Product managers têm papel essencial na gestão de produtos digitais relevantes e eficazes. Descubra o que fazem product managers, salário, responsabilidades e habilidades necessárias.
O mercado está constantemente se reinventando e buscando novas maneiras de desenvolver produtos. Nesse cenário, a figura da pessoa product manager se destaca, ganhando a responsabilidade de conduzir essas mudanças com uma série de boas práticas na gestão de produtos digitais.
Esse papel exige uma gama de conhecimentos relacionados ao produto, à pessoa usuária, ao negócio e à tecnologia. Além disso, skills técnicas e comportamentais precisam caminhar juntas para que profissionais de Product Management consigam criar pontes entre todos os stakeholders.
Sem pré-requisitos de formação para ser product manager, pessoas das mais diversas áreas de conhecimento se interessam por esse novo campo e buscam um panorama sobre todos os pontos que envolvem uma jornada de transição de carreira para essa área.
Se esse é seu caso, descubra tudo que preparamos neste artigo para contribuir para o seu desenvolvimento:
Boa leitura e bom aprendizado!
Ok, vamos começar com o básico: o que significa ser Product Manager?
Se a gente fosse traduzir ao pé da letra, seria algo como “Gerente de Produto”. Mas essa tradução engana um pouco, pois o trabalho de um PM vai muito além de “gerenciar”.
O Product Manager é a pessoa que cuida da criação e evolução de um (ou mais) produto digital.
Não estamos falando de um produto físico, como um carro ou uma geladeira. Estamos falando de apps, sites, plataformas digitais… qualquer solução tecnológica que tenha usuários interagindo.
O PM é quem ajuda a decidir:
Imagine o PM como alguém que fica no meio de três grandes forças:
O trabalho dele é equilibrar esses três interesses, sempre pensando na melhor solução possível.
Nenhuma dessas coisas de forma isolada.
Na maioria dos casos, o PM não é chefe de ninguém, mas precisa influenciar várias pessoas.
Também não é um especialista técnico, mas precisa entender o suficiente para conversar bem com desenvolvedores.
E por mais que o título “Product Manager” sugira que ele seja o “dono do produto”, na prática o trabalho é muito mais sobre facilitar decisões coletivas do que tomar decisões sozinho.
Porque criar produtos digitais envolve muitas escolhas difíceis.
Se cada equipe trabalhasse isoladamente (só o time de negócios pensando em lucro, só o time técnico focado em código, só o time de design pensando na experiência do usuário), o resultado provavelmente seria um produto confuso, com prioridades desencontradas.
O PM está ali para conectar as peças e garantir que o produto avance de forma consistente e estratégica.
Esse é o conceito central. Nos próximos tópicos, vamos detalhar melhor quais são as responsabilidades de um PM, que habilidades ele precisa ter e como é a rotina na prática.
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Ser Product Manager é um daqueles papéis que parecem simples no título, mas que ganham complexidade real no dia a dia.
O PM é, acima de tudo, uma pessoa que toma decisões difíceis com base em informações incompletas. Parece dramático? Um pouco. Mas é bem por aí.
Ao contrário do que muita gente pensa, o PM não é o “chefe” do time de tecnologia, nem um gerente tradicional no estilo corporativo clássico.
O que está sob a responsabilidade dele é o caminho do produto.
Na prática, isso significa:
Importante reforçar: ainda que isso possa acontecer, o PM não é responsável por programar, desenhar telas ou testar o produto.
Essas funções ficam com as equipes especialistas (engenharia, design, QA etc.). O papel do PM é criar as condições para que essas equipes trabalhem com clareza de objetivos e prioridades.
Resumindo:
O Product Manager é o guardião da direção do produto. Não faz tudo sozinho, mas é quem garante que as decisões certas sejam tomadas na hora certa.
Ficou com vontade de se aprofundar mais no assunto e ativar o seu senso de produto? Então confira o nosso minicurso gratuito Pensamento de Produto, com o expert Murylo Schulttais, e aprenda a focar nos problemas certos na hora de desenvolver suas soluções.
Produtos digitais têm uma linha do tempo importante que deve ser considerada. O ciclo engloba essa jornada com etapas que vão desde sua concepção até o momento em que eles passam a perder relevância no mercado.
Product managers devem entender como esse ciclo acontece para saber justamente seu papel dentro desse fluxo de acontecimentos.
O ciclo da gestão de produtos digitais é um conceito bem definido e que acontece nas seguintes etapas:
Berçário – Fase de pouca progressão e muitos estudos. É o momento de concepção, sempre repleto de descobertas, mas que geram também disrupções em relação a ideias que se tinha. É o ponto de partida, mas não é a definição do caminho final;
Aceleração – Esta etapa começa com a percepção de que há mercado para desenvolver um produto. Então, há uma organização para estruturar processos, aquisição de recursos para desenvolver, captação de investimentos e preparo de toda a infraestrutura necessária. Afinal, vai dar negócio;
Amadurecimento –Aqui já há definição de processos e uma estrutura de desenvolvimento definida. A busca é por entender detalhes mais específicos do mercado e integrar essas percepções à gestão e produção;
Declínio –O declínio precisa ser esperado. É uma fase em que o produto perde força no mercado e deixa de ser relevante pouco a pouco. Isso acontece por conta da obsolescência da tecnologia, sobretudo em digital products, mudanças culturais e até mesmo crises que fazem a empresa deixar de investir em inovação para seu produto.
O papel de PM tem muitas variações dependendo da empresa, do produto e da área de foco.
Aqui estão alguns dos principais tipos de PM que você pode encontrar no mercado:
Cada tipo de PM exige um conjunto de habilidades específicas, mas todos compartilham uma base comum:
Resolver problemas de forma estratégica, sempre com foco no usuário e no negócio.
Quando alguém pensa em trabalhar com Produto, é comum imaginar que precisa ser uma espécie de “super profissional” que entende de negócios, tecnologia, design, dados… tudo ao mesmo tempo.
A verdade?
Nenhum PM nasce pronto. E ninguém domina todas as habilidades desde o início.
O que existem são algumas competências que o mercado valoriza, e que você pode (e deve) desenvolver ao longo do tempo.
Muita gente trava ao olhar essa lista e pensa: “Mas eu não sei fazer metade disso ainda!”
E está tudo bem. Boa parte dessas habilidades se aprende na prática, errando, ajustando e melhorando ao longo da jornada.
O importante é ter curiosidade, disposição para aprender e vontade real de entender como entregar valor através de produtos digitais. Você pode se apoiar em aprendizado prático, como o learning by doing.
Trabalhar com Produto significa tomar decisões o tempo todo.
Para fazer isso de forma mais estruturada e menos baseada em achismos, existem alguns frameworks e metodologias que fazem parte do dia a dia de quase todo PM.
Aqui vão alguns dos mais conhecidos (e usados):
Esses são apenas alguns exemplos, mas o mais importante é entender que frameworks são ferramentas, não regras fixas.
O bom PM sabe adaptar cada um deles à realidade do seu time, da sua empresa e do problema que está tentando resolver.
Se você está começando a pesquisar sobre carreira em Produto, provavelmente já se deparou com uma sopa de siglas e cargos parecidos: PM, PO, UX, Tech Lead…
É normal ficar confuso no começo. A boa notícia é que dá para entender de forma simples.
Product Manager (PM): é o profissional que olha para o produto de forma mais estratégica e de longo prazo.
O PM responde a perguntas como:
O foco do PM é entender o mercado, os usuários, o negócio e transformar tudo isso em uma direção clara para o time.
Product Owner (PO): aqui o olhar é mais tático e voltado para o dia a dia das entregas. Em muitos casos, essa função pode ser definida também como Associate Product Manager (APM).
O PO cuida de perguntas como:
Em muitos times, o PO é quem faz o refinamento das tarefas com o time técnico e garante que o backlog esteja sempre organizado e priorizado.
Depende da empresa.
No Brasil, principalmente em startups e empresas menores, é muito comum que a mesma pessoa acumule os dois papéis.
Isso significa que o PM também acaba fazendo o trabalho de PO, cuidando tanto da visão estratégica quanto do dia a dia das entregas.
Já em empresas maiores e mais maduras (grandes bancos digitais, e-commerces, empresas de tecnologia), esses papéis costumam ser separados.
Para concluir, vale citar que o time de Produto vai muito além de PM e PO.
Algumas funções que você vai ouvir bastante:
Cada um tem seu foco, mas todos trabalham juntos com um objetivo comum: construir um produto que gere valor para o usuário e para o negócio.
Se você perguntar para qualquer PM em atuação hoje, provavelmente vai ouvir a mesma resposta: não existe uma rotina fixa e previsível.
Mas tem uma coisa que ajuda a organizar o caos: o ciclo da sprint, que é uma estrutura típica de trabalho usada por muitos times de produto e tecnologia.
Vamos imaginar juntos uma semana comum na vida de um PM, dentro de um time ágil.
A semana geralmente começa com a Sprint Planning, a famosa reunião de planejamento.
Aqui, o time se reúne (PM, desenvolvedores, designers, QA etc.) para decidir:
O PM chega nessa reunião com o backlog organizado, prioridades bem pensadas e, muitas vezes, com os objetivos da sprint já desenhados.
Depois da planning, a segunda segue com:
Durante a execução, o PM participa das dailys, aquelas reuniões rápidas de 15 minutos no início do dia.
O objetivo é garantir que o time está andando bem e que ninguém está travado.
Nesse momento o papel do PM é muito mais de remover impedimentos e garantir que o time tenha o contexto necessário para avançar, do que microgerenciar.
Além das dailys, os dias do meio da semana são ocupados por:
Em muitas empresas, sexta é o dia de Sprint Review e Retrospectiva.
Sprint Review: o time apresenta o que foi entregue. Stakeholders podem participar, ver as novidades e dar feedbacks.
Retrospectiva: o time olha para dentro e discute o que funcionou bem na sprint, o que pode melhorar e quais ações podem ser feitas para o próximo ciclo ser mais eficiente.
O papel do PM nesses momentos é garantir que o time esteja confortável para trazer pontos de melhoria e, ao mesmo tempo, manter o foco nas metas de produto.
O tempo entre as cerimônias é preenchido com um pouco de tudo:
Ah, e também lidando com aquelas famosas mudanças de última hora que aparecem no meio da semana e que todo PM brasileiro já aprendeu a encarar com certa diplomacia.
Ser PM no Brasil é viver uma rotina marcada por:
Cada semana traz novos desafios, mas o objetivo continua o mesmo: garantir que o time está construindo as soluções certas para os problemas certos.
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um assunto futurista e passou a fazer parte do dia a dia de quase todo mundo que trabalha com Produto.
E o impacto para quem é Product Manager? Gigante. E só tende a crescer.
A IA tem influenciado o trabalho de PMs de pelo menos três formas principais:
Essa é uma preocupação que muita gente tem.
A resposta curta é: não.
O que está mudando é o conjunto de habilidades que um bom PM precisa desenvolver.
Hoje, além das habilidades tradicionais, o mercado já começa a valorizar PMs que:
Se você chegou até aqui, já deve ter percebido que trabalhar com Produto envolve uma mistura de análise, comunicação, estratégia e muita resolução de problemas.
Mas a grande pergunta é: como dar os primeiros passos de verdade?
Ao contrário de profissões mais tradicionais, não existe uma faculdade de Product Management, nem um certificado mágico que garante uma vaga.
Cada PM tem uma história diferente de como chegou lá.
Alguns vieram de áreas técnicas, outros de marketing, design, atendimento ao cliente, ou até de áreas totalmente fora do mundo digital.
Uma curiosidade enorme por entender problemas e buscar soluções. E uma vontade real de aprender como os produtos digitais funcionam nos bastidores.
Se você está começando do zero, aqui vão ações que realmente fazem diferença:
Ter cases práticos pode te ajudar bastante, principalmente se você está migrando de outra área.
O importante é mostrar como você pensa e resolve problemas.
Se você sente que está perdido, saiba: muita gente que hoje é PM já esteve exatamente no seu lugar. Aproveite dicas de quem já passou por essa transição neste artigo com dicas de experts.
O segredo é começar, dar um passo de cada vez e construir sua trajetória com consistência.
Uma dúvida super comum de quem está pensando em migrar para a área de Produto: quanto ganha um Product Manager no Brasil?
A resposta curta é: depende bastante.
O salário de um PM varia de acordo com fatores como:
Além do salário fixo, é comum que profissionais de Produto tenham benefícios como:
Esses números são médias de mercado e podem mudar bastante de acordo com a realidade de cada empresa.
Se você está começando agora, o mais importante é focar em ganhar experiência prática e entender que o crescimento salarial costuma vir com o tempo, à medida que você entrega resultados e ganha senioridade na área.
Todo mundo que trabalha com Produto hoje já esteve no começo da jornada um dia.
E uma coisa que quase todos os PMs com experiência dizem é: ninguém se sente 100% pronto antes de começar.
Por isso, aqui vão algumas dicas que vêm direto de conversas reais com pessoas da área:
Abra um app que você usa todos os dias. Agora, em vez de só usar, pergunte-se:
Esse exercício simples de observação é um ótimo treino para começar a pensar como um Product Manager.
Vários PMs iniciantes deram o primeiro passo participando de eventos, grupos de WhatsApp, Slack ou LinkedIn.
O Brasil tem comunidades muito ativas. Aliás, muita vaga e oportunidade de networking aparecem primeiro nesses espaços, antes mesmo de ir para sites de emprego.
Um PM precisa convencer diferentes públicos o tempo todo: stakeholders, desenvolvedores, liderança, clientes…
Aprender a construir uma narrativa clara e objetiva faz diferença na carreira desde o início.
Se você consegue explicar bem um problema e mostrar por que uma solução faz sentido, já está saindo na frente.
Muitos PMs começaram como:
Às vezes, o caminho mais rápido para virar PM é começar em um cargo próximo e ir migrando internamente.
Pergunte. Investigue. Entenda o porquê das coisas.
Um PM que só executa tarefas sem questionar dificilmente vai se destacar.
Para finalizar: seja gentil com você nesse processo.
Entrar na área de Produto é um aprendizado contínuo. Cada desafio novo vai te ensinar um pouco mais sobre o que significa ser PM.
Se você chegou até aqui, já deve ter percebido: ser Product Manager não é uma carreira fácil, mas pode ser extremamente recompensadora.
É uma profissão para quem gosta de resolver problemas, lidar com diferentes perfis de pessoas e tomar decisões que realmente impactam a vida dos usuários.
Você vai precisar se acostumar com a ambiguidade, com mudanças de prioridade, com momentos de dúvida e com aquela sensação constante de que sempre há algo novo para aprender.
Ver uma ideia sair do papel, acompanhar o crescimento de um produto que você ajudou a construir e perceber que suas decisões estão gerando resultado para o negócio e para as pessoas que usam o produto.
Para muita gente, isso faz o desafio valer a pena.
Se você sente que esse é um caminho que combina com você, o próximo passo é começar a se preparar de forma estruturada.
Esperamos que este guia sobre a carreira de product manager seja útil para seus primeiros passos na área. Se você sente que já é momento de avançar na sua transição de carreira, entre em contato com o time da Tera e conheça mais sobre o curso Digital Product Leadership.