas por esse ciclo — o que, apesar de não parecer, é muito positivo!
Nada de “voilà”, “eureca”, “concluído”: o UX design é um movimento de melhoria contínua. Os ajustes são infinitos. Enquanto houver usuários para darem feedback (diga-se de passagem, sem usuários que dêem feedback, não há trabalho para o UX designer).
Isso requer uma mudança de mindset, e um punhado de paciência. Se você já é um inconformado nato, acaba sendo uma ótima desculpa para aperfeiçoar constantemente seu trabalho.
5. Pratique o desapego
Isso provavelmente já acontece com você que, como designer, tem que lidar com 78 pedidos de refação por peça.
Mas isso é mamão com açúcar quando comparada à necessidade de desapego de um UX designer. Isso porque — e perdoe a repetição — o design deve ser funcional e centrado no usuário acima de tudo. Às vezes, isso significa trocar sua cor favorita pela cor que mais vai motivar seu público a clicar em um botão.
6. Expanda sua rede
Ter os contatos certos pode não apenas ajudá-lo a iniciar nessa área, como impulsioná-lo como profissional. Para ser um (melhor) UX designer, seu novo esforço de networking deve focar em quem trabalha com e empreende em produto e tecnologia.
Vá a eventos, meetups, cursos, entre em grupos no LinkedIn, Facebook ou Slack. Demonstre seu interesse em aprender e contribua como puder para a comunidade. Tenha sempre cuidado com suas intenções e a forma como você aborda pessoas: você não quer apenas pedir, mas também oferecer ajuda.
Siga especialistas no Twitter, no Medium, e blogs especializados (como o da Tera!), busque mentores e peça opiniões sobre seus trabalhos. Aprendizado e feedback nunca é demais e vai facilitar, e muito, essa migração.
Carreiras Complementares
Quantas carreiras combinam psicologia, arte, design e tecnologia? UX design conta com uma variedade de áreas de conhecimento. Isso a torna uma das profissões mais interessantes nas quais ingressar.
Existe um gargalo que você precisa preencher? Existe. Mas há também muitos pontos de relação que dão ao designer gráfico uma vantagem nesse desenvolvimento e oportunidades de crescer em seu próprio ramo.
Você já sabe criar interfaces encantadoras. Agora, dê um passo a mais e descubra como criar produtos incríveis.
Quer descobrir quais são as tendências de UX Design que podem direcionar sua carreira nessa área? Leia nosso artigo com a visão de experts de mercado para 2021.