Quem está começando em times de design e produto precisa entender o que é protótipo. Entenda mais sobre esse conceito e como utilizá-lo.
Se você está entrando no universo de produtos digitais e UX, já deve ter ouvido sobre prototipação, uma das tarefas mais comuns no ciclo de criação de um produto. Neste artigo, queremos te ajudar a entender o que é protótipo e a importância desse conceito.
Antes de chegar ao grande público, todo produto digital passa por diferentes fases, desde a concepção até sua primeira versão concreta, ou seja, o protótipo. No entanto, essa ideia inicial de algo que chegará ao mercado tem algumas características específicas.
Neste post, vamos aprofundar um pouco mais a ideia de protótipo e ajudar pessoas iniciantes em carreiras como UX e Product Design a saberem o que precisam sobre o conceito. Você vai saber quem usa protótipos e quando são importantes. Continue lendo!
Protótipo é um modelo inicial de um produto que está em fase de desenvolvimento e testes. Essas versões são muito utilizadas para testar funcionalidades, captar a opinião de pessoas usuárias em pesquisas e até mesmo ser base para MVPs (Minimum Viable Product).
É sempre interessante, e preciso, pensar em protótipos como uma versão mais inicial de uma ideia. Em alguns casos, essa versão não é tão inicial, uma vez que já pode ter sido otimizada algumas vezes, mas certamente é ainda algo não pronto. A ideia é justamente testar possibilidades e estudar a usabilidade.
Os protótipos têm um compromisso de parecerem com o produto final, mas não a obrigação de serem 100% funcionais sempre. Em alguns momentos, pode ser que um protótipo seja apenas uma representação visual de uma tela de um aplicativo, por exemplo.
No entanto, pode ser que esse protótipo já seja totalmente interativo, simulando com certa fidelidade como será a experiência de uso às pessoas consumidoras. Geralmente, esse modelo mais complexo e pronto, ainda que em uma escala bastante reduzida de possibilidades e features, se tornam MVPs de produtos.
A primeira função principal de um protótipo é testar algo. Se você vai criar uma jornada de interações em um app bancário, por exemplo, o protótipo vai ter todas essas telas e as funcionalidades que se espera. Assim, dá para testar como acontece a progressão do ambiente diante das interações planejadas para essa experiência.
O protótipo não precisa ser tão completo se você quer testar apenas uma funcionalidade desta aplicação. A ideia é realmente ter algo concreto e que tenha a ideia do que se pretende desenvolver ali, pronto para ser "mexido". São os testes que vão ocorrer em cima dessa versão que vão definir o que está pronto, o que precisa sair e o que precisa de ajustes.
É muito comum também usar protótipos para aplicar pesquisas com pessoas usuárias reais de serviços e produtos. Essa é uma prática recorrente nos times de UX, quando precisam avaliar a experiência que estão oferecendo em seus produtos. Nesses casos, quem usa o produto é convidado para interagir com o protótipo e dar suas percepções.
Nesses testes, não há nenhuma intervenção do time de produto. Apenas é observado o comportamento dessa pessoa usuária durante o processo. Depois da interação com o protótipo, uma pessoa de UX research aplica um pequeno questionário em que pode avaliar como foi a experiência aplicada com ajuda desse protótipo.
É importante entender também que há diferentes tipos de protótipos e isso se faz relevante para que pessoas dentro de times de produto saibam que podem prototipar de diferentes formas. Portanto, se o time é limitado ou faltam recursos, é possível ter modelos mais simples, mas que conseguem transmitir a ideia principal de maneira bastante precisa.
Em compensação, há também os protótipos em que se investe tempo de trabalho e, muitas vezes, dinheiro na criação. Nesses casos, são versões mais próximas do que vai para o mercado, ou o contexto é de empresas de grande porte em que há a possibilidade de protestar dessa forma.
Para que você entenda as possibilidades e como pode trabalhar em diferentes tipos de protótipos, vamos apresentar as principais categorias a seguir.
Os protótipos de baixa fidelidade trazem uma ideia mais simplória de uma interface de funcionamento da aplicação em questão. Consequentemente, nem todas as funcionalidades podem ser testadas e também não há tanto realismo na disposição de elementos. É somente uma tentativa de reprodução mínima, com o menor custo e trabalho aplicado possível.
Em suas concepções, protótipos de baixa fidelidade conseguem apresentar as funcionalidades da aplicação visualmente, mas com pouco detalhamento. Também são limitadas, ou inexistentes, as possibilidades de interação. Por fim, muitas vezes, esses protótipos são feitos em papel.
A ideia é realmente validar ideias bem básicas e essenciais para o projeto em questão, justamente por isso a baixa fidelidade não interfere na análise que é feita. Ou seja, esses protótipos podem ser usados muitas vezes, mas somente quando essa falta de detalhamento não interfere negativamente.
Os sketches nada mais são do que esboços desenhados a mão em papel. Quando designers têm uma ideia consistente na cabeça e precisam concretizar isso de alguma forma, os sketches são a melhor forma de representar inicialmente o que foi pensado para a aplicação em questão.
Ótimo exemplo de sketch mostrado por Sunny Cui
Os protótipos de papel são bastante comuns em times de produto. Em testes conduzidos pelo time de UX, são criadas as telas em papel e o usuário convidado à testagem precisa interagir com essas telas como se estivesse realmente utilizando um recursos digital.
Low fidelity prototype testing of the EE app
A cada toque em um botão representado no papel, alguém do time de UX precisa ir trocando as telas para criar essa experiência de progressão de interação. Essa é uma técnica bastante comum para validar ideias e testar a experiência de usuário.
Podemos dizer que os protótipos click-through são os mais detalhados e avançados dentro da categoria de baixa fidelidade, isso porque neles é possível interagir com cliques para simular a progressão de telas.
Fonte: Fluid UI
Protótipos do tipo são criados em softwares especializados e costumam ser usados nas etapas iniciais, mas já com uma ideia mais sólida em relação às interfaces.
O protótipo de alta fidelidade é a representação mais realista de um produto, já bastante próximo da versão final. A ideia é que esse modelo já tenha todas as funcionalidades de interação que se pretende para a versão que chegará ao mercado.
Portanto, esses protótipos funcionam com interfaces bastante detalhadas e fiéis a um modelo final. Da mesma forma, esses modelos já rodam como aplicações reais e permitem um nível de interação bastante aprofundado a quem vai testá-lo.
Os interativos são versões em que apenas há as respostas das telas aos toques ou cliques. Ou seja, não há uma estrutura de funcionamento totalmente pronta para lançar o produto, mas se tratando de interfaces, há a simulação perfeita de como essas telas vão reagir a cada interação da pessoa usuária.
Os protótipos em código já são praticamente o produto pronto. Já há todo código back-end por trás das interfaces e, com poucos ajustes, se necessários, essa versão já se torna a final e fica pronta para ser lançada. Esse tipo de protótipo é utilizado apenas para alguns ajustes finos que possam ser necessários.
Parte deste processo de entender o que é protótipo passa por compreender em quais momentos esses modelos podem ser utilizados. A prototipação tem várias razões e é justamente isso que a torna uma solução essencial aos times de produto. Entenda a seguir quando e por quais motivos prototipar.
Produtos digitais têm níveis diversos de funcionalidades que vão servir para justificar sua existência entregando algum valor a pessoas usuárias. Durante o processo de concepção e desenvolvimento, testar essas funcionalidades é algo obrigatório e uma boa prática.
Por vezes, os protótipos vão ser essenciais para mostrar como essas funcionalidades vão funcionar na prática. Nem sempre algo que foi pensado como uma boa feature vai se comportar dessa maneira quando uma interação concreta é planejada.
Testar funcionalidades e entender como se comportam faz parte desse processo de desenvolvimento de produto. Portanto, sempre que for necessário fazer esse tipo de teste, a prototipação é a melhor solução possível.
Os testes com clientes são outra etapa importante nesse processo de desenvolvimento ou de melhoria de determinada solução. Nada melhor do que as pessoas que fazem uso do produto para dizer exatamente o que pensam sobre a solução, no geral, ou sobre funcionalidades.
Portanto, aqui é importante pensar em protótipos de diferentes formas. É possível utilizar os de baixa fidelidade, como os de papel, quando é o caso de testar a experiência de uso de maneira simples. Isso serve para validar algumas ideias e entender em que pontos há a necessidade de mudar seja uma microcópia, seja um botão.
As versões de protótipos de alta fidelidade podem ser utilizadas para testar uma versão final de produtos. Assim, pessoas que serão, certamente, usuárias dessa solução podem transmitir suas percepções sobre determinado app, site, ou experiência dentro de uma solução.
Dentro de times de produtos, stakeholders têm papel decisivo para que ideias de features e outras questões sejam aprovadas e sigam nos projetos. Logo, membros desse time precisam saber como argumentar suas propostas para defendê-las diante dessas pessoas.
Nada melhor do que bons protótipos para ilustrar de maneira precisa de que maneira a ideia em questão vai funcionar bem no produto. Nesses casos, cabe ao time ou à pessoa membro em questão decidir qual tipo de protótipo tem maior força para defender essa ideia diante de stakeholders.
Não necessariamente estamos falando de protótipos de alta fidelidade. O importante mesmo é que o argumento seja sólido e, neste caso, a prototipação seja uma base de apoio à ideia. Combinar esses dois fatores é importante para transmitir com clareza e precisão o que se pretende.
Consequentemente, protótipos vão sempre trazer uma percepção acerca de problemas que features, ou do produto como um todo, apresentam. Pode ser que isso aconteça naturalmente, durante testes, ou que alguém queira prototipar justamente para apontar esse erro, método que é também bastante válido e permite coletar boas observações.
Quando determinado problema é analisado dentro de um contexto de uso da solução, é possível perceber de que maneira essa falha vai impactar a experiência de uso. Essa é a maneira mais precisa de entender questões problemáticas e começar a pensar em ações de correção e solução.
Portanto, não se preocupe com a possibilidade de detecção de falhas em protótipos. Na verdade, este é o melhor cenário possível, uma vez que a prototipação serve justamente para isso.
Lançamentos experimentais fazem parte da estratégia de muitas marcas. A ideia é validar um produto e entender o que o público pensa sobre. Se a resposta é positiva, então uma versão em que há mais recursos e melhor investimento é planejada para o mercado.
Na maioria das vezes, esses lançamentos são feitos com protótipos de alta fidelidade, já com código, em que quase tudo funciona perfeitamente. Essas versões de prototipação são bastante comuns e quando se detecta que tudo funciona bem, a estratégia de mandar ao mercado é bastante comum.
Esses protótipos com funcionamento perfeito, mas em versões menos completas são o ponto de partida para se tornarem um MVP. Assim, dá para validar o produto como um todo e entender a resposta do público em relação à ideia da empresa.
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Entender o que é protótipo é fundamental para qualquer pessoa que pretende atuar em UX e em produto, de maneira geral. Como essas equipes de trabalho atuam em times ágeis, a prototipação acaba sendo muito benéfica para aplicar a ideia de melhoria contínua nas aplicações.
Outra prática fundamental para continuar otimizando produtos é Product Discovery. Confira um conteúdo com Teresa Torres, uma das maiores especialistas sobre o assunto no mercado atualmente.