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Design Ops: qual é o papel? Entenda as responsabilidades

Escrito por Redação Tera | 18 Jul

Design Ops ainda é um termo novo para muita gente, mas seu impacto já é real dentro dos times de produto e design.

Neste texto, você vai entender de forma clara e prática o que é Design Ops, por que ele tem ganhado espaço nas empresas e como ele pode ser o caminho para quem quer trabalhar com design de forma estratégica, organizada e com impacto real.

Aqui você vai encontrar:

O que é Design Ops, afinal?

Design Ops (ou Design Operations) é o campo que busca responder uma pergunta essencial: como o design funciona (ou deveria funcionar) dentro de uma organização?

Mais do que um cargo, Design Ops é uma mentalidade. Um olhar estratégico sobre como pessoas, processos e ferramentas se conectam para permitir que o design aconteça de forma consistente, eficiente e com impacto.

Design não é só o que entregamos: é também como entregamos

Se você trabalha com design de produtos digitais (ou quer entrar nessa área), já deve ter percebido: desenhar a interface é só uma parte do trabalho.

É comum ver times enfrentando problemas como:

  • Falta de alinhamento entre pessoas
  • Processos mal definidos ou inexistentes
  • Ferramentas desconectadas
  • Dificuldade de escalar entregas com qualidade

Tudo isso gera retrabalho, desgaste, lentidão, e acaba minando o valor do design.

É aí que entra o Design Ops

Design Ops atua como a cola que une o time de design. Ele organiza, orquestra e sustenta o trabalho coletivo. Em vez de cada pessoa tentar resolver seus próprios gargalos, Design Ops cria um ambiente estruturado para que o time todo funcione melhor.

“Design Ops cuida de tudo aquilo que impacta o como o design acontece, e não só o que está sendo entregue.”

A ideia aqui é simples, mas poderosa: quanto mais clara, organizada e bem equipada estiver a operação de design, mais valor o time vai conseguir gerar.

Inspirado em DevOps, adaptado ao design

O termo surgiu inspirado em DevOps, função que se consolidou na engenharia para otimizar o ambiente de desenvolvimento. O Design Ops aplica essa mesma lógica à rotina de quem trabalha com UX, UI, produto e pesquisa.

Ou seja, é sobre infraestrutura, ferramentas, alinhamento, escala e eficiência, mas com foco nas necessidades específicas do design.

Orquestrar o design para liberar o potencial do time

Um bom trabalho de Design Ops responde perguntas como:

  • Temos as ferramentas certas?
  • Nossos processos estão claros e bem definidos?
  • Estamos trabalhando de forma alinhada?
  • Como evitamos retrabalho e ruído?
  • Como criamos um ambiente saudável e produtivo para designers?

E isso é só o começo. Quando bem aplicado, Design Ops permite que pessoas designers foquem no que sabem fazer de melhor: resolver problemas reais com boas experiências.

Muito além da produtividade: é sobre impacto

Design Ops não é só sobre “ganhar tempo”. É sobre dar visibilidade, criar escala, apoiar o crescimento do time e aumentar a maturidade de design dentro da empresa.

“Design Ops se refere à orquestração e otimização de pessoas, processos e práticas de design, ampliando o valor que o design pode ter nas companhias.”
 - Kate Kaplan, do Nielsen Norman Group

Design Ops não é Design System (mas eles se encontram)

É comum ver os termos Design Ops e Design System sendo usados quase como sinônimos, e, de fato, eles têm pontos em comum. Mas é importante entender que são coisas diferentes, com propósitos distintos.

Enquanto o Design System é um produto (um conjunto organizado de componentes, padrões, diretrizes e boas práticas de design), o Design Ops é a operação que permite que esse e outros produtos de design funcionem bem dentro da empresa.

Se o Design System é a ferramenta, o Design Ops é quem cuida para que essa ferramenta esteja acessível, funcional, bem gerida e integrada ao dia a dia dos times.

Onde eles se encontram

Na prática, o Design Ops pode ser o responsável por:

  • Garantir que o Design System esteja atualizado e bem documentado
  • Estabelecer processos para sua governança e evolução
  • Facilitar o alinhamento entre times de design e engenharia
  • Criar rituais e rotinas para que o Design System seja adotado e evolua com consistência

Ou seja, o Design System é um dos pilares de um bom Design Ops, mas não é o único. Ferramentas como Figma, Miro, sistemas de versionamento, métodos de pesquisa, estruturas de documentação e até os rituais de trabalho fazem parte do ecossistema que o Design Ops orquestra.

Papéis distintos, mas complementares

Dentro de uma equipe madura, é comum vermos papéis diferentes trabalhando juntos:

  • Uma pessoa Design System Manager, focada na evolução do sistema como produto
  • Uma pessoa Design Ops, garantindo que esse sistema e outros processos funcionem na operação do time

Ambos os papéis se cruzam, colaboram e se fortalecem, mas têm responsabilidades distintas.

Papéis, cargos e funções que orbitam Design Ops

O Design Ops ainda é uma área nova, especialmente no Brasil. Por isso, é comum encontrar certa confusão sobre quem faz o quê dentro de uma operação de design, e até sobre quais títulos existem.

A verdade é que Design Ops não é, necessariamente, um cargo único. É um campo com múltiplos papéis que podem variar de empresa para empresa, dependendo da maturidade, do tamanho do time e dos desafios do momento.

Mas há alguns perfis e funções que costumam aparecer com frequência nesse ecossistema. Vamos conhecer os principais:

Design Ops (ou Design Operations Manager)

Esse é o papel mais conhecido e diretamente ligado à área. É a pessoa que atua como facilitadora da operação de design, garantindo que os fluxos, ferramentas, governança e processos estejam bem definidos, funcionando e evoluindo com o time.

Design System Manager

Foca no Design System como produto. Planeja sua evolução, define prioridades, coleta feedbacks e articula entregas entre design e engenharia. Atua como um PM, mas o “produto” aqui é o próprio sistema de design.

Design Engineer

Pessoa com perfil híbrido entre design e engenharia. Trabalha na ponte entre o design visual e a implementação técnica, cuidando da qualidade, eficiência e consistência na construção de interfaces. Costuma atuar próximo do Design System.

Design Librarian

Um papel que tem ganhado força fora do Brasil. É a pessoa responsável por manter as bibliotecas de design organizadas, atualizadas e acessíveis. Tem foco em gestão, versionamento e documentação de componentes.

Design System Ops

Uma espécie de “subconjunto” dentro de Design Ops, voltado exclusivamente para a operação que sustenta o Design System. Em algumas empresas, é uma função separada; em outras, está sob o guarda-chuva do Design Ops geral.

Pessoas de UX, pesquisa e produto com mentalidade Ops

Nem todo mundo que atua com Design Ops tem esse título formal. Muitas vezes, a operação começa com alguém do time enxergando um problema e propondo uma estrutura melhor para resolvê-lo, um UX preocupado com o processo de discovery, uma pessoa de produto que melhora o alinhamento entre squads, alguém de pesquisa que organiza a documentação de aprendizados.

Essas movimentações são parte do mindset de Design Ops. E muitas vezes, são elas que pavimentam o caminho para que esse papel se formalize depois.

Cada empresa, uma realidade…

Em empresas menores, uma única pessoa pode acumular vários desses papéis. Em empresas maiores e mais maduras, como Nubank, iFood, Conta Azul, Mercado Livre, já existem lideranças dedicadas tanto a Design Ops quanto a Design Systems.

O importante é entender que esses papéis são complementares e refletem o amadurecimento da operação de design. Não é sobre “ter todos”, e sim sobre entregar valor com clareza, organização e impacto.

Responsabilidades principais de quem atua com Design Ops

Agora que já entendemos o que é Design Ops e os papéis que orbitam esse universo, é hora de mergulhar nas responsabilidades práticas de quem atua nessa função.

Design Ops não é sobre burocracia. É sobre criar as condições ideais para o design florescer dentro de uma empresa. A seguir, listamos as frentes de atuação mais comuns e mais críticas desse papel:

1. Organização do fluxo de trabalho (workflow)

Tudo começa entendendo como o trabalho acontece hoje. Quem atua com Design Ops mapeia os fluxos atuais, identifica gargalos, pontos de fricção e oportunidades de melhoria. O objetivo é desenhar processos mais claros, fluidos e escaláveis, que ajudem designers a produzir mais (e melhor), sem se perder no caminho.

2. Governança e padronização

Design não pode depender apenas da boa vontade de cada pessoa do time. É preciso ter regras claras, processos bem definidos e pontos de validação consistentes.

Design Ops ajuda a responder perguntas como:

  • Quem aprova o quê?
  • Como lidamos com mudanças em padrões ou componentes?
  • Como compartilhamos aprendizados entre squads?

Essa governança garante que o design cresça com coerência, e não vire uma colcha de retalhos.

3. Infraestrutura de ferramentas e documentação

Do Figma ao Miro, passando por ferramentas de handoff, pesquisa e documentação, a infraestrutura é o alicerce do trabalho de design. A pessoa de Design Ops orquestra essas ferramentas, cuida da escolha, da implementação, da manutenção e da integração entre elas.

Mais do que “ter a ferramenta”, é garantir que ela funcione para o time, com acesso fácil, processos bem definidos e documentação viva.

4. Visibilidade e gestão de capacidade

Quem está trabalhando em quê? Quais entregas estão em andamento? Existe sobrecarga em algum ponto? Há prioridades claras?

Design Ops cria visibilidade sobre o pipeline de projetos e ajuda na gestão da capacidade do time. Isso evita sobrecarga, distribui melhor os esforços e permite que decisões sejam tomadas com base em dados e contexto real.

5. Evangelização e cultura de design

Design ainda precisa ser compreendido, valorizado e defendido dentro de muitas empresas. A pessoa de Design Ops atua como embaixadora da prática, promovendo rituais, documentando boas práticas, apresentando resultados e conectando o time de design com outras áreas.

É uma forma de aumentar a maturidade de design dentro da organização, e garantir que esse trabalho seja visto como estratégico.

6. Gestão de mudanças

Toda vez que você muda um processo, uma ferramenta ou uma dinâmica de trabalho, há impacto. Design Ops é quem cuida da transição, gerenciando as mudanças de forma estruturada, ouvindo o time, planejando etapas e cuidando para que a mudança traga valor, sem virar trauma.

7. Apoio ao desenvolvimento das pessoas

Embora não seja uma liderança formal, a pessoa de Design Ops muitas vezes cria estrutura para que o time cresça profissionalmente. Isso pode incluir: definir trilhas de aprendizado, mapear gaps de habilidades, promover capacitações internas e apoiar a criação de planos de desenvolvimento.

Habilidades-chave para atuar com Design Ops

Agora que você já entende o que faz uma pessoa de Design Ops, talvez esteja se perguntando:

"Será que eu tenho o perfil para trabalhar com isso?"

A boa notícia é: Design Ops não exige que você seja designer. O que importa, na verdade, é o conjunto de habilidades e a mentalidade que você traz para o time. Se você tem olhar estratégico, gosta de estruturar coisas e sente prazer em facilitar o trabalho das pessoas ao redor, já está no caminho certo.

Veja abaixo as habilidades mais valorizadas para atuar com Design Ops:

Pensamento sistêmico

Essa é a base. Quem atua com Design Ops precisa enxergar o todo: pessoas, processos, entregas, ferramentas, cultura. Ter pensamento sistêmico é conseguir entender como as peças se conectam, e como pequenas melhorias em um ponto podem gerar grandes impactos no ecossistema.

Organização e visão de processo

Não adianta só ter boas ideias. É preciso colocar ordem no caos. Ter visão de processo, clareza na comunicação e capacidade de estruturar rotinas, rituais e fluxos é essencial para ajudar times a evoluírem de forma sustentável.

Compreensão de tecnologia

Você não precisa saber programar, mas precisa entender minimamente como funcionam os sistemas, ferramentas e integrações que fazem parte do dia a dia do time. Isso inclui ter afinidade com plataformas como Figma, sistemas de design, ferramentas de documentação, automações e processos que envolvem engenharia.

Capacidade de ensinar e facilitar

Design Ops é um papel de bastidor, mas também de influência. É comum precisar ensinar processos, facilitar reuniões, apresentar melhorias e apoiar o onboarding de novas pessoas. Ter habilidades de comunicação, escuta ativa e empatia faz toda a diferença.

Gestão de mudanças

Mudar uma ferramenta ou processo é mexer na rotina (e na cabeça) das pessoas. Por isso, quem atua com Design Ops precisa saber liderar mudanças com calma, clareza e escuta, sem impor, mas conduzindo o time com segurança.

Pensamento estratégico

Design Ops não é só “organizar planilha”. É olhar para o impacto real do design dentro da empresa. Enxergar o que está travando o time, propor soluções com foco no negócio, medir resultados e conectar os pontos entre o que o design faz e o valor que ele entrega.

Curiosidade e mentalidade de evolução

Por fim, talvez o mais importante: Design Ops é uma área em construção. Os nomes mudam, os papéis evoluem, os desafios variam. Ter curiosidade, vontade de aprender, olhar atento para o mercado e disposição para experimentar são características fundamentais.

Preciso ser designer para trabalhar com Design Ops?

Não. E isso é libertador.

Você não precisa ter formação em design para atuar com Design Ops. O mais importante é ter mentalidade de estrutura, colaboração e impacto. Pessoas de UX, produto, pesquisa, conteúdo ou até de outras áreas podem assumir esse papel, desde que se importem com o como o design acontece.

Design Ops é mais sobre entender pessoas, processos e sistemas do que sobre desenhar interfaces. É sobre fazer o time funcionar melhor, independente de onde você vem.

Se você tem pensamento estratégico, gosta de resolver problemas organizacionais e quer contribuir para que o design entregue mais valor, você já pode começar a trilhar esse caminho.

Design Ops na era da inteligência artificial

A inteligência artificial está transformando radicalmente o modo como produtos digitais são pensados, desenvolvidos e operados, e o design não fica de fora dessa mudança. Nesse novo cenário, o papel de Design Ops se torna ainda mais relevante e estratégico.

Mais automação, mais complexidade

Ferramentas de IA estão automatizando tarefas repetitivas, acelerando prototipagens, otimizando fluxos e até sugerindo soluções de interface. Isso libera tempo das pessoas designers, mas também cria novos desafios operacionais:

  • Como integrar IA de forma segura e ética nos fluxos de design?
  • Como garantir qualidade e consistência com entregas mais rápidas?
  • Como capacitar o time para trabalhar em parceria com a IA, e não em conflito?

Design Ops é quem ajuda a responder essas perguntas e estruturar processos que façam sentido nesse novo contexto.

Infraestrutura e governança ganham ainda mais peso

Com a IA embarcada em diversas ferramentas, cresce a necessidade de padronização, documentação e governança. É papel da pessoa de Design Ops garantir que o time:

  • Use IA com propósito e alinhamento
  • Saiba como (e quando) automatizar sem abrir mão da visão humana
  • Tenha espaços seguros para aprender, testar e evoluir

Design Ops como agente de adaptação contínua

Em um cenário onde tudo muda rápido, Design Ops se consolida como o papel que garante adaptação com consistência. Ele não só absorve as transformações tecnológicas, como cria pontes para que o time de design continue entregando valor, com IA ou sem.

A IA muda a forma como trabalhamos. O Design Ops garante que o trabalho continue funcionando, com inteligência, organização e impacto.

Conclusão

Design Ops não é tendência passageira. É a resposta prática à complexidade que vem com o crescimento dos times, das ferramentas e das expectativas sobre o design.

É uma função estratégica que cria estrutura, clareza e escala, liberando designers para focar no que fazem de melhor: resolver problemas reais com boas experiências.

Se você se importa com como o trabalho acontece, se gosta de criar ordem onde há caos e quer ampliar o impacto do design nas organizações, talvez Design Ops seja o seu próximo passo.

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