Portfólio de UX designer: dicas e passo a passo para montar o seu
Montar um portfólio de UX designer está sendo desafiador para você? Veja as 6 dicas que vão te ajudar a mostrar seu trabalho para recrutadores.
No ambiente de negócios de hoje em dia, não basta ter uma boa atuação profissional. É preciso também saber mostrar suas habilidades, seu talento, seus pontos positivos. Por isso, é essencial montar um portfólio de UX designer, com provas de sua experiência, das conquistas que você alcançou e de processos dos quais participou ativamente.
Neste artigo, queremos ajudar você a entender o passo a passo para montar esse documento tão importante para sua carreira. Vamos dar dicas baseadas no que especialistas da área explicam e falar sobre quais ferramentas e espaços virtuais você pode usar.
Continue a leitura e confira!
Por que você precisa de um portfólio de UX designer?
Na carreira como UX designer, o portfólio te ajudará a conquistar uma vaga e a impressionar recrutadores, afinal, ele é o ambiente onde você organiza e apresenta seu trabalho.
Antigamente, portfólios de design eram apresentados de forma impressa, e a organização era realizada em ambientes como pastas catálogo. Porém, se você construir um portfólio de UX atualmente, ele provavelmente estará em um site ou em um ambiente virtual.
Durante seu curso de UX ou em estudos, você deve ter percebido que esse é um assunto muito comentado, não é?
A seguir, queremos pontuar alguns motivos importantes para desenvolver um portfólio como designer de experiências.
Seu portfólio chega antes de você
Assim como destaca a Interaction Design Foundation, organização de certificações e materiais sobre UX Design, a primeira entrevista de emprego em UX inicia no seu portfólio.
Ao manter esse documento sempre atualizado, pessoas de recrutamento poderão conhecer seus trabalhos mais recentes e compreender quais habilidades técnicas você possui, por isso o ambiente que irá escolher para o seu portfólio também deve ser intuitivo, mostrando que você se preocupa e pratica técnicas de UX Design.
Leia também: 11 soft skills para UX designers que você precisa desenvolver
Você pode apresentar projetos com autonomia
Seu portfólio de designer de experiência será um ambiente em que poderá inserir projetos realizados durante cursos de UX, em que você aprende na prática com um projeto de case do mundo real. Além disso, você também consegue inserir projetos realizados em freelas ou cursos de atualização na carreira.
Quais são as principais dicas para montar um portfólio de UX?
Você já entendeu a relevância de um portfólio de UX designer, mas nós sabemos que pode ser desafiador documentar de forma clara as habilidades que você já sabe ter. Indo além, apresentá-las da forma adequada na hora do recrutamento também é um desafio.
O UX Recruiter norte-americano Tom Cotterill está acostumado com profissionais questionando o melhor caminho para criação de um portfólio.
Para ajudar profissionais de UX como você, ele publicou um artigo no portal Career Foundry com 6 dicas para um bom portfólio de UX designer. Nós trouxemos essas dicas resumidas a seguir.
1. Use o formato ideal para portfólio
Cotterill destaca, em primeiro lugar, o formato ideal do portfólio de UX designer. Lembrando que os recrutadores gastam, em média, seis segundos analisando um currículo, Cotterill sugere que você pode incrementar seu currículo com uma bela apresentação. Mas o melhor mesmo é um website que envolva suas informações (bio) e o que você fez (work).
Assim como acontece em outras áreas relacionadas a arte, criação e inovação, também em UX Design um portfólio ainda é a melhor forma de conquistar o recrutador. Afinal, são campos em que a contratação não é guiada pelo longo histórico e em quais companhias você trabalhou, mas pelo que você realmente fez ou pode fazer pelo negócio.
Para um arquiteto, mostrar um projeto — seja ele realizado ou não — vale mais do que mencionar que trabalhou em determinado escritório, ou estudou em determinada universidade. Porque a pergunta seguinte a uma informação específica sobre o histórico e a formação profissional invariavelmente é: “o que você fez nesse trabalho ou o que você consegue fazer depois dessa formação?”.
Ou seja, o que importa é você na prática. E a melhor forma de mostrar seu trabalho na prática é com um “produto digital”: o seu site.
2. Mostre quem você é
Contar um pouco sobre você pode ajudar a pessoa recrutadora ou visitante de seu portfólio a criar uma conexão com o que está apresentando. Nesta apresentação curta, você pode contar um pouco sobre suas paixões e interesses na área de UX. Ou contar alguma especialidade também.
Lembre-se que seu portfólio de UX designer deve espelhar sua personalidade. Em um tempo em que se busca pessoas que tenham afinidade com a cultura da empresa, mostrar quem você é sempre será uma ótima iniciativa. E também será uma forma de se diferenciar dos outros, claro.
Leia também: De comunicadora a UX: como Valéria tem criado experiências que valorizam diversidade
Inclua seu ponto de vista sobre o trabalho e a indústria. Cite ou mostre talentos que extrapolam a função de UX designer. Mais do que dizer por onde você passou, conte a sua história. Estas são algumas formas de mostrar quem você realmente é. E claro, faça isso sempre de uma forma leve, lógica e fluida.
3. Mostre o processo
Em um processo seletivo, é importante compreender como você pensa o processo de design, com quem conversou para tomar decisões, como obteve os dados colhidos. E isso pode se tornar envolvente quando você torna as experiências do processo de design em histórias.
Esse método também ajuda a compreender suas soluções desenvolvidas para além de protótipos navegáveis que não dizem sobre as decisões e o processo de design.
Lembra das aulas de matemática, quando não valia apenas colocar o resultado final da equação? Você precisava mostrar todas as contas, e tal. No portfólio de UX designer vale a mesma regra. Valorize cada projeto mostrando como seu trabalho levou a uma determinada resolução.
Marcin Treder, CEO da UXpin, afirma que “é muito mais importante dar ênfase em como você resolve problemas do negócio por meio do design”. Assim sendo, para cada caso, você pode apresentar as seguintes informações (nesta ordem):
-
o problema;
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com quem você trabalhou;
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quais ferramentas foram utilizadas;
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as fases de descoberta para solucionar o problema;
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o resultado final.
Isso ajuda também na hora de selecionar os projetos, porque você deve escolher aqueles que rendem as melhores histórias. E sobre o resultado final: os recrutadores querem sempre ver o projeto pronto. E se você não foi responsável pela interface, mostre-o mesmo assim. O importante é deixar claro quem fez o quê.
4. Mostre em imagens
Esta dica tem a ver diretamente com a anterior. Para mostrar o processo, você precisa fazer os registros certos. A construção do seu portfólio de UX designer é uma constante, uma parte indissociável do trabalho. Ou seja, você deve pensar no seu portfólio sempre que estiver desenvolvendo algo.
Tire prints das telas, guarde rascunhos e wireframes, registre os momentos para incrementar o storytelling de cada case. Pense em como você irá apresentar o que está fazendo, sempre. Desta forma você valorizará sua trajetória e fará a pessoa que vê seu portfólio mergulhar em cada projeto.
5. Mostre poucos e ótimos exemplos
O chefe do departamento de produtos da UXPin, Kamil Zieba, é taxativo: “Eu não preciso ver 10 projetos. Só preciso ver três projetos bem documentados (a fase da ideia, a pesquisa, designs) e explicados (quais os objetivos e o resultado) para formular a minha decisão”. Por isso, ser seletivo nesse momento é indispensável.
Se você está começando, não tenha vergonha de mostrar dois, ou até apenas um projeto. Você estará falando francamente e mostrando que é exigente.
Agora, se você já se considera uma pessoa UX designer mais experiente, cheia de ótimos trabalhos para mostrar, então respire fundo. É difícil, mas procure se agarrar a apenas três, no máximo quatro projetos. Deixe os outros para você comentar na entrevista. Mostre sua confiança não revelando tudo de uma só vez.
É importante manter seu portfólio atualizado, com trabalhos recentes e também trabalhos que com tempo você queira atualizar, agregando conhecimentos de cursos que realizou ou boas práticas novas absorvidas em aprendizados de UX.
Uma dica para escolher quais projetos você vai apresentar é focar na área específica de interesse. Então, se você quer uma vaga mais voltadas para construções de UI Design e interface, precisa apresentar cases e trabalhos com focos em UI.
O mesmo para outras áreas e disciplinas em UX, pois isso manterá seu portfólio organizado e intuitivo. Você também pode escolher separar trabalhos de diferentes áreas e disciplinas em UX.
6. Não mostre informações confidenciais
Não é um bom começo de conversa pedir para o entrevistador assinar um NDA (Non-Disclousure Agreement), certo? Então, para não limitar seu material por conta de informações confidenciais de clientes, você pode recorrer a alguns truques.
Um simples “blur” em determinados prints resolve muitas questões. O ângulo de fotos pode não revelar em detalhes as anotações num quadro, mas mostrar um trabalho árduo feito em equipe.
Outras duas saídas são: pedir autorização aos clientes para colocar o trabalho no portfólio de UX designer, e fazer uma simulação do projeto, poupando nomes e marcas, mas mostrando um problema e sua solução.
Exemplos de portfólio de UX designer para se inspirar
Agora, queremos compartilhar com você alguns exemplos de portfólios que gostamos para que você também consiga se inspirar.
Comunicativos e objetivos
Você pode inserir uma saudação e se apresentar. Portfólios com abordagens, ou approaches, ajudam a garantir uma boa primeira impressão. Como no portfólio de Ljubomir Bardžić, onde também podemos perceber que ela inclui seus principais cases de UX e os apresenta num formato de página minimalista, indo direto ao assunto.
Em diferentes ambientes virtuais
Um formato de portfólio de UX designer que melhor apresente seu trabalho e que te apresente de forma diferente vai destacar seu desempenho nos processos de recrutamento.
Você pode utilizar diversos espaços virtuais como sites, blogs como o Medium, ou um ambiente como o Notion, em que é possível compartilhar artigos e notas.
Quer saber mais? O artigo de Cássia Tofano, UX/UI Designer, dá algumas dicas valiosas para criar um portfólio no Notion.
Pouco pode dizer muito
Você não precisa ter um portfólio carregado de informações. Pode também optar por apresentar as informações necessárias e ir direto ao ponto, como no portfólio de Josh Lucas, UX Designer.
Quer ir além? Você também pode conferir uma lista com indicações dos melhores portfólios do ano em UX, presentes no Case Study Club, um blog sobre a comunidade de UX.
Onde hospedar um portfólio de UX?
Como falamos anteriormente, você pode hospedar seu portfólio de UX designer em um site, blog ou ferramenta de organização. É importante que pense no local que melhor combina com seu trabalho, sua linguagem e se o espaço comporta bem o que deseja mostrar.
Existem plataformas de hospedagem de site com templates para designers de experiência do usuário. Na plataforma de hospedagem para sites WIX é possível ler um pouco sobre bons portfólios de UX alocados por lá.
Você também pode desenvolver seu portfólio em ambientes como Drible e Behance, para deixar seus trabalhos armazenados de forma segura e se inspirar com outros trabalhos inseridos pela comunidade.
Sites ou plataformas de hospedagem de trabalhos em design podem ser uma alternativa ótima e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é necessário saber programar para construir um portfólio em UX.
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Esperamos que essas dicas ajudem você a montar um portfólio de UX designer que, mais do que chamar a atenção de recrutadores, também mostre quem você é e todo o potencial do seu trabalho.